Resenha: Formação do Psicólogo Clínico na Perspectiva Fenomenológico-existencial: dilemas e desafios em tempos de técnicas
Por: Lucas Faria • 20/5/2020 • Resenha • 655 Palavras (3 Páginas) • 479 Visualizações
Resenha: Formação do psicólogo clínico na perspectiva fenomenológico-existencial: dilemas e desafios em tempos de técnicas
Lucas Faria Pinheiro
1) Dasein, ser-no-mundo e atitude fenomenológica na clínica
A autora nesse primeiro item do seu artigo reflete sobre o paradigma cientifico tradicional das ciências naturas onde a psicologia estar inserida e por isso cria-se uma exigência de uma clínica psicológica que atenda os critérios de cientificidade.
Ao adotarmos uma visão fenomenológica estamos indo na direção ‘’oposta’’ da psicologia dita como científica por ter fundamentos filosóficos diferentes da mesma e com uma perspectiva de Dasein, ser algo indeterminado e poder-ser, que vai ‘’contra’’ os parâmetros de tradicionais da cientificidade.
Também nos faz refletir sobre o que seria uma formação de um psicólogo clinico sabendo que atitude fenomenológica representa um modo-de-ser e por esse motivo impossível de ser objetificado e fluídica e até onde é possível desenvolver essa atitude que se baseia na experiência que é fluida. E como podemos desenvolver essa atitude fenomenológica por meio de reflexão meditante sobre a experiência sem que vire mais uma técnica
- Sobre a formação
A autora neste segundo item discorre sobre o que realmente seria a formação do psicólogo pois do ponto de vista fenomenológico sempre estamos em constante mudança por conta do nosso ser-no-mundo onde nunca está acabado definitivamente.
Aponta também que toda prática psicoterapêutica está indissociável pelo modo de ser do psicólogo, onde através de suas reflexões vai se desenvolvendo e sendo influenciada pela sua singularidade.
Também é discutido pela autora sobre o papel do psicólogo na sociedade onde o psicólogo clinico ‘’tem’’ que dominar as mais variadas técnicas se tornando um técnico e sendo apenas um ofertador de serviços se tornando um psicólogo clínico mecanizado.
- O lugar da compreensão na clínica fenomenológico existencial
A autora nesse item aborda o tema do lugar de compreensão na clínica fenomenológica existencial onde o psicólogo deve estar aberto para ser-no-mundo-com-o-outro junto de seu paciente, de se lançar no desconhecido onde os sentidos não são dados previamente dados.
Isso nos remete a uma posição onde a experiência vivida no momento do encontro terapêutico não poderá ser baseada somente nas técnicas e teorias. Assim sendo é em contado as profundezas nossa própria existência cotidiana que iremos encontrar os principais elementos que iremos constituir nossa identidade profissional
Em nossa abertura de nos permitirmos e experienciamos o ser-aí é onde os sentidos serão ‘’disponibilizados’’ conforme as possibilidades que surgem quando o psicólogo junto ao paciente/cliente estão abertos em estar-no-mundo-com-outros e ser-aí.
Somente quando o psicólogo se permitir experienciar o mundo com toda sua totalidade de seu ser-aí poderá criar e significar as teorias aprendidas em sua formação. Sendo assim podemos dizer que somente através do contato com seu Dasein que o psicólogo poderá compreender e estar aberto aos sofrimentos e demandas dos pacientes/clientes.
- pensamento meditante: um caminho
Nesse último item a autora nos ‘’aponta’’ um caminho para utilizar a ‘’técnica’’ fenomenológica em atendimentos clínicos onde o psicólogo reflete sobre as coisas, de forma aberta e serena que constitui o pensamento meditante. Sem se apegar aos rótulos e teorias e técnicas especificas, pois, o psicólogo não pode ser reduzido a sua escolha teórica e técnicas, mas sim a sua conduta e identidade profissional do terapeuta se dá em sua singularidade existencial como um todo.
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