Resenha do Texto Subjetividade e Território: para além da interioridade

RESENHA

TEXTO: SUBJETIVIDADE E TERRITÓRIO: PARA ALÉM DA INTERIORIDADE

O conceito de subjetividade sempre teve papel importante nos estudos da Psicologia. Antes, baseado no dualismo corpo x mente de Descartes, via-se o indivíduo isolado e sua subjetividade entendida como uma interioridade psicológica, sem relação com o espaço social.

O Materialismo Histórico, que colocava a dimensão histórica no centro dos estudos críticos levou Foucault a colocar o espaço como novo foco de investigação e compreender a subjetividade como um processo em permanente transformação. Foucault buscava analisar como são construídos historicamente diferentes processos de subjetivação. O conceito de território também é introduzido nesse contexto como lugar de interação entre o sujeito e os processos culturais no espaço social.

O capitalismo se aproveita desse processo produzindo subjetividade como bem de consumo e as empresas investem alto em propagandas para criar nas pessoas a necessidade de algo que elas não precisam, dando a falsa sensação de ser diferente do outro. As pessoas tentam se destacar comprando produtos que dão a falsa sensação de que elas sejam únicas quando, na verdade, todas estão iguais. Cria-se um padrão e todos querem adequar-se a ele.

Esse processo capitalista leva a formas de segregação onde se privatiza o espaço urbano e aqueles que não se enquadram no padrão imposto são estereotipados, fortalecendo-se assim a violência urbana e criando-se um processo de subjetivação que reforça a desigualdade.

Cabe a nós, psicólogos, problematizar a relação entre a vida social e a subjetividade, compreendendo-a além da sua dimensão interiorizada e criarmos intervenções que considerem essa relação, sob a pena de, ao não fazê-lo, contribuirmos para que esse processo de segregação se perpetue.

Referências Bibliográficas

NETO, João Leite Ferreira. Subjetividade e Território: para além da interioridade

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