Psicologia Social
Por: Jeniffer Mariano • 2/5/2018 • Pesquisas Acadêmicas • 876 Palavras (4 Páginas) • 196 Visualizações
A atuação do psicólogo historicamente foi constituída, de forma básica, a partir de quatro áreas (clínica, escolar, magistério e indústria) que não correspondem mais ao universo de atuação do psicólogo brasileiro.A psicologia ou “psicologias” é a ciência que estuda o homem em todas as suas dimensões, desde do ser individual para o social, e atualmente vem ampliando sua atuação para as políticas públicas, tendo como base a uma construção de conhecimento e práticas desde a subjetividade ao objeto em si.
Em sua atuação nas políticas públicas tem o papel de desenvolvimento social juntamente com as demais áreas relacionadas no trabalho social diretamente com a sociedade. Por conseguinte, está assentada no reconhecimento de que os indivíduos-alvo das políticas sociais também são sujeitos de sua história e, portanto, agentes de transformação de seu modo de vida como também das comunidades em que transitam.Partindo desta premissa do campo de atuação do psicólogo, diversos temas correlacionados são abordados e surgem questionamentos sobre tal pensamento. E o artigo utilizado como base desta resenha tem como tema “Políticas de descriminalização e de patologização do usuário de drogas.”Afinal, o usuário de drogas é visto como doente ou um criminoso?
Segundo as políticaspúblicas que se baseiam em duas filosofias onde uma estabelece o dependente químico como doente que precisavam de tratamentos seriam embasados em duas condições: médico-farmacológico e psicossociocultural e outra como um criminoso e que lançavam seus olhares ao usuário de drogas enquanto um criminoso e sua punição sob essa conduta estava na detenção. Seguindo este tema a atuação do psicólogo inserido neste contexto irá seguir as normas estabelecidas pelo Conselho Federal de Psicologia
Com isso o profissional terá que se questionar sobre estas duas filosofias que regem as políticas públicas: “O usuário é um criminoso ou um doente?” Ao ser inserido nestes campos de atuação, é necessário que os mesmos façam uma análise profunda e crítica sobre as práticas que violam os Direitos Humanos, e tenham uma posição neutra em relação as suas crenças sobre o consumo de drogas seguindo o que o CFP em seu Código de Ética profissional diz sobre este posicionamento:“Induzir a convicções políticas, filosóficas, morais, ideológicas,religiosas, de orientação sexual ou a qualquer tipo de preconceito, quando do exercício de suas funções profissionais;” (CFP, 2005, art.2º).
Ao falar sobre o uso de drogas logo pensamos nas diversas tentativas de internar o indivíduo em casas de reabilitação e as táticas utilizadas pelo governo para “resolver” este problema social. As atuais ações de “recolhimento compulsório” da população em situação de rua, apresentados na mídia como usuários de crack, e a banalização das internações compulsórias ou involuntárias de crianças e adolescentes em diversas cidades brasileiras, evidenciam um grave retrocesso para as políticas públicas, tão arduamente conquistadas e que apostam na integralidade do cuidado das ações para as pessoas que fazem uso de álcool e outras drogas.
O papel da psicologia entra aí, então, na sua atuação, podem colaborar para desnaturalizar as práticas de violência e de tutela que historicamente foram associadas às pessoas que fazem uso de álcool e outras drogas. Um exemplo claro é o pânico moral acionado em relação ao crack. A figura do usuário de crack reproduz estigmas e sofrimento de grupos sociais específicos relacionados ao consumo dessa droga. Por isso, a psicologia nos seus diversos contextos de trabalho podem questionar práticas autoritárias e produzir práticas democráticas condizentes com a perspectiva do cuidado e não a da tutela. As medidas de internação não podem ser consideradas como o primeiro recurso para os usuários de drogas em situação de vulnerabilidade social. Internar já não é mais uma solução plausível e a política de redução de danos vem de frente com essa dicotomia criminoso-doente para garantir a integridade e a liberdade do usuário
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