Resumo sobre Ideologia
Por: kdlr • 19/11/2015 • Trabalho acadêmico • 917 Palavras (4 Páginas) • 1.141 Visualizações
Resumo Capítulo: Ideologia
O conceito e a teoria da ideologia se fizeram na psicologia social a partir da década de 70. A ideologia já era discutida nas culturas gregas e romanas, mas foi, sobretudo a partir do século XV e XVI que estudos mais pertinentes começaram a serem feitos sobre o assunto, apesar de ainda não empregarem o nome.
Bacon (in PIEST, 1960) é quem desenvolve um estudo extremamente próximo ao que hoje se costuma entender sobre ideologia, através da teoria sobre as quatro classes de ídolos:
• Da caverna: nossas idiossincrasias, caráter;
• Da tribo: superstições, paixões;
• Da praça: as inter-relações humanas, principalmente através da linguagem;
• Ídolos do teatro: a transmissão das tradições dogmáticas e autoritárias.
Através da classe de ídolos do teatro que surge os meios de comunicação social.
Para melhor esclarecer e compreender os muitos significados de ideologia, traçaremos duas linhas divisórias, em forma de cruz, formando quatro quadrantes.
Primeira linha: horizontal - ideologia como algo positivo ou algo negativo. No sentido positivo, ou neutro, é entendido como uma cosmovisão, um conjunto de valores, ideias, ideais, filosofias de uma pessoa ou grupo, Neste sentido é impossível alguém não ter suas ideias ou valores próprios.
No sentido negativo, ou crítico, será constituído pelas ideias distorcidas, enganadoras, mistificadoras, as meias-mentiras, algo que ajuda a obscurecer a realidade e a enganar as pessoas. Apresenta-se como algo abstrato ou impraticável, ilusória ou errônea, expressando interesses dominantes que sustentam relação de dominação.
Destutt De Tracy (1803), Lenin (1969), Lukács (1971) e Mannheim (1954) são autores que são colocados na faixa de cima em uma concepção positiva ou neutra. Marx (1989), (1968) e Mannheim (1954) são colocados na faixa crítico-negativas.
Segunda linha: vertical – ideologia como algo materializado, corporificado ou como prática. Na dimensão material, a ideologia definida como sendo “as ideias da classe dominante” (Marx, 1989), nesta mesma dimensão Althusser (1972) define ideologia como sendo “aparelhos ideológicos de estado”. Esses aparelhos são instituições (escola, família, igreja, os meios de comunicação, etc.) que são frutos de tensões que se dão na relação entre os homens.
Na dimensão, a ideologia é vista como uma prática, um modo de agir, uma maneira de se criar, produzir ou manter determinadas relações sociais. A função da ideologia é a produção, reprodução e transformação das experiências vitais na construção de subjetividades.
Na função dos dois eixos, formam-se quatro amplos campos, que servem para visualizar, identificar e relacionar as concepções de ideologia:
1 2
3 4
• Quadrante 1: ideologia no sentido positivo e como algo material;
• Quadrante 2: Ideologia como algo positivo, mas como uma prática;
• Quadrante 3: Ideologia como algo negativo, mas concreto;
• Quadrante 4: Ideologia como algo negativo e como prática.
O termo ideologia possui muitos sentidos, por isso é preciso esclarecer o sentido que damos e a partir disto verificar qual o melhor enfoque para realizarmos algo prático e útil à ciência e a sociedade. Iremos empregar aqui a ideologia no sentido negativo e como prática.
Um modo prático de se tratar a ideologia
Principalmente a partir dos estudos de Thompson (1995), uma nova aproximação ao estudo da ideologia começou a ser desenvolvida, a ideologia assume a dimensão de uma prática, de um modo de operação, de uma estratégia de ação.
Essa nova concepção afasta nossa atenção de ideias abstratas de doutrinas filosóficas e teóricas, concentrando-se nas maneiras como as formas simbólicas são usadas e transformadas em contextos sociais específicos, que nos obriga a examinar como as relações sociais são criadas e sustentadas por formas simbólicas que circulam na vida social aprisionando as pessoas, e orientando-as
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