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RESENHA SOBRE O ESPETÁCULO DAS RAÇAS: AS FACULDADES DE MEDICINA OU COMO SANAR UM PAÍS DOENTE

Por:   •  1/7/2018  •  Resenha  •  1.074 Palavras (5 Páginas)  •  1.272 Visualizações

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universidade do estado do rio de janeiro[pic 1][pic 2]

centro de educação e humanidades

instituto de psicologia

curso de graduação em psicologia

LUIZ GUSTAVO MARTINS ACCIOLY

RESENHA SOBRE O ESPETÁCULO DAS RAÇAS: AS FACULDADES DE MEDICINA OU COMO SANAR UM PAÍS DOENTE

Lilia Moritz Schwarcz

Trabalho apresentado à disciplina Emergência e Constituição da Psicologia, ministrada pela professora Ana Maria Jacó-Vilela, para obtenção de nota parcial na disciplina no curso de graduação em Psicologia, da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ).

Rio de Janeiro

2018

        Essa resenha é baseada no capítulo intitulado “As Faculdades de Medicina ou Como Sanar um país doente”, do livro “O Espetáculo das Raças”, de Lilia Mortiz Schwarcz. A autora é formada em história e é mestre e doutora em antropologia social, pela USP, além de lecionar Antropologia em tal faculdade.

        O capítulo tem como objetivo fazer um panorama histórico-social da medicina no Brasil, iniciando-se na época da Colônia, focando na constituição das primeiras faculdades, a partir da vinda da família real portuguesa e do surgimento de uma medicina preventiva. Schwarcz aborda, também, a questão racial, ao comparar os estudos feitos no Rio de Janeiro com os da Bahia.

        Primeiramente, é apresentado o modo como a medicina surge no Brasil. Por ser impedida de fundar instituições de ensino superior durante séculos, a Colônia dependia de um atendimento médico não autorizado e pouco profissional, realizado por pessoas não qualificadas, como os “endiretas” e “barbeiros”. No entanto, com a chegada da família real ao nosso país, fez-se necessária a criação de escolas aptas a formar profissionais, em meio ao aumento de problemas higiênicos e sanitários.

        Em dezoito de fevereiro de 1808, d. João VI criou a “Escola Cirúrgica” na Bahia, em que ficaram explícitas as utilidades práticas da nova escola e as instruções para o seu funcionamento. O regente, em dois de abril do mesmo ano, inaugurava a escola cirúrgica do Rio de Janeiro. Porém, em 1810 d. João cria uma ordem régia em que três alunos da escola seriam mandados à Europa para treinamento. A autora indica que esse ato mostrou pouca confiança nos professores brasileiros. Com a reforma de 1813 do projeto do Dr. Manuel Luis Alvaro de Carvalho, as duas escolas citadas aqui se transformaram em academias e indica uma institucionalização dos cursos médicos.

As faculdades de medicina no Brasil sofreram grandes transformações até tornarem-se o que são hoje em dia: a duração variou de quatro a seis anos; de cursos em hospitais a disciplinas em universidades. É apontado pela autora que a escola, especialmente a carioca, era frequentada, em sua maioria por grupos sociais e economicamente privilegiados, que desrespeitavam os mestres, caso fossem mais humildes (SCHWARCZ, 1995). Já na escola baiana, as relações entre alunos e professores não era diferente, visto que havia falta de material didático e de equipamentos, esses inferiores aos cariocas.

As epidemias de cólera, febre amarela, varíola e outras doenças, chamavam atenção para a “missão higienista”. Adicionando o contexto da Guerra do Paraguai, que retornavam doentes e aleijados, era uma demanda imediata de médicos. Ainda com o aumento na criminalidade das cidades e as doenças que eram trazidas por alguns grupos de imigrantes. Diante disso, a autora escreve que foi redefinida a atuação médica no país, onde surgiu a figura do “médico missionário”, obstinado em sua intenção de cura e intervenção. A partir de então, as revistas médicas se tornaram bastante influentes, já que era um resumo das grandes características da medicina feita no Brasil, no final do século XIX e início do XX (SCHWARCZ, 1995).

        A partir de meados do século XIX, surge uma nova opção para os profissionais de medicina: o jornalismo cientifico. Eram redigidas contando com um material de relatórios, monografias, artigos, conferências e comunicações. As duas revistas selecionadas pela autora no capítulo: “Gazeta Medica da Bahia” e a carioca “Brazil Medico” foram diferenciadas do resto, pela grande difusão e longa duração (SCHWARCZ, 1995).

        É citado no capítulo que apesar das diferenças internas e das oscilações temáticas, há características comuns a ambas as revistas. O intercâmbio acentuado de informações entre os dois órgãos. Da Bahia, vêm estudos sobre “medicina legal” e, a partir dos anos 20, os ensaios sobre “alienação e doenças mentais”. Do Rio de Janeiro, partem os textos sobre “higiene pública”, modelos de combate às grandes epidemias que infectam a nação (SCHWARCZ, 1995).

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