Psicopatologia: A Perspectiva Freudiana
Por: wanderley.gomes • 2/9/2018 • Resenha • 1.375 Palavras (6 Páginas) • 1.323 Visualizações
PONTIFICIA UNIVERSIDADE CATOLICA DE MINAS GERAIS
Faculdade de Psicologia
Curso de Psicologia, Campi Coração Eucarístico.
Disciplina: Psicopatologia II
Profa.: Ilka Franco Ferrari
Aluno: Wanderley Emídio Gomes
Referência Bibliográfica:
FERRARI, I. F.; LAIA, S. Psicopatologia: a perspectiva freudiana. In: BESSET, V.L.; CARNEIRO, H.F. (Org.). A soberania da clínica na psicopatologia do cotidiano. Rio de Janeiro: Garamond, 2009, p.183-214.
Informações sobre o autor:
Dra. Ilka Franco Ferrai é graduada em Psicologia pela Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (1981) e doutora em Psicologia pelo Programa de Clínica y Aplicaciones del Psicoanális, na Universidade de Barcelona (2001), Espanha. Exerceu cargo de diversos na Universidade Católica de Minas Gerais, Compôs equipe que construiu o projeto do Programa de Pós-graduação da PUC Minas e nele está desde sua implantação. Atua na área de Psicologia com ênfase em Tratamento e Prevenção Psicológica, principalmente, nos campos da psicanálise, psicopatologia e formação e inserção profissional dos psicólogos. É analista praticante, membro da Escola Brasileira de Psicanálise, Seção Minas Gerais, e da Associação Mundial de Psicanálise (AMP). Está na Vice-coordenação do GT Psicanálise em Redes: teorias e práticas acadêmicas e profissionais, e na universidade a psicanálise tem sido enfatizada em sua interlocução com a realidade social, como pode ser visto nos projetos de pesquisa realizados e orientados. Bolsista de Produtividade em Pesquisa,Cnpq, nível PQ - 2.
Resumo:
Esta obra abrange de forma bem sucinta, mas com um conteúdo bem rico, toda construção de conceitos que favoreceu o campo dos diversos temas que envolve a clinica psicanalítica. Freud tem uma participação ativa quando busca por sinais e sintomas clínicos e trata das práticas médicas, principalmente buscando caracteriza-las no campo psicológico. Nesse período surgem várias obras destinadas a dar sentido não fisiológico às “doenças”, mas com o cuidado de colocar uma perspectiva cientifica aos seus estudos. Freud passa a utilizar o termo “psicopatologia” e dá um novo sentido na história das “doenças mentais, mudando conceitualmente o olhar da psiquiatria da época. O texto retoma os conceitos de neuropsicoses e suas hipóteses, tece comentários sobre o recalque e do narcisismo. Mostra como Freud inicia os estudos sobre a sexualidade infantil. Esclarece um novo dualismo do aparelho psíquico e tenta estabelecer o que diferencia as patologias da neurose e psicose. E ao final comenta da importância do legado deixado por Freud e comenta sobre a importância de Lacan que vem esclarecer os ponto “em aberto” deixados por ele.
Principais pontos do texto:
E bem claro as contribuições de Freud que o estudo da psicanálise contribuiu em prol de uma nova visão das questões dos sintomas da clinica psicanalítica.
Partindo dos paradigmas de Georges Lanteri-Laura, onde este foca a sua análise no período de 1793 a 1977 por conta do importante trabalho de Pinel e a demarcação pela morte de Henri Ey, no ano de 1978.
Foucault já havia conceituado sobre a concepção social e cultural da loucura se modifica com o conceito médico de “alienação mental”. Em 1977, as patologias havia se multiplicado de forma desordenada e no paradigma das grandes estruturas, elas passam a ser ordenadas, como exemplo em relação às diferenças entre neurose e psicose o que ajudou a psiquiatria a organizar o que não correspondia a lesões cerebrais.
Vale notar, a partir de Lanteri-Laura, sobre a grande influência da psicanálise para a ordenação de um campo psicopatológico.
Em a “A clínica transformada, Jean-Martin Charcot teve grande contribuição para a orientação data Freud” em direção às neuroses. Com Ernst von Feuchtersleben, surge o termo psicose que era usado para designar manifestações psíquicas da enfermidade da alma, sejam neuroses ou a própria loucura.
A abordagem Freudiana do adoecimento neurótico comporta uma concepção dinâmica e nos casos de neuroses, muito precocemente, há uma escolha inconsciente, subjetivas, que o desencadeamento da neurose evidenciava. Já para Breuer, histeria ocorria devido a estados de consciência peculiares – os “estados hipnoides”.
O fator característico da histeria é a capacidade de conversão, parte importante da histeria. Freud introduziu fazendo referencia à sexualidade e ao inconsciente na formação dos sintomas, que pouco a pouco foi tomando corpo em sua obra.
Também a referencia anamnésica realizada por Freud, em seus pacientes, permitiu-lhe uma investigação cientifica sobre a etiologia da neurose. Ele descobriu que o próprio paciente oculta o conhecimento e seu próprio estado por relutância em pensar ou mencionar perturbações e acontecimentos traumáticos.
Isso levou-o a ir além das limitações do método e o influenciou a continuar os estudos da neuropatologia em Paris, onde encontrou com Charcot. Esse encontro fez com que ele desse as costas para a neurologia e se voltasse para a psicopatologia no princípio de dezembro de 1885.
Em seguimento, Freud desenvolveu uma noção de aparelho psíquico que supõe uma visão energética, um sentindo inconsciente possível de interpretação que visa à busca de sentido nas diversas manifestações patológicas e na vida corrente, problematizando a fronteira radical, até então existente, entre normal e patológico.
Em “Freud e a psicologia”, sua visão era extrair da psicopatologia um lucro para a psicologia normal. Freud então, através de seus livros como “A interpretação dos sonhos”, vem dizer que a pesquisa psicológica havia situado o sonho como o primeiro elemento de uma classe de fenômenos psíquicos anormais. Também sugere que os médicos deveriam se dedicar, algum dia, a uma “psicologia dos sonhos” que seria um modo de apreendermos a novidade da perspectiva psicanalítica em psicopatologia. Neste mesmo livro, o mecanismo de formação dos sonhos é elucidado a partir de conflito entre duas forças psíquicas: uma concernente ao desejo e outra a censura que leva à deformação.
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