Psicologia da Educação Especial
Por: Victoria Ammari Lourenço • 3/5/2019 • Resenha • 1.848 Palavras (8 Páginas) • 138 Visualizações
A história da educação especial começou a ser traçada no século XVI por médicos e pedagogos que contrariando os conceitos da época, acreditaram na educação de indivíduos até então considerados ineducáveis. Apesar de algumas experiências inovadoras o cuidado com essas pessoas consideradas “desviantes” eram meramente institucionalizadas, com a justificativa de que esses indivíduos estariam mais protegidos em confinamento.
Paralelamente a evolução asilar, no século XIX, deu-se origem as classes especiais, para ondo os alunos “problemas” eram mandados. Assim, o acesso à educação para os portadores de deficiências foi muito lentamente conquistado a medida em que a educação para a população em geral foi ampliada. A educação especial seguiu conjuntamente com a educação regular, até que por motivos morais (direitos humanos), lógicos (benefício para o aluno com deficiência e para o aluno sem deficiência), cientifico (pesquisas na área), políticos (ações de integração) e econômicos (crise mundial do petróleo).
A demanda pelo serviço especializado em educação especial cresceu muito na década de 1960, ao mesmo tempo em que era incentivada a política de integração (principalmente pela economia que a mesma causaria). A partir da década de 1970 a ideologia de normalização e integração se tornou a ideologia mundialmente dominante. A normalização teve início nos países escandinavos, com Bank-Mikkelsen e Nirje, que questionaram os abusos e as limitações de instituições residenciais. O princípio da normalização dizia que toda pessoa com deficiência tinha o direito de experienciar um padrão de vida comum em sua cultura e que as oportunidades de participação fossem iguais a todos. O termo “normalização do estilo de vida” mudou para “normalização de serviço” partindo do princípio que ambientes adequados seriam os experienciados por indivíduos da mesma idade considerados normais.
A partir das décadas de 1960 e 1970 houve um movimento de retirada das pessoas com deficiência das instituições e a reinserção delas na sociedade. Em 1977 uma leio nos Estados Unidos assegurou educação pública apropriada para todas as crianças com deficiência em âmbito nacional. Essas pessoas com deficiência deveriam ser colocadas em alternativas minimamente restritivas, desestimulando a institucionalização. Os princípios básicos dessa lei (mainstreaming) a realocação dos estudantes deveria levar em conta: 1) preferência por serviços com o mínimo de restrição possível; 2) oferta de serviços regulares e especiais; 3) promoção de situações que favorecem a convivência com alunos de idades equivalentes.
O princípio de normalização foi criticado principalmente pelo fato de não compreender que não se tratava de uma teoria cientifica, mas se tratava de uma questão de valor, a pessoa deveria ser tratada como um ser humano apesar de suas inabilidades. O termo normalização se popularizou apesar de tentarem mudar para que a população não tivesse a impressão de que o princípio era “normalizar pessoas”. O’ Brien dividiu o princípio em dimensões: presença na comunidade, participação na comunidade, promoção de habilidades, promoção da imagem social e a autonomia ou empowerment, basicamente implicaria na prestação de serviço digno e individualizado.
Deno propôs um sistema de diferentes níveis de integração, tais quais: 1) classe comum com ou sem apoio; 2) classe comum associada a serviços suplementares; 3) classe especial em tempo parcial; 4) classe especial em tempo integral 5) escolas especiais; 6) lares; 7) instituições residenciais. Esse sistema pressupunha o avanço de nível de acordo com as capacidades dos alunos. Outros estudos pressupunham a manutenção dos serviços já existentes e a opção de preferencialmente colocar o aluno com deficiência na escola e classe comum, sem negar a necessidade de manter os serviços diferenciais com vários níveis de integração.
A integração não era concebida como uma questão total, mas sim como um processo gradual, pelos quais o sistema educacional proveria meios adequados para atender as necessidades dos alunos. O nível mais adequado era uma questão individualizada para favorecer cada aluno. É destacado que apesar dos vários conceitos possíveis para a palavra integração, o termo acabou por assumir o sentido de colocar pessoas consideradas diferentes na escola comum, mas não necessariamente na mesma classe. As críticas surgiram principalmente no aspecto de “passar de nível” que era uma proposta muito mais teórica do que pratica.
O conceito de inclusão escolar surgiu de forma focalizada nos Estados Unidos e por forca de sua cultura ganhou a mídia e o mundo durante a década de 1990. Essa reforma terminológica foi derivada da insatisfação dos educadores no pais frente a um estudo que dizia que os Estados Unidos perderiam sua liderança no contexto mundial publicado em 1983. A primeira onda de reforma denominada “movimento pela excelência na escola” criou mecanismos de desempenhos baseados em estudos. A crítica a essa reforma foi por razão de ela só trazer benefício aos melhores alunos, enquanto cerca de metade dos alunos eram considerados estudantes de risco.
A segunda onda de reforma foi denominada “movimento de reconstrução escolar”, essa reforma teve três direções: mudança na organização das escolas, valorização da profissão docente e revisão no sistema de financiamento das escolas. Esse movimento visava melhorar e educação da população de risco. Alguns autores apontam que certos elemento-chave para essa reforma trouxeram implicação para a educação de crianças com necessidades educacionais especiais pois trouxeram flexibilidade para as escolas e as mesmas puderam romper com práticas tradicionais e aceitar novos desafios. Essa mudança também aumento o respeito a diversidade e mudou o papel da escola. O atendimento a alunos com deficiência passou por melhoras.
Paralelamente a reforma na educação geral, dois movimentos focados na educação especial aconteceram, o Regular education iniciative e o Full inclusion. O primeiro movimento (Regular education iniciative) apontava a necessidade de parcerias entre a educação especial e a regular pois todos os alunos deveriam ser responsabilidade da educação comum. Alega-se que todos os alunos deveriam ser inseridos nas classes comuns em escolas comuns juntamente com serviços especiais. Na praticas as crianças com dificuldade de aprendizagem foram tiradas das classes de recurso e foram colocadas nas classes regulares, a necessidade das classes de recursos foi questionada e os educadores criticaram esse movimento. O movimento Full inclusion
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