RESENHA CRÍTICA: CRIANÇAS EXPOSTAS A VIOLÊNCIA CONJUGAL: AVALIAÇÃO DO DESEMPENHO ACADÊMICO
Por: sophiasahd • 14/6/2019 • Resenha • 672 Palavras (3 Páginas) • 311 Visualizações
RESENHA CRÍTICA:
CRIANÇAS EXPOSTAS A VIOLÊNCIA CONJUGAL:
AVALIAÇÃO DO DESEMPENHO ACADÊMICO
O artigo “Crianças Expostas a Violência Conjugal: Avaliação do Desempenho Acadêmico” de Patrícia Georgia Brancalhone, José Carlos Fogo e Lúcia Cavalcanti de Albuquerque Williams, expõe que a violência doméstica abrange a agressão de crianças, de cônjuges de ambos os sexos e de idosos (Sadock, 1996), podendo incluir variados tipos de ataques, sendo eles físicos ou psicológicos. Dados revelam que no Brasil, as estatísticas sobre o assunto são alarmantes e ainda se fala menos que o necessário sobre tal questão. Uma pesquisa realizada por Hilton (1992) com vítimas femininas de violência revelou que 55% das mulheres relataram que seus filhos testemunharam agressões físicas ou psicológicas que as mesmas sofreram.
De acordo com Graham-Bermann (1998), são incontáveis os fatores que interferem no modo que a criança vai lidar com a experiência de presenciar a agressão da mãe, sendo que algumas dessas crianças irão apresentar problemas de ajustamento. Há evidências crescentes de que crianças que presenciam violência conjugal correm risco de enfrentar diversos impasses psicossociais, elas podem reagir de muitas maneiras diferentes ao se depararem com essa situação: podem intervir, se isolarem ou se tornarem agressivas. Esses comportamentos podem ser adaptativos no contexto da violência familiar, mas são desajustados em outros contextos.
O estudo evidencia uma pesquisa que comparou crianças expostas à violência conjugal com crianças não expostas, avaliando o desempenho acadêmico de 15 crianças do ensino fundamental que sofreram ou sofrem algum tipo de violência conjugal e 15 crianças que não sofreram ou sofrem algum tipo de violência conjugal. Estas, da mesma idade, nível socioeconômico, configuração familiar e sexo. Os professores das respectivas crianças forneceram o boletim escolar e responderam a Escala de Avaliação da Performance Acadêmica (EAPA).
Descrevendo os participantes, o material indica que os sujeitos foram crianças com idade entre 07 e 11 anos do ensino fundamental de escolas estaduais e municipais do município de São Carlos, sendo divididas entre dois grupos. As mães destas denunciaram a violência sofria na Delegacia da Mulher de São Carlos (DDM) e que conviviam com uma figura masculina até a data do procedimento. De acordo com Fantuzzo e Lindquist (1989) e Graham-Bermann (1998), é essencial investigar se a criança tem sido vitima da violência, visto que existem evidencias que mostram que os filhos de mulheres agredidas possuem alto risco de se tornarem vitimas. Para dar continuação a pesquisa, a autora Patrícia George Brancalhone frequentou a Delegacia da Mulher de São Carlos (DDM) no período de agosto de 2001 a novembro de 2002 e debateu com as mulheres que fizeram denuncias de agressão física. Também foi utilizada a consulta aos boletins de ocorrência registrados por mulheres que sofreram agressão por parte do companheiro. Após a aplicação de entrevistas, testes e escalas com as mães e crianças, pode-se obter o resultado, trazendo a tona que 93% das crianças do primeiro grupo presenciaram a violência sofrida pela mãe, resultados contraditórios tornaram difícil a interpretação dos resultados, em virtude de que a pesquisa não encontrou diferenças no desempenho acadêmico das crianças expostas a violência quando comparadas as não violentadas. Este fato não significa que as crianças não possam apresentar problemas de outra natureza, como medo, depressão, entre outros. Durante a pesquisa foi tomado o cuidado para não expor aos professores quais crianças ou sofreram algum tipo de violência e a partir dos resultados, foi possível entender que pelo menos 14 crianças presenciaram pelo menos um episódio de agressão da mãe, e 07 estavam convivendo com a violência conjugal há pelo menos 5 anos.
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