Psicanálise : Introdução à Psicologia
Por: shirml • 22/8/2018 • Seminário • 5.249 Palavras (21 Páginas) • 261 Visualizações
Psicanálise |
Introdução à Psicologia |
Grupo: Amanda Maristela dos Santos Ana Flávia de A. Figueiredo Ingrid Ellen da Silva Ferreira Shirlayne Medeiros Leite |
Setembro, 2017 |
- Breve História; Duas Hipóteses Fundamentais
A fundação do primeiro laboratório mundial de psicologia experimental, em 1879, por Wilhelm Wundt na Universidade de Leipzig, marca o reconhecimento da psicologia como uma disciplina científica.
Desde seus primeiros passos, a psicologia foi vista de forma diferente por pessoas diferentes .Nos Estados Unidos, a psicologia teve raízes na filosofia, portanto a abordagem era especulativa e teórica e envolvia conceitos como consciência e o “eu”. Na Europa, a base foi científica, logo, a ênfase foi na observação de processos mentais, tais como percepção sensorial e a memória, em condições laboratoriais controladas.
Na década de 1890, o fisiologista russo Ivan Pavlov conduziu uma série de experimentos com resultados decisivos para o desenvolvimento da psicologia tanto na Europa quanto nos Estados Unidos. Pavlov provou que animais podiam ser condicionados a reagir a um estímulo, ideia que evoluiu para um movimento chamado behaviorismo. Os behavioristas acreditavam ser impossível estudar processos mentais com objetividade, mas não viam muitas dificuldade em medir o comportamento, isto é, a manifestação desses processos. Começaram a fazer experiências que podiam ser realizadas em condições controladas, primeiro com animais - para compreender aspectos gerais da psicologia humana- e depois com seres humanos. Os estudos dos behavioristas concentravam-se quase que exclusivamente no modo como o comportamento é moldado pela interação com o ambiente; essa teoria de “estímulo e resposta” popularizou-se com o trabalho de John Watson.
Baseada na observação e no histórico de pacientes, em vez de experiências em laboratório, a teoria psicanalítica de Sigmund Freud marcou o retorno ao estudo da experiência subjetiva. Freud estava interessado em memórias, desenvolvimento na infância e relações interpessoais, e destacava a influência do inconsciente para determinar o comportamento.
O inconsciente é um dos conceitos mais intrigantes da psicologia. Parece conter todas as nossas experiências acerca da realidade, mas parece estar também fora da nossa percepção e controle. É o espaço em que armazenamos todas as nossas memorias, pensamentos e sentimentos. O tema fascinava o neurologista e psiquiatra austríaco Sigmund Freud, interessado em descobrir se era possível explicar coisas que pareciam estar fora do alcance da psicologia vigente em sua época. Aqueles que haviam começado a investigar o inconsciente temiam que ele contivesse uma atividade psíquica poderosa demais, assustadora demais , ou incompreensível demais para ser incorporada pela mente consciente. O trabalho de Freud sobre o tema foi pioneiro.
Freud foi apresentado ao mundo do inconsciente em 1885, quando conheceu o trabalho do neurologista francês Jean- Martin Charcot, que parecia tratar com sucesso os sintomas de doenças mentais de seus pacientes pelo uso da hipnose. Charcot considerava a histeria um distúrbio mental causado por anormalidades no sistema nervoso, uma ideia que proporcionou novas e importantes possibilidades de tratamento. Freud retornou a Viena ansioso por utilizar esse novo conhecimento, mas lutou para conseguir encontrar uma técnica exequível.
Conheceu então Josef Breuer, um médico respeitado que descobrira ser possível reduzir significativamente a gravidade dos sintomas da doença mental de uma de suas pacientes pedindo-lhe simplesmente para descrever suas fantasias e alucinações. Breuer começou a usar a hipnose para facilitar o acesso da paciente às lembranças de um evento traumático e, após um período de duas sessões semanais de hipnose, todos os sintomas haviam sido mitigados. Breuer concluiu que os sintomas da paciente eram produto das memorias perturbadoras ocultas em sua mente inconsciente e que , ao dar voz aos pensamentos, essas memorias eram trazidas à consciência , possibilitando o desaparecimento dos sintomas. Tratra-se do caso de Anna O, primeiro caso de psicoterapia intensa utilizada para tratamento de doença mental.
Breuer tornou-se amigo e colega de Freud e , juntos, os dois desenvolveram e popularizaram um método de tratamento psicológico baseado no conceito de que muitas formas de distúrbios mentais ( medos irracionais, angustia, histeria , paralisias, dores imaginarias e certos tipos de paranoia ) resultavam de experiências traumáticas ocorridas no passado do paciente e que então se mantinham ocultas da consciência. Usando uma nova técnica , que os dois descreveram em uma publicação conjunta – Estudos sobre a histeria ( 1895) – Freud e Breuer afirmavam ter encontrado uma maneira de liberar as memórias reprimidas do inconsciente, permitindo que o paciente recordasse a experiência de maneira consciente e a confrontasse emocional e intelectualmente . O processo liberava a emoção aprisionada e os sintomas desapareciam. Breuer discordava do que ele considerava um excesso de ênfase , por parte de Freud, nas origens e no conteúdo sexuais das neuroses( problemas causados por conflitos psicológicos ), e os dois romperam. Freud continuou desenvolvendo as técnicas da psicanálise.
Aquilo que chamamos de teoria psicanalítica é um corpo de hipóteses a respeito do funcionamento e do desenvolvimento da mente humana. É uma parte da psicologia geral e compreende aquelas que são as mais importantes contribuições que ser realizaram até hoje em relação à psicologia humana.
é importante compreender que a teoria psicanalítica se interessa tanto pelo funcionamento mental normal como pelo patológico.
Como em qualquer disciplina cientifica, as diversas hipóteses da teoria psicanalítica se relacionam mutuamente. Duas dessas hipóteses fundamentais são o principio do determinismo psíquico, ou da causalidade, e a proposição de que a consciência é antes um atributo excepcional do que um atributo comum dos processos psíquicos.
Comecemos pelo principio do determinismo psíquico. O sentido deste princípio é o de que na mente , assim como na natureza física que nos cerca, nada acontece por acaso ou de modo fortuito. Cada evento psíquico é determinado por aquele que o precederam.
A compreensão e a aplicação desse princípio são essenciais para uma orientação apropriada no estudo da psicologia humana, tanto nos seus aspectos normais como nos patológicos. Se o compreendermos e aplicarmos corretamente, jamais admitiremos qualquer fenômeno psíquico como sem significação ou como acidental .
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