Repensando a Educação
Por: Joice Franck • 12/5/2018 • Ensaio • 1.185 Palavras (5 Páginas) • 147 Visualizações
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REPENSANDO A EDUCAÇÃO
Acadêmica: Jóice Antunes Franck
Professora: Valéria De Bettio Mattos
Universidade Federal de Santa Catarina
17/04/17
1 INTRODUÇÃO
“É preciso se capacitar dentro e fora da escola para competir”, essa é uma máxima de consenso quase que universal, que resume o sucesso ou o fracasso na vida das pessoas, ou seja, todos tem consciência que a educação é a ferramenta fundamental na construção das oportunidades de prosperidade das nações, explicando-se assim, o grau de desenvolvimento alcançado por alguns países, grupos ou comunidades e que o mesmo é também o caminho necessário para a recompensa financeira, que proporciona boa parte da felicidade humana.
Essa máxima comprova-se no fato, de países que recentemente tiveram um crescimento financeiro muito grande, mas antes disso, criaram um pacto pela educação, onde essa passou a ser prioridade no país. Pode se aqui citar o caso da Coréia do Sul, que até 1960, apresentava níveis sociais e econômicos comparáveis aos países mais pobres da Ásia e o seu PIB após a guerra de 1950-1953, menores que nações como o Senegal e Moçambique. Porém, de acordo com o Programa Internacional de Avaliação de Alunos (PISA) de 2010, os Sul-coreanos ficaram em quinto lugar na prova que testou seus conhecimentos. Além deles, há outros países como a Irlanda e o país com o melhor índice no PISA, a Finlândia. Em contra partida, há países na África e America Latina cujos índices educacionais e econômicos são tão baixos em ambos os aspectos que só tendem a corroborar para essa afirmativa.
2 DESENVOLVIMENTO
Mas lamentavelmente, essa máxima não é uma unanimidade. No capitulo nove do livro Desencanto e Utopia de Pablo Gentili, cujo título é: Educar contra humilhação, o autor contesta essa forma de pensar. Sua posição contrária é justificada com argumentos como o fato de serem usados dados comparativos de crescimentos econômicos e níveis educacionais contrastantes, como o caso da Coréia do Sul, Irlanda e países pobres da África ou mesmo da América Latina. O mesmo ainda questiona qual o valor da educação, qual o papel dela na formação da sociedade, pois ele acredita que a educação como está desenhada no Brasil hoje, só tende a formar pessoas cada vez mais preparadas para a competitividade e que essa sempre terá os segregados, ela nunca será igualitária, sempre haverão vencedores e perdedores.
Não podemos dizer que seus argumentos não sejam plausíveis, em partes, eles são bastante pertinentes, mas creio que uma releitura mais criteriosa e mais pontual em cima dos questionamentos levantados, nos leva a contestar parte deles e a fazer outros apontamentos.
Comecemos pelo questionamento da relação entre índice de educação x desenvolvimento econômico que o autor acredita não ter vinculo direto e que os dados usados são sempre casos extremos. Mas uma rápida pesquisa de índices divulgados não só pelo PISA, como a Social Progressive Indez SPI, divulgou recentemente os dez melhores sistemas de educação no mundo e coincidentemente, são os países mais ricos e com os melhores índices de desenvolvimento, portanto, não tem como negar que a educação é a responsável pelo crescimento de uma nação. Mas seria ingênuo pensarmos que ela é responsável isoladamente, juntamente com a educação, vem a consciência do seu verdadeiro papel, a mudança da cultura das famílias e da sociedade. Prova disso é a importância que a educação tem hoje na Coréia do Sul e nos países mais desenvolvidos, onde o aluno passa o dia todo na escola, os professores são fortemente preparados e selecionados e tem autonomia para trabalhar e ser professor em um desses países é um privilégio e não mais uma opção como é no Brasil.
Em outra parte do texto, o autor trás dados da distribuição de riquezas no mundo, alegando com isso, que apesar da educação de referencia em alguns países, a distribuição de renda continua totalmente desproporcional. De fato, o crescimento dos países cuja educação é prioridade, não tem uma ligação tão direta para um nivelamento da distribuição da riqueza, pois essa ainda continua sendo discrepante, mas por outro lado, o autor não considera que o crescimento do país, traz consigo um aumento considerável do IDH, que dá condições das pessoas terem melhor qualidade de vida, portanto há sim discrepâncias, mas há um significativo nivelamento das rendas da população.
Gentili também afirma que a educação precisa ser democrática e universal, que a competitividade que o modelo que a democracia apresenta é segregaria e que de fato no Brasil ela é. É quase utópico pensarmos em uma democracia capitalista onde todos têm as mesmas chances e as mesmas condições, onde não há vencedores e perdedores, porém, se olharmos para os países com as melhores educações, vamos notar que existe uma visão educacional muito diferente da nossa.
Primeiramente a educação é a maior prioridade do governo, o investimento na qualificação e valorização do professor, nem se compara com nossos índices. Depois vemos um sistema como o da Finlândia, que preza por uma educação igualitária, onde todos os cidadãos são competentes, independente do que eles queiram fazer, as carreiras técnicas são tão bem recebidas como as universitárias, porque todas são fundamentais para a sociedade. Muito diferente do Brasil, onde a escola publica tem o papel de formar apenas mão de obra barata para o chão de fabrica, uma massa de força sem opinião própria, onde facilmente pode ser manipulada para servir aos interesses de políticas que visam o beneficio próprio e a formação dos pensantes, se dá em escolas particulares, com acesso muito restrito.
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