Resenha Pacientes de Deificil Acesso
Por: crisoliveira90 • 4/10/2016 • Resenha • 574 Palavras (3 Páginas) • 2.659 Visualizações
ZIMERMAN,David E. Fundamentos Psicanalíticos: Teoria, técnica e clínica, Artemed 1999.
O capítulo 24 do Zimermam trata sobre o assunto: pacientes de difícil acesso, que segundo o autor a expressão “PDA” pertencente a Betty Josiph (1976) designa a pacientes que usa o recurso da dissociação, que representaria uma criancinha frágil, dependente e cheia de angústia. Outros autores como Joyce Macdhougll(1972), traz que o paciente de difícil acesso seria aquele que apresenta sérios obstáculos ao processo analítico, esses pacientes seriam portadores de um tipo de organização defensiva que resulta em uma característica difícil de ser modificada, enquanto que, para o autor Etchgoyen (1987), o critério de analisabilidade está relacionada unicamente à pessoa do paciente, essa acessibilidade está ligada ao vinculo desenvolvido entre analista e analisando numa relação contratranferencial e resistencial contra-resistencial de um determinado analista.
Para Zirmeman, os pacientes com organização bordeline, organização peversa, os de organização exageradamente narcisista são considerados analisandos mais regressivos, com fixação patológica pré-genitais de prevalência simbiótica-narcisista. Segundo o autor, o PDA está ligado a um fracassa ambiental em relação às necessidades de apego da criança, ou seja, ou tiveram mães indiferentes, ou mães intrusivas de uma passividade narcisista. Essas mães de certa forma usariam seus filhos com fins exibicionista, denegrindo assim a figura do pai, deixando-o como um terceiro excluído.
Segundo Zimerman, decorre daí um prejuízo na constância objetal, na construção básica e na passagem da indiferenciação, dessa forma, esses pacientes apresentam baixa tolerância a frustração e facilidade para sentir-se decepcionado, e com um vazio de morte. Para Zirmeman, a organização patológica do paciente de difícil acesso não é uma estrutura como entidade única, e sim composta de uma grande variedade de síndromes clinicas. Esses pacientes possuem uma organização patológica que age desde o próprio self, dificulta e impossibilita que o paciente entre em contato com a sua parte doente, impedindo assim o processo de mudança psíquica. Para o autor essa organização tem profundas raízes narcisistas, e se manifesta situado entre a posição esquizoparanóide, onde o paciente procura fugir para evitar as ansiedades persecutórias.
Zirmeman descreve os sintomas mais comuns como: uma sensação de vazio, confusão, falsidade, frágil autoestima, despersonalização e tendem a utilizar um discurso arrogante e radical. O autor pontua que pacientes muitos regressivos exercem pressão de toda ordem, no sentido de denegrir, eles usam também todas táticas possíveis conscientes e inconscientes, como ameaças, sedução, chantagem, alegação de desamparo, na tentativa de induzir o analista a cometer uma transgressão técnica, é comum que o paciente tente fazer uma inversão de papéis da relação analista-paciente. e esse apresenta uma incapacidade de reconhecer a sua responsabilidade na criação de seus problemas.
Para Zirmeman, esses pacientes apresentam uma incapacidade em reconhecer a sua responsabilidade na criação de seus problemas, e esse tipo de resistência pode criar um problema insolúvel para a análise. Com relação a transferência, é comum que esse paciente tente estabelecer alguma forma de conluio com o terapeuta, é necessário que o analista fique em alerta para não ficar identificado com o paciente numa contratransferência em seus aspectos perversos.
Na função continente, o autor cita que, o paciente deve internalizar suficientemente essa função para que possa assim conter suas próprias angustias, ao contrario o analista pode ser confundido com fraquezas, alimentando as fantasias de posse onipotente do paciente. Segundo Zimermam, existe um polimorfismo de manifestações clinicas, compostas por múltiplos manejos técnicos, por isso, se faz necessário esclarecer melhor o tipo de vinculo que se estabelece entre o analista e o paciente de difícil acesso.
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