Psicologia

 

SAMIRA AMARAL

A PSICOLOGIA FRENTE À VULNERABILIDADE SOCIAL

Trabalho realizado para o preenchimento de horas faltantes da supervisão obrigatória para a conclusão do estágio curricular do curso de Psicologia – 6º período noturno, no Centro Universitário de Rio Preto – UNIRP.

SÃO JOSÉ DO RIO PRETO

2016

A PSICOLOGIA FRENTE À VULNERABILIDADE SOCIAL

A vulnerabilidade social é um grupo de eventos ocorridos que estão ligados aos direitos humanos, os quais acabam por afetar a saúde psicológica do indivíduo. Diante disso, é responsabilidade do psicólogo intervir de modo que contribua com a equipe através de atividades em grupos que permita a população que se encontra em estado de vulnerabilidade, superar tais eventos.

Referente ao papel dos psicólogos, o Estatuto da Criança e do Adolescente (BRASIL, 2010) estabelece papéis que devem ser integrados por esses profissionais nas políticas públicas de atendimentos do direito da criança e do adolescente. Ante o pensamento de proteção integral, a qual o Estatuto (BRASIL, 2010) refere-se, a diretriz é de interdisciplinaridade entre os profissionais. Para os psicólogos são destinadas demandas de uma atuação em rede, isto é, junto a outros técnicos, como por exemplo, assistentes sociais, os quais devem considerar a criança e o adolescente são indivíduos portadores de direitos e autonomia. No que se refere à concepção da proteção integral:

[...] o papel do psicólogo no sistema de garantias, junto ao de outros profissionais, passa, então, a ser o de um viabilizador de direitos, devendo ter conhecimento profundo da legislação, uma vez que a descentralização lhe exige novas e capacitadas competências, a autonomia política administrativa impõe a participação, e o controle requer um arcabouço teórico-técnico-operativo que visa ao fortalecimento de práticas e espaços de debate, na propositura e no controle de política na direção da autonomia e do protagonismo dos usuários, assim como nas relações entre gestores, técnicos das esferas governamentais, dirigentes e técnicos, prestadoras de serviços, conselheiros e usuários (MINISTÉRIO DO DESENVOLVIMENTO SOCIAL apud ALBERTO et al., 2008, p. 1).

        Devido às discussões que foram geradas a respeito dos direitos humanos, observa-se que ao mesmo tempo em que o Estado oferece estes direitos, ele também os tira. Esse tema apenas pode ser discutido quando o psicólogo começou a intervir e a colocar em prática a luta pelos direitos humanos em seu serviço, pois, mesmo que este profissional trabalhasse para o Estado, ele foi capaz de notar estes pontos negativos e passou a lutar contra eles, desta forma, defendendo os direitos humanos, ou seja, nesse contexto o psicólogo deixou de ser apenas um expectador e começou a exigir ações positivas.  

        A Comissão Nacional de Direitos Humanos forneceu para a Psicologia a preocupação perante estes fatos ocorridos, expondo que quando se trata de seres humanos, esse assunto torna-se de ordem psicológica, visto que seu principal objetivo é cuidar do bem estar físico e mental dos indivíduos. Portanto, quando se fala em direitos humanos, é necessário incluir a psicologia, já que esta área também trabalha com os seres humanos.

        Para que seja possível desafiar o sofrimento psicológico, sem dúvidas é preciso que exista diversas ações, movimentos e elaborações de políticas públicas, para que assim se possa amenizar o mal estar atual da sociedade, e consequentemente evitar sofrimentos desnecessários.

        Desde sempre, toda e qualquer comunidade possui suas particularidades e suas complexidades. Portanto, quando se observa a parcela da sociedade que apresenta uma condição socioeconômica precária, é possível notar que ali estão presentes indivíduos que apresentam culturas e pensamentos diferentes, porém, histórias de vidas peculiares, as quais estão interligadas e completam-se em uma realidade social estereotipada e fragmentada pelo capitalismo, pelas diversidades da sociedade e do ser humano.

        Visto isso, é correto afirmar que o papel do psicólogo nas comunidades é de suma importância, posto que, são esses profissionais que, através de seus conhecimentos lutam para ajudar essas pessoas.

        No contexto social, o profissional da psicologia, depara-se com inúmeras situações revoltantes, mesmo assim, ele busca encontrar novos caminhos e espaços para que os problemas sociais possam ser solucionados e assim oferecer condições de vidas melhores aos membros das comunidades.

        Estão questões relacionadas aos problemas sociais, vem sendo estudadas desde os tempos mais remotos, e graças a isso se sabe que as pessoas menos favorecidas socioeconomicamente, sempre sofreram com problemas graves de pobreza, opressão, exploração, preconceitos, falta de oportunidades e discriminação. Contudo, graças as diretrizes dos direitos humanos, atualmente são praticadas ações em favor da solução desses problemas. No cenário social, é preciso um grande comprometimento para que mudanças possam ocorrer, e também, para que se possa trabalhar nesses indivíduos mais carentes, uma consciência mais crítica, e desta forma, fazer com que eles procurem suas identidades pessoais.

Sendo assim, os psicólogos são ativistas dos direitos humanos, e devido suas diversas atividades no contexto social, estes profissionais são vistos como operadores da inclusão social. Por outro lado, o psicólogo como pessoa, é notado como um grande profissional que discute o que se tem feito e o que se precisa fazer para a resolução de problemas sociais e de exclusão, os quais surgiram por causa das “anormalidades” que a sociedade estabeleceu.

        As ações dos profissionais da psicologia, ligadas a questões éticas, objetivam encontrar soluções para os problemas de ordem social e assim fortalecer a população, de modo que a autonomia de cada pessoa seja reconhecida.