Revisão do livro Idioma Preconceito
Por: luxoluxo • 6/4/2015 • Resenha • 625 Palavras (3 Páginas) • 180 Visualizações
Resenha do livro Preconceito linguístico
Bagno, Marcos. Preconceito linguístico: o que é, como se faz.49ª edição. Edições Loyola.
Vivemos diante de uma sociedade que se diz contra qualquer espécie de preconceito, o autor Marcos Bgno aborda um preconceito na forma linguística, mostrando exemplos de exclusão social. O capitulo está organizado em oito mitos: Mito nº 1“A língua portuguesa falada no Brasil apresenta uma unidade surpreendente”, Mito n° 2 “Brasileiro não sabe português” / “Só em Portugal se fala bem português”, Mito n° 3 “Português é muito difícil”, Mito n° 4 “As pessoas sem instrução falam tudo errado”, Mito n° 5 “O lugar onde melhor se fala português no Brasil, o Maranhão” ,Mito n° 6 “O certo é falar assim porque se escreve assim” ,Mito n° 7 “É preciso saber gramática para falar e escrever bem” ,Mito n° 8 “O domínio da norma culta é um instrumento de ascensão social”.
No primeiro mito, o autor destaca a importância de as escolas e todas as demais instituições voltadas para a educação abandonarem esse mito que compõem a mitologia do preconceito linguístico no Brasil, nossas escolas e nossa sociedade tenta impor sua norma linguística, como se ela fosse, de fato, a língua comum a todos os milhões de brasileiros.
No segundo mito, o autor faz uma análise dos dois países e desfaz esse preconceito, ele ainda demonstra que as diferenças entre o português de Portugal e o português do Brasil são tão grandes que muitas vezes surgem dificuldades de compreensão.
No terceiro mito, Bagno derruba a ideia “Português é muito difícil”, ele destaca que todo falante nativo de uma língua sabe essa língua, o que ocorre é que o nosso ensino da língua sempre se baseou na norma gramatical de português.
No quarto mito, esse retrata o preconceito de um povo menos favorecido, qualquer manifestação linguística que escape desse triângulo escola-gramática-dicionário é considera sob a ótica do preconceito linguístico “errada, feia, deficiente”, e não é raro que ouvimos que “isso não é português”.
No quinto mito, para o autor este é um mito sem fundamentação científica, não existe nenhuma variedade nacional, regional ou local que seja “melhor”, “mais pura” que outra.
No sexto mito, o autor aborda de forma clara a tendência (mais um preconceito) no ensino da linguística de querer obrigar o aluno a pronunciar “do jeito que se escreve”, toda região tem seu sotaque diferente, desta forma, uma mesma palavra poderá ser pronunciada de diversas formas.
No sétimo mito, o autor deixa claro que este é um mito reconhecido por muitos, inclusive, grandes autores, a língua é dinâmica, muda com o tempo, a gramática, porém, envelhece, a língua é mais que isso, é a expressão de um povo de uma sociedade.
Oitavo mito, Bagno é até irônico, caso esse mito fosse verdade “os professores ocupariam o topo da pirâmide social, econômica e política do país”, afinal ninguém melhor do que eles dominam a norma culta. É preciso garantir a todos os brasileiros o acesso à educação.
A obra “Preconceito Linguístico: o que é, como se faz” é um livro que deveria fazer parte do ensino médio da educação no Brasil, a fim de combater a imposição de uma língua tida como estrangeira por muitos como a única forma correta.
Após a leitura dos mitos, podemos compreender que o preconceito linguístico é alimentado em todos os setores da nossa sociedade, devemos entender que respeitar o modo que cada região, local, fala e escreve não significa que iremos vulgarizar a língua, para cada situação há um modo diferente de nos expressar. É necessário no entanto que se faça uma leitura cuidadosa do livro, o autor não defende uma completa extinção do ensino da norma padrão, mas uma adição à variedade linguística natural do indivíduo.
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