Resenha crítica: Psicanálise e relações comunitária
Por: rona1327 • 1/4/2018 • Resenha • 772 Palavras (4 Páginas) • 1.163 Visualizações
RESENHA CRÍTICA
CREDENCIAIS DA AUTORA
Claudia Stella
Possui graduação em Psicologia pela Universidade Metodista de São Paulo (1992), mestrado em Psicologia (Psicologia Social) pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (2000) e doutorado em Educação: História, Política, Sociedade pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (2005). Atualmente é Psicóloga Clínica - Consultório Particular e Member of Child Studies Lab - Psychology - University of British Columbia. Tem experiência na área de Psicologia, com ênfase em Psicologia do Desenvolvimento Humano e Psicologia Transcultural, atuando principalmente nos seguintes temas: psicanálise, desenvolvimento humano, políticas públicas e expatriação.
PSICANÁLISE E RELAÇÕES COMUNITÁRIAS
RESUMO
A psicologia social comunitária se desenvolve a partir da crítica aos trabalhos que reproduzem o modelo assistencialista. E um dos objetivos da inserção do psicólogo na comunidade é a melhoria na qualidade de vida daquela população no sentido da promoção da saúde, educação e consciência.
A proposta do artigo é a reflexão sobre a contribuição da psicanálise com a escuta daqueles indivíduos, com seus conteúdos presentes desenvolvidos pela relação social. Possibilitando a partir daí intervenções éticas pelo psicólogo comunitário.
Ao falar de ética, Claudia Stella, lembra que independente da finalidade por que se vai adentrar em uma comunidade, deve-se fazê-lo com respeito, o entendimento e o diálogo deve passar pelo cuidado de não reproduzir o que já faz a sociedade. A psicologia se bem aplicada pode quebrar a visão assistencialista que sustenta os mais diversos trabalhos na área e contribuem para intensificar o processo de exclusão.
A autora usa textos de duas obras de Freud para desenvolver sua tese: O mal-estar na civilização e Psicologia de grupo e análise do ego. Numa das citações, ela reproduz o pensamento de Freud sobre socialização, onde ele diz que, o processo de socialização pode se caracterizar por uma adaptação ao mecanismo social mesmo com “sofrimento”, para a manutenção da sociedade e a sobrevivência humana.
CONCLUSÃO
Por que o sofrimento? Por causa do aspecto neurótico entre indivíduo e sociedade. Para sobreviver (ou conviver) de modo racional neste mundo, o homem precisa se adaptar e aceitar as regras impostas e criadas por ele mesmo. A cultura serve para proteger o homem das intempéries da natureza e facilitar suas relações interpessoais. Mas ao mesmo tempo aponta a contradição que é a inconsciliação entre os desejos do indivíduo e da sociedade que está inserido no processo de acomodação, onde ele vai renunciar a satisfação integral de seus desejos. Nesse antagonismo entre as exigências das pulsões e as da civilização, o homem se sacrifica para o bem da sociedade. Freud salienta que a civilização trava um constante luta contra o homem isolado e sua liberdade, substituindo o poder do indivíduo pelo poder da comunidade.
Em relação ao homem quando está em grupo, o sociólogo Le bom, argumenta que quando o indivíduo se liga a um grupo ele ganha um imenso poder de associação. Neste sentido, Freud lembra que este sentimento de pertencimento leva a uma perda dos indivíduos conscientes. Podem ser contagiados em tal grau que o sujeito sacrificaria prontamente suas necessidades e interesses pessoais em nome da coletividade. Assim, quaisquer sentimentos que ocorram dentro desse grupo influenciarão a todos eles. Freud sugere ainda, que o indivíduo no grupo é dirigido por instintos primitivos, e a única maneira de controlar um grupo é através de extremos, o grupo é impulsivo, intolerante e deseja ser governado. No grupo o indivíduo volta à sua natureza primitiva, porque a psicologia de grupo desenha o ser primal neles.
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