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Psicologia Ciência

Por:   •  19/6/2018  •  Trabalho acadêmico  •  1.691 Palavras (7 Páginas)  •  164 Visualizações

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Apesar da noção de sujeito estar presente em vários discursos e seu conceito está vinculado ao uso, para o presente estudo interessa a dimensão conceitual presente no discurso filosófico. Dentro desse recorte, vale levantar quais são os aspectos concernentes concepção de sujeito:

  • O fundamento;
  • A unidade;
  • Controle e dominação;
  • Consciência e reflexibilidade;
  • Intimidade e expressividade;
  • Autodeterminação;
  • Liberdade e responsabilidade;
  • Oposição ao objeto;

Embora o ser humano desde seus primórdios seja capaz de identificar seu corpo como algo individual, a categoria de sujeito é advinda da modernidade. Esse conceito está em diferente patamar das noções de eu e de pessoa. As civilizações indianas antigas, principalmente o povo Hindu, já apresentavam certa delimitação de “eu”, porém o surgimento dessa categoria é atribuído ao latinos, sobretudo os romanos, devido à vinculação do “eu” ao moral. Com o ,advento do Cristianismo, a noção de persona passou a tomar forma como pessoa humana, detentora de uma interioridade assombrada pelo impulso sexual. O impulso sexual, posto como ameaça à pessoa, força um exercício de auto observação, exame e auto discernimento para identificá-lo assim que ele emerge da ‘alma”. Essa categoria, de pessoa, é portanto fruto do pensamento medieval, e surge num contexto de sociedade hierárquica e holista, distinta da sociedade moderna individualista e igualitária, que fornece condições para uma maior valorização da subjetividade.

Por mais que a valorização do íntimo tenha acrescentado muito à emersão da concepção de sujeito, foi necessário um movimento inicial da revolução copernicana, a indagação acerca do centro do universo, cuja a resposta mais precisa, de acordo com Giordano Bruno e vigente à partir desse momento histórico, era a de que, esse centro, estava em todos os lugares e, suas margens, em lugar nenhum. O conflito entre a finitude do homem e a infinitude do universo também pode ser considerado um elemento crítico dentre as condições fundamentais para criação de uma noção de sujeito. Ao se deparar com a solidão, medo e incerteza, o homem busca controlar o incontrolável, porém o ponto chave desse exercício é a busca pelo controle de si, da própria interioridade, da subjetividade, mas não da mesma forma como ela é apreendida nos dias de hoje.

 No período da inauguração do universo infinito, da quebra das barreiras náuticas e o “descobrimento” de novos territórios, ocorre o advento do “corte cartesiano”. O filósofo René Descartes propõe o acesso à verdade do mundo através da racionalidade. O cogito cartesiano, um método, em teoria, sem desvios para a análise do mundo, marca a passagem do ideal racional clássico para o moderno, e aponta para razão como aquilo que caracteriza o homem. Ao mesmo tempo que o paradigma cartesiano tira o homem de sua posição dentro do paradigma cosmocêntrico e lhe oferece a reflexão como meio de atingir o autoconhecimento e o conhecimento do externo, ele torna o homem um mero operador do método de objetivação da subjetividade, despido de suas particularidades sócio-históricas, seus mitos e suas paixões.

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O sujeito introduzido pela modernidade possui um caráter racional. A figura de subjetividade, que podemos tomar como primeira, diz respeito justamente ao sujeito epistêmico- reflexivo. O sujeito, inserido na lógica cartesiana, é um sujeito abstrato que busca satisfazer uma necessidade metafísica, que busca constantemente pelo conhecimento operando por meio da racionalidade. Todavia, o sujeito epistêmico-reflexo não deve ser confundido com seu “sucessor”, por assim dizer, na linha ideo-histórica, o sujeito epistêmico-reflexivo. Enquanto o primeiro é marcado pelo positivismo, o segundo segue uma linha empírica de acesso à verdade, e acredita que o saber é construído por uma acumulação de conhecimento específico, até que, num futuro idealizado, sejam esgotados todos os conceitos mundanos. Essa distinção é importante para entendermos como o sujeito epistêmico-reflexo compreende a si: como um reflexo da natureza. Dentro desse paradigma a busca pela verdade continua como uma constante, porém essa verdade é uma verdade já posta, e está na natureza, restando ao homem a alternativa de operar através dos seus sentidos para tentar compreendê-la. Essa concepção é fortemente influenciada pelo empirismo inglês, liderado por John Locke, o pai do liberalismo.

Em contraponto à esses sujeitos apresentados, podemos apontar o sujeito autonômico-transcendental, cuja a discordância relativa aos métodos disponíveis fundamenta uma crítica às razões cartesiana e empírica. Essa crítica parte da filosofia de Immanuel Kant, que, dentre outras coisas, introduz uma noção de alma dessubstancializada. Na falta de um meio internalizado de acesso à verdade, esse sujeito busca um elemento externo para encontrá-la, e tem autonomia e liberdade para fazê-lo. Kant também aponta a capacidade do ser humano de ser ético, agir conforme uma lei moral universal, apresentada na forma de um imperativo categórico.

Por fim, podemos encontrar ainda na modernidade o sujeito orientado pelas práticas de controle, como é assinalado por Foucault em Vigiar e Punir.

Os modos de subjetivação modernos são divididos por Drawin em três; histórica-racional; histórica expressiva e disciplinar. O primeira diz respeito ao sujeito cuja a maioridade é atingida através da razão, é individualista e busca se libertar das inclinações sensíveis. Nesse processo o homem é produtor de si mesmo. Já a subjetivação histórica-expressiva designa o modo de subjetivação romântico, singular e capaz de expressar-se. O último modo, o disciplinar, é produzido pelos mecanismos de controle, onde o sujeito se encontra na posição de objeto.

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Psicologia ciência

Em um primeiro momento, os estudos e questionamentos que dizem respeito a uma psicologia ainda não concretizada como área de conhecimento individual, se encontravam dispersos em estudos de Biologia, Filosofia, Ciências Sociais e outros. Todavia, a modernidade e os conflitos existenciais do período botaram o homem de frente com o vazio, a falta, fazendo-se necessário uma forma de minimizar a angústia e tratar as feridas da “alma” humana. Porém, dada a norma positivista, seria impossível estudar sistematicamente àquilo que não é apreensível por meio da observação. A “psique”, a “mente” ou o “espírito” humano não poderiam ser estudados individualmente por não serem, no sentido literal, um objeto. Não obstante, o próprio pai do positivismo, Auguste Comte, apontou a possibilidade de uma psicologia mesmo que sempre subordinada à outras ciências.

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