Psicologia social
Por: lararocha • 12/11/2015 • Resenha • 759 Palavras (4 Páginas) • 932 Visualizações
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UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ
CENTRO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS
DEPARTAMENTO DE ECONOMIA DOMÉSTICA
CURSO DE GESTÃO DE POLÍTICAS PÚBLICAS
DISCIPLINA: PSICOLOGIA SOCIAL NO CAMPO PÚBLICO
RESENHAS
Lara Rocha Calixto
Matrícula: 279594
Professora: Dra. Ana Maria Monte Coelho Frota
FORTALEZA
2015
Bock quer trazer com o texto “Psicologia e sua ideologia: 40 anos de compromisso com as elites” uma crítica a falta de compromisso social que a psicologia tem para com a população brasileira. O objetivo da autora é mostrar ao leitor, aproveitando os 40 anos (em 2002) da psicologia como profissão regulamentada no Brasil, o histórico da psicologia no Brasil, uma psicologia voltada aos interesses das elites.
Desde a colonização do Brasil a psicologia já estava presente sob a forma de catequizadores e portugueses que queriam dominar e controlar a população indígena. Para isso, foram realizados estudos, no campo da Psicologia, para descobrir como melhor conquistar os índios. Já no Brasil Império houve uma chamada higienização moral e material dos brasileiros. A cidade do Rio de Janeiro de desenvolveu com a vinda da Família Real Portuguesa: foram criadas escolas e hospícios com o objetivo de higienização e ordem. No Brasil República, surgiu a Escola Nova que era voltada para conhecimentos científicos e não tinham mais castigos e a vigilância disciplinar, e sim vigilância psicológica. As ideias psicológicas entraram também no campo da administração, que exigiam novas demandas com a industrialização.
Em 1962, a psicologia foi reconhecida profissionalmente, no Brasil e já havia sido reconhecida como ciência autônoma no começo do século XX na Europa e nos EUA. Bock afirma que a psicologia sempre serviu as elites, durantes esses 40 anos e antes, pois ainda é pouco acessível para quem tem baixo poder aquisitivo. Ela traz dados da CRP-SP(1995) que mostram que 75,2% dos pesquisados atuavam na profissão e desse número 5,48% atuavam na área social. Na área clinica o valor era de 54,7% destes 75,2%. Através dos dados, Bock quer dizer que os psicólogos estão muito mais em ambientes particulares do que públicos e isso estreita o acesso da população ao profissional. Ela também traz Carvalho que tem um trabalho mostrando que atuação dos psicólogos é pouco diversificada e deve tornar-se mais abrangente.
A Psicologia no Brasil na sociedade atual é vista como uma ciência e profissão conservadoras que não pensam na transformação social e isso foi ocasionado pela visão naturalizantes, que adotam o psiquismo como caminho correto para desenvolver. Mas ela cita também a conquista, nos anos 70, da criação da área Psicologia Comunitária e também fala que nos 40 anos a psicologia é uma profissão feminina por garantir mobilidade ao trabalho/casa/família.
Bock conclui o capítulo tratando de três elementos ideológicos: a psicologia tem naturalizado o fenômeno psicológico (desde o nascimento somos moldados pela sociedade e é visto como algo natural e universal mas que para Bock não deveria ser algo natural e sim, a subjetividade unindo-se com a objetividade como construções históricas sob a ideia de transformação do mundo), os psicólogos não tem concebido suas intervenções como trabalho (volta a ideia de destino traçado que a psicologia está imersa e que é criticada pela autora, o psiquismo como algo dado pela natureza mas que o psicólogo deve atentar ao desenvolvimento do psiquismo para que possa “curar” o que se desviou. Porém, Bock acredita na intervenção intencionada e direcionada sobre o mundo) e, por último, a psicologia tem concebido os sujeitos como responsáveis e capazes de promover seu próprio desenvolvimento (os psicólogos puseram de lado a parte social pois ainda acreditar que pode entender o fenômeno psicológico a partir do próprio ser humano, trazendo assim mais ideologias e menos “obrigações” sociais do psicólogo. Isso faz com que nós sintamos responsáveis por todos os problemas de desenvolvimento como déficit de atenção ou distúrbios em geral). Precisa haver um reforço da Psicologia com a área social, a melhoria da qualidade de vida, envolver-se em projeto sociais etc.
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