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Psicologia Social

Por:   •  16/11/2015  •  Ensaio  •  1.247 Palavras (5 Páginas)  •  317 Visualizações

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Resenha do texto: O quadro de referência – Esboço para a elaboração de um modelo dos problemas vocacionais

A partir de uma discussão sobre os problemas enfrentados na orientação vocacional, o objetivo principal do texto está em trazer a experiência de orientação vocacional, não como uma formulação teórica, mas como um diálogo sobre as dúvidas e esclarecimentos sobre a temática partindo de princípios gerais.

Segundo Müller (1998), a adolescência é uma fase em que há o desprendimento da infância e a entrada progressiva no mundo e no papel adulto e é nesse contexto conturbado que os jovens precisam assumir uma postura diante da sociedade, tendo que optar por uma carreira profissional a ser seguida. No início da adolescência, o jovem sente-se descompromissado com o seu projeto de vida, vivendo, muitas vezes, a ilusão, a fantasia e o sonho, mas, ao passo em que vai conquistando sua própria identidade e compreendendo suas próprias singularidades, tem a necessidade de definir-se, conhecer-se e de escolher sua profissão com base na sua realidade pessoal e sociocultural.

Segundo o autor do texto, a orientação vocacional profissional constitui uma ampla gama de tarefas, que inclui o pedagógico e o psicológico, em nível de diagnóstico, de investigação, de prevenção e a solução da problemática vocacional. A escolha se torna um momento crítico e conflituoso, pois envolve muitas mudanças na vida dos indivíduos. É um momento em que há a possibilidade e a necessidade de tomar decisões, e isto se dá principalmente a partir da passagem de um ciclo educativo a outro.

Quando há essa demanda da escolha na vida do jovem, ele faz escolhas de acordo com suas possibilidades do momento, tomando uma decisão sem ter consciência das influências que sofre e também sem ter informações suficientes sobre a profissão que está escolhendo. O jovem se vê diante de uma multiplicidade de profissões, áreas de estudo, cursos, chegando a ficar, muitas vezes, confuso diante de tal complexidade. Inicialmente, ele se guiará a partir do mapa representacional construído por si próprio com base na sua posição sociocultural e econômica. Na maioria dos casos, quando os jovens são chamados a refletir sobre as dificuldades e possibilidades do mercado de trabalho e de se escolher uma profissão, usam meios não muito seguros, recorrendo a mitos e ideologias que sem dúvida, os tranquilizam e diminuem as suas ansiedades, mas que podem trazer prejuízos no futuro.

As escolhas que os adolescentes fazem às vésperas de um exame de vestibular, por exemplo, refletem, muitas vezes, os modelos parentais que os jovens trazem de casa. Suas motivações pessoais, interesses, mesclam-se com os conselhos paternos, e desejos dos pais em relação ao futuro dos filhos, que por vezes desencadeiam situações conflituosas que geram angústias maiores ao jovem que ainda não fez uma escolha profissional.

Sabe-se que os pais têm um papel fundamental na escolha dos seus filhos, pois lhe servem como referências, são os primeiros modelos de profissionais com que os filhos entram em contato e vão apresentando aos poucos o mundo adulto para o jovem em desenvolvimento.

Conforme Silva (2001), ainda pode-se considerar o processo de Orientação Vocacional/Profissional, como uma possibilidade de rito de passagem para a vida adulta. Este rito de passagem deve ser feito junto aos pais, pois estes exercem uma influência significativa e podem auxiliar nesta transição do jovem que se encontra numa situação dilemática.

Segundo Bohoslavsky (2003), a escolha do futuro implica aumento de conflitos que se manifestam em dúvida, a ser resolvida pelo adolescente que se vê diante de situações descritas como predilemática, dilemática, problemática ou de resolução, cada uma caracterizando-se por um tipo de relação objetiva, ansiedades predominantes, comportamentos específicos e mecanismos defensivos.

A situação predilemática caracteriza-se pela imaturidade, dependência, ansiedade baixa e confusa, a situação dilemática é marcada pela presença de afetos confusos diante do enfrentamento da dúvida e da mudança, na situação problemática, “o adolescente parece realmente preocupado” e na situação de resolução, trata-se de encontrar uma solução para o problema.

A orientação profissional é uma dimensão fundamental que deve estar presente no processo educacional de todo ser humano, pois norteia suas escolhas, influencia na realização de seus potenciais e pode determinar a sua maneira de servir e dar sua contribuição à sociedade.

A escolha profissional coincide com a fase do desenvolvimento em que o jovem está buscando definir sua identidade, logo, coincide também com a busca de autoconhecimento, de descoberta de suas qualidades, seus gostos, desejos, interesses e motivações. Obviamente a família, os amigos, o contexto social em que ele está inserido, bem como a mídia, a escola, exercem influências nas suas decisões e escolhas.

Desta forma, a orientação profissional aponta para o ser, pois, a integração do fazer com o ser é imprescindível. Neste sentido, em diálogo com outros autores, o autor entende que o objeto de estudo e de intervenção em orientação profissional consiste na identidade profissional, a qual não remete apenas ao “o que fazer” – enquanto conjunto de tarefas ocupacionais predeterminadas, mas ao “quem ser e quem deixar de ser”, integrando-se à identidade pessoal mais ampla. Assim, o autor revela que a identidade profissional se constrói através das relações interpessoais e deriva de uma série de princípios, valores e posturas, ora reconhecidos, ora desconhecidos pelo sujeito, os quais, ao serem articulados com o ideal de cada um, constituirão um projeto de vida.

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