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REDUÇÃO DE DANOS

Por:   •  12/9/2015  •  Trabalho acadêmico  •  704 Palavras (3 Páginas)  •  287 Visualizações

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REDUÇÃO DE DANOS

        A redução de danos é um movimento internacional, iniciado na Inglaterra, que surgiu no Brasil, em resposta à crescente propagação da AIDS na década de 80 devido ao compartilhamento de seringas para uso de drogas injetáveis. Redução de danos é um conjunto de políticas e práticas que vem se consolidando como um importante movimento, impulsionando uma política de drogas democráticas e que tem como principal objetivo reduzir os danos relacionados ao uso de drogas psicoativas para pessoas que não podem ou não desejam parar de utilizar drogas. Tal política tem como proposta abordar o fenômeno do uso das drogas de uma forma mais realista, pragmática, sem julgamento de valor e que possa reduzir os danos tanto individuais quanto sociais no uso de drogas licitas e ilícitas.

        Para cumprir essa proposta, a prática conta com o principio de focar na prevenção dos danos, ao invés da prevenção do uso das drogas, de forma compromissada com a saúde publica e os direitos humanos, esses princípios encorajam o dialogo aberto, o processo consultivo e o debate entre todos segmentos da sociedade.

        A política de redução de danos acredita que muitas pessoas não conseguem ou não querem parar de usar drogas. A partir dessa crença, tal política também acredita na necessidade de existência de informações, serviços e outras intervenções de reduções de danos que ajudem os indivíduos a se manterem seguros e saudáveis. A maior parte das ações realizadas são de baixo custo, fáceis de implementar e tem uma alto impacto na saúde individual e comunitária e visam minimizar os efeitos decorrentes do uso de drogas.

        Na problemática do uso de drogas, estamos inseridos em uma sociedade em que os usuários não são reconhecidos como cidadão e não tem os seus direitos respeitados. Historicamente, o Brasil apresenta três olhares sobre tais usuários. O primeiro é o olhar da saúde, que vê o uso das drogas a dependência química e propõe como solução o tratamento em clínica psiquiátrica. Tal olhar, divide a sociedade em dois grupos a partir da sua condição monetária: os que possuem uma condição elevada, são direcionadas as clínicas particulares e os que não tem renda acessível, buscam ajuda em centros de serviço como o CAPS AD - Centro de Apoio Psicossocial Álcool e Drogas -. O segundo olhar é o olhar judiciário, que vê o uso como delito. Nesse olhar, a solução para o problema é a punição, que acaba dividindo novamente a sociedade em dois grupos: os que podem contratar advogados e os que não podem. Existe ainda o terceiro e o mais antigo dos olhares, o religioso, que vê os usuários de drogas como pecadores.

        Em contra partida a todos esses olhares, temos o olhar da redução de danos que não acredita que o uso de drogas seja apenas uma doença, um delito, ou somente um pecado. A política vê o uso de drogas com um olhar baseado na cidadania, e a cidadania vê como direito. Portando, é necessária esta política que leve em consideração quem são os usuários e o seu estilo de vida.

        Atualmente, mesmo oficializada, a redução de danos se encontra sem consenso no Brasil e um dos maiores obstáculos para a sua efetiva implantação é a acusação de que ela incentivaria o consumo de drogas, com gastos desnecessários e que o objetivo deveria ser a desintoxicação total. Apesar de tamanhas dificuldades e oposições  a prática vem crescendo, devido a dificuldade do controle de drogas ilícitas e minimizando cada vez mais riscos como: suicídio, overdose, acidentes, prejuízos cerebrais e doenças transmissíveis como a AIDS e  a hepatite.

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