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Psicopatologia: A perspectiva freudiana.

Por:   •  20/11/2019  •  Resenha  •  1.656 Palavras (7 Páginas)  •  357 Visualizações

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PONTIFICIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MINAS GERAIS

Faculdade de Psicologia

Curso de Psicologia, Campi Coração Eucarístico

Disciplina: Psicopatologia II

Referência Bibliográfica:

FERRARI, I. F; LAIA, S. Psicopatologia: a perspectiva freudiana. In: BESSET, V. L.; CARNEIRO, H. F. (Orrg.) A soberania da clínica na psicopatologia do cotidiano. Rio de Janeiro: Garamond, 2009. P. 183-214.

Informações sobre o autor:

Ilka Franco Ferrari se graduou em Psicologia pela Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUC-MG), em 1981, e realizou seu doutorado em Psicologia pelo Programa de Clínica y Aplicaciones del Psicoanális, na Universidade de Barcelona, em 2001, na Espanha. Professora da PUC-MG, com experiências de ensino na graduação, pós-graduação e em funções administrativas. Compôs equipe que construiu o projeto do Programa de Pós-graduação da PUC-MG e nele está desde sua implantação. Atua na área de Psicologia com ênfase em Tratamento e Prevenção Psicológica, principalmente, nos campos da psicanálise, psicopatologia e formação e inserção profissional dos psicólogos. É analista praticante, membro da Escola Brasileira de Psicanálise, Seção Minas Gerais, e da Associação Mundial de Psicanálise (AMP). Está na Vice-coordenação do GT Psicanálise em Redes: teorias e práticas acadêmicas e profissionais, e na universidade a psicanálise tem sido enfatizada em sua interlocução com a realidade social, como pode ser visto nos projetos de pesquisa realizados e orientados. Bolsista de Produtividade em Pesquisa no Cnpq, nível PQ – 2.

Sérgio Laia possui graduação em Psicologia pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), em 1986, mestrado em Filosofia pela UFMG, em 1991 e doutorado em Estudos Literários pela UFMiG, em 1999. É Professor titular, com Dedicação Integral, do Curso de Psicologia da Universidade Fundação Mineira de Educação e Cultura (FUMEC). Leciona no Curso de Psicologia e no Mestrado em Estudos Culturais Contemporâneos da Universidade FUMEC. É pesquisador do CNPq, nível PQ – 2..

Resumo: 

Esta obra é um condensado de informações que traz ao leitor esclarecimentos sobre o desenvolvimento da psicopatologia e a contribuição que a psicanalise fez a ela. No texto encontramos um percurso histórico da psicopatologia desde o século XVIII até a metade do século XX, com o fim dos estudos freudianos, refazendo o percurso das principais obras e seus desenvolvimentos teóricos.

Principais pontos do texto: 

Os autores iniciam o texto afirmando sobre um consenso entre os estudiosos de que a psicanálise freudiana favoreceu a construção de um modelo de abordagem através dos tipos clínicos.

Lanteri-Laura organiza a história da psiquiatria em três paradigmas. Sendo eles: alienação mental, enfermidades mentais e grandes estruturas. Esse paradigma vem de uma análise que Lanteri-Laura faz do período de 1793 a 1977, datas que foram escolhidas pelo autor pelo importante trabalho de Pinel em 1793 e pela morte de Henri Ey em 1977.

  Dentre esses três paradigmas a psicanalise se destacou e fez a diferença, no paradigma das grandes estruturas. Esse paradigma vem para ordenar as patologias que haviam se multiplicado de forma desordenada com a noção de “enfermidade mental”, para isso as contribuições da psicanalise foram fundamentais para que a psiquiatria organizasse o que não correspondia a lesões cerebrais evidentes e a fatores exógenos evidentes O paradigma da grandes estruturas surge devido a uma tensão entre a clínica e a psicopatologia, tendo seu início marcado em 1926, com a intervenção de Bleuler no congresso de psiquiatria de Genebra.

 No tópico da clínica transformada, Charcot orientou Freud em direção aos estudos das neuroses. Mas a neurose já existia, foi inventada por Cullen, e era utilizada para nomear um grupo de “enfermidades nervosas”. Antes de Freud as fobias e obsessões não faziam parte do campo das neuroses.Com Feuchtersleben surge o termo psicose, para ele toda psicose era também uma neurose, mas nem toda neurose era uma psicose. Até o fim do séc. XXI a psicose era vista como sinônimo de psicopatia. Antes de Freud a diferença entre psicose neurose não era clara, Freud procura demarcar o diagnostico diferencial entre neurose e psicose.

Freud procurava por sinais e sintomas clínicos, o seu diferencial foi não desconsiderar os sinais que a medicina não explicava, se interessando por aquilo que era tido como uma simulação, justamente porque a medicina não encontrava um fator biológico que causasse as paralisias das histéricas. Desse modo, Freud se afastou da etiologia orgânica e do plano da consciência que eram os pilares da psicopatologia na época.

        No final do século XIX, Freud escrevia os casos clínicos para estabelecer a objetividade dos fatos, abrindo assim novas perspectivas para a psicopatologia.

Para Freud o adoecimento neurótico comporta uma concepção dinâmica, nos casos de neurose muito precocemente havia uma escolha inconsciente, subjetiva, que o desencadeamento da neurose evidenciava. Para ele a etiologia da neurose era sexual e só poderia ser cingida através das palavras, através da transferência.

O fator característico da histeria é a capacidade de conversão, parte importante da histeria, onde a pessoa possui um tipo de aptidão para transpor grandes somas de excitação para enervação somática.  

A referência anamnésica realizada por Freud, em seus pacientes, permitiu uma investigação cientifica sobre a etiologia da neurose. Ele descobriu que o próprio paciente oculta o conhecimento e seu próprio estado por relutância em pensar ou mencionar perturbações e acontecimentos traumáticos.

Foi fundamental a decisão de Freud ir para Paris e se encontrar com Charcot, dando as costas para a neurologia e focando os estudos na psicopatologia. Influencia por Charcot Freud caminha nos estudos, construindo ideias que modificaram radicalmente a compreensão do psiquismo humano. Freud desenvolveu a noção de aparelho psíquico, que supõe uma visão energética, um inconsciente passível de interpretação, uma noção de tratamento que busca sentido inconsciente nas manifestações patológicas, problematizando a definição de normal e patológico.

Freud então adota um registro epistêmico diferente da psiquiatria. O sintoma era visto pela medicina como o indicativo de uma patologia, Freud o percebe como produto do recalque, do retorno deformado do recalque, comportando uma satisfação pulsional. É através do sintoma que ele busca recuperar elementos inconscientes dissociados pelo recalque, pois no tratamento psicanalítico o sintoma deve ser objeto de um trabalho d deciframento. Freud traz uma nova perspectiva para os problemas mentais.

Ao longo da história de Freud podemos observar que ele utiliza o termo psicopatologia, mas mostra que a sua psicopatologia é diferente das apresentadas no decorrer da história das classificações das doenças mentais, e mesmo em seu próprio tempo.

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