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Resumo Texto "Da Esquizofrenia a Paranoia"

Por:   •  1/11/2018  •  Resenha  •  813 Palavras (4 Páginas)  •  184 Visualizações

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Resumo do texto: Da Esquizofrenia à Paranóia – livro: A Teoria e Clínica Da Psicose, QUINET

Aluna: Samara Gomes Xavier

O autor inicia o texto trazendo a questão da polaridade do sujeito, distinguindo o sujeito da cadeia de significantes do sujeito do gozo, o primeiro se articula na fantasia, onde é preciso ter mais de um significante para que o sujeito se insira no discurso e crie laços sociais, já o segundo, se articula fora do significante, ou seja, no real do gozo. Antes de o sujeito entrar no mundo da linguagem e se tornar dividido ($), ele passa por uma fase onde se encontra no registro do real, conhecido por Freud como isso, e por Lacan como objeto a, no qual o sujeito é objeto de gozo do outro, e antes, de si próprio, no narcisismo primário. Porém tanto os neuróticos quanto psicóticos vivem essa polaridade entre significante e gozo. Os psicóticos são de qualquer forma, sujeitados aos significantes, mas devido à foraclusão do nome do pai, que é o fator que permite a entrada do sujeito na linguagem, ocorre à exclusão do simbólico, e como consequência ocorre os distúrbios na linguagem (alucinações), que voltam por via do real, ou seja, o psicótico está fora do discurso, mas não da linguagem.

No neurótico, a metáfora paterna vem como forma de barrar o outro, castrar, incluir a falta, e o neurótico sempre tentará recuperar esse gozo perdido, porém não tem como alcançá-lo a não ser por meio da fantasia. Já para o psicótico, o outro goza, uma vez que não ocorre a metáfora paterna, não há castração.

Na paranoia é designado que o outro goze dele, esse outro diferente do neurótico, é consciente, é subjetivado. Ocorre nesses casos, à projeção, no delírio de perseguição, erotomania e ciúmes, o sujeito sente certeza do que está acontecendo a sua volta, se encontrando em posição de objeto de gozo desse outro e ao gozo da imagem em uma relação especular, que diz de um gozo transexual. O delírio da paranoia é uma tentativa de cura e ocorre de forma sistemática, um delírio constante, como uma forma de regressão ao narcisismo. Já na esquizofrenia não há essa construção delirante como na paranoia, a forma de regressão existente nesse caso é para o auto - erotismo infantil (despedaçamento do corpo).

Na esquizofrenia a alucinação auditiva testemunha o que o outro fala (vozes que vem de fora), ele está fora do discurso por isso, não ocorre uma cadeia de significantes, o que muitas vezes faz que ocorram fenômenos como o de código (neologismo, significante vazio, intuição) e fenômenos de mensagem no qual o sujeito para dar sentido a alguma frase delirante, a completa.

O corpo despedaçado é outro sintoma encontrado, no qual o sujeito sente diversas sensações de transformação corporal, dores, disjunção do corpo, entre outros. E está relacionado à fase do espelho, que é o momento onde o sujeito antes como um corpo despedaçado, se reconhece como uno, por meio da imagem do outro, relação especular, porém essa passagem não está incluída o simbólico, essa só ocorrerá pela metáfora paterna, nesse sentido, a imagem de si não é suficiente sem uma estrutura significante, sem o simbólico.

No esquizofrênico, podemos afirmar que é a linguagem que o habita, ele não consegue metaforizar, ele utiliza o que Freud chamou de “a língua do órgão”, recebe de forma literal. O significante sobre o sujeito nesse caso diz do desaparecimento desse sujeito, pois não há disjunção entre significante e órgão, o corpo como lugar do outro é lugar de significante.

Na paranoia o sujeito é objeto do outro, ele é subjetivado, na esquizofrenia há o despedaçamento do outro subjetivado e o gozo retorna para o próprio corpo do sujeito, e tanto em um quanto em outro, não há barreira para o gozo. A estabilização de um delírio, ou seja, a passagem da esquizofrenia a paranoia, mostra a mudança do gozo do próprio corpo para o corpo do outro subjetivado. Podemos dizer da transferência a partir daí, que implica uma paranoização, no qual o analista aparece como o outro em uma das formas da paranoia, que são delírio de perseguição, erotomania ou como alguém que trai o sujeito, situação esta delicada para o analista.

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