RELATÓRIO SOBRE A VISITA NO GRUPO DE IDOSOS DO CRAS DE ACARAÚ.
Por: Andrezza Viana • 17/2/2016 • Trabalho acadêmico • 3.163 Palavras (13 Páginas) • 2.060 Visualizações
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CURSO: PSICOLOGIA, 8º PERÍODO.
DISCIPLINA: TEORIAS E PROCESSO GRUPAIS
PROFESSOR: GILMÁRIO.
ACADÊMICAS: ANDREZZA ROCHA VIANA E KARLA DE FÁTIMA MELO MENEZES.
RELATÓRIO SOBRE A VISITA NO GRUPO DE IDOSOS DO CRAS DE ACARAÚ.
SOBRAL – 14 DE DEZEMBRO DE 2015.
CARACTERÍSTICAS GERAIS.
Dentre os variados grupos existentes, escolhemos observar um grupo de idosos. A visita foi realizada no dia 02 de dezembro, às 15 horas, no Centro de Referência de Assistência Social (CRAS), que está localizado na cidade de Acaraú-Ceará. Primeiramente, entramos em contato com a psicóloga do CRAS para verificar o dia disponível para realizar a visita e para explicar a finalidade da visitar um grupo, que seria observar a dinâmica grupal. Porém, ocorreu um mal entendido, onde a psicóloga entendeu que apesar de observamos o grupo, iríamos também ministrar uma palestra. Assim, ao chegarmos lá a coordenadora do CRAS ficou bastante chateada, pois não havia preparado nada para aquele dia, devido ao engano. Então, ela resolveu falar sobre uma confraternização para o fim de ano entre eles e também nos solicitou conversar com dois idosos sobre a dinâmica do grupo.
Desse modo, este é um grupo de serviço de convivência e fortalecimento de vínculos, que está constado na resolução de 11 de novembro de 2009 onde é trabalhada a proteção social básica, ou seja, a prevenção e a promoção da saúde. Todas as quartas-feiras, o grupo se reúne e dentre os variados modos de trabalho desenvolvidos para com estes (lúdico, esportes, lazer, brincadeiras, danças, oficinas), são organizados também palestras contra a violação de direitos, a violação doméstica e a violação sexual, como informativo para eles. Entretanto, há o programa de domicílio para idosos, que é destinado para aqueles idosos que não podem se deslocar até os centros de referências, então o assistente vai até a residência desse idoso.
O presente grupo surgiu no ano de 2009, especificamente no mês de novembro, segundo relatos da atual coordenadora. Ele funciona uma vez por semana, todas as quartas-feiras como já foi dito, com duração de cerca de uma hora. O grupo se firmou no CRAS, quando a equipe da ação social e os profissionais tais como assistente social, se deslocaram até a comunidade apresentando a importância da criação do grupo de idosos e a partir daí foi surgindo interesse por parte dos moradores. Segundo os relatos de alguns idosos no qual tivemos contato, de início o grupo começou com poucas pessoas, mas hoje ele está bem numeroso, tendo aproximadamente trinta pessoas entre homens e mulheres.
Dessa maneira, consideramos importante no decorrer da observação, conversarmos com dois idosos que estavam há algum tempo no grupo e que pudessem nos relatar a cerca de suas vivências, sentimentos, pensamentos e também a maneira de como eles se veem, suas percepções e seus questionamentos. Entretanto, conversamos primeiramente com um dos idosos que está no grupo há exatamente dois anos, onde o mesmo nos relatou o seguinte:
“O grupo é um lugar onde eu me sinto acolhido, me sinto muito bem. Sinto-me até mais jovem.” ( Paulo, Casado, idoso, há 02 anos no grupo de idosos).
Entrevistamos também a senhora Margarida Maria, que já está no grupo há seis anos, onde considera o grupo da seguinte forma:
“Tenho essas pessoas como uma segunda família onde compartilho meus sentimentos, minhas histórias de vida com pessoas da terceira idade. Me distraio muito, pois aqui tem muita jogos, oficinas, danças, carnavais. É muito bom. Eu não perco.”. (Margarida Maria, 80 anos, idosa, viúva).
A partir dos relatos, podemos perceber que para os idosos, fazer parte de um grupo é uma forma de romper com o cotidiano das tarefas de casa e das obrigações com os filhos e netos, momento em que eles buscam conhecimentos e desfrutam de “liberdade” durante essa fase da vida, reconhecendo suas potencialidades. Observou-se que muitos idosos alegaram que um dos motivos da participação nos grupos de convivência, é estar com pessoas da mesma idade e buscar uma atividade com a finalidade de dar um sentido para a vida. Portanto, essas redes de relações ocorrem para o bem-estar de cada um.
Todavia, estar em relação e em contato com outras pessoas é uma necessidade que vem desde o início ao fim da nossa vida. É a partir das relações que o ser humano se desenvolve, descobre o mundo e a si mesmo, construindo assim sua identidade. A vida social é composta por estas características: relação, contato, singularidades e assim ocorre nos grupos sociais.
O grupo surgiu com a finalidade de fortalecer os vínculos tanto dentro de casa como nas relações de mãe e filho, avó, neto e não somente. Portanto, este vem com o objetivo de buscar firmar essas relações, ajudando cada um a se reestruturar enquanto ser, bem como forma de assegurar o direito dessas pessoas, como forma de promover o acesso as políticas, bem como a saúde e a cultura, para que os idosos busquem seus direitos como cidadãos.
RELAÇOES GRUPAIS.
Sobre os tipos de lideranças, percebemos que um dos idosos que conversamos o Sr. Paulo, assume um tipo de liderança frente ao grupo, pois este cotidianamente realiza palestras sobre alcoólicos anônimos, visto que ele participa de outros grupos além do de idoso. Ele é um homem bastante participativo e engajado nas atividades do grupo, assim como é compromissado com seus afazeres e muito sábio. Conversar com ele foi enriquecedor e gratificante.
No entanto, não existem papéis estabelecidos para cada um no grupo, visto que, de acordo com a visita percebemos que no grupo como um todo quem estabelece o que vai acontecer são as assistentes sociais, juntamente com a coordenadora e a psicóloga, que tomam frente para realizar as atividades no grupo dos idosos.
Enfim, participar da vivência com o grupo de idosos do CRAS de Acaraú foi de grande relevância tanto para nossa formação profissional, como para nossa vida pessoal. Estar observando toda a felicidade que acontecia naquele momento com os idosos, aquela dinâmica grupal estabelecida entre eles, foi de suma importância ver como é interessante as relações grupais e como estas são importantes para a vida das pessoas, para a sociedade.
REFLEXÃO TEÓRICA.
Lane (1984) destaca o grupo como uma condição necessária para conhecer as determinações sociais que agem sobre o indivíduo, bem como sua ação como sujeito histórico, partindo do pressuposto que toda ação transformadora da sociedade só pode ocorrer quando indivíduos se agrupam. No entanto, a função do grupo é definir papéis e consequentemente a identidade social dos indivíduos, garantindo sua produtividade social.
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