Stress Pos Traumatico
Monografias: Stress Pos Traumatico. Pesquise 861.000+ trabalhos acadêmicosPor: alexandreluis • 17/5/2014 • 1.579 Palavras (7 Páginas) • 669 Visualizações
TRANSTORNO DE ESTRESSE PÓS-TRAUMÁTICO
E TRANSTORNO DE ESTRESSE AGUDO
1- DEFINIÇÃO E HISTÓRIA
Segundo o endocrinologista Hans Selye, estresse é um “ajustamento através do desenvolvimento de um antagonismo entre um agressor e a resistência que lhe é oferecida pelo corpo.” (SELYE, 1965). Os órgãos internos – glândulas de secreção interna e sistema nervoso autônomo - ajustam o indivíduo à uma situação de perigo ou fuga, dilatando da pupila, aumentando a pressão sanguinea, acelerando batidas cardíacas, deslocando sangue para os músculos, secretando hormônios gluco-corticóides. É uma ração eliciada, essencialmente fisiológica. Tudo o que representa um desafio ou uma ameaça ao nosso bem-estar pode desencadear o estresse. Algumas tensões no dia a dia são úteis – o estresse foi essencial, sem dúvida, para a sobrevivência do ser humano nos primórdios da humanidade.
Existe diferença entre estresse e ansiedade. Autores como FROMM (1968), GOLDSTEIN (1983) e HORNEY (1969) classificam a ansiedade como uma apreensão vaga, difusa, sem causa específica, enquanto o estresse é uma reação a um objeto específico que representa perigo imediato. A ansiedade tem origem frente a uma ameaça a algum valor que o indivíduo considera como essencial à sua existência como personalidade. Esta ameaça pode ser à vida física ou psicológica (perda de liberdade, de poder se expressar) ou a algum outro valor que o indivíduo identifique como essencial à sua existência. O padrão ansioso produz e mantém estados de apreensão, alerta, desconfiança, medo, confusão e pânico. Estes estados podem se alternar e se intensificar em diferentes momentos e situações. A pessoa vive num estado de alerta constante.
Dos distúrbios da ansiedade, o transtorno do estresse pós-traumático (TEPT) é classificado como uma condição de estresse que acomete pacientes que tenham passado por algum evento e traumático e assustador - por exemplo, guerras, catástrofes, seqüestros, agressões, experiências de quase-morte, testemunhar morte, ter um ente querido ou ter sido internado em uma unidade de terapia intensiva (ver bibliografia), estupros, incêndios, acidentes trágicos. Sintomas do TEPT são geralmente agrupadas em memórias intrusivas, evitação e entorpecimento e aumento da ansiedade ou excitação emocional. (KAPLAN e SADOCK, 1997). Os sintomas de memórias intrusivas podem incluir: reviver o evento traumático durante minutos ou mesmo dias de cada vez, sonhos perturbadores sobre o evento traumático. Os sintomas de evitação e entorpecimento emocional podem incluir: Tentar evitar pensar ou falar sobre o evento traumático, sentir-se emocionalmente entorpecido, evitar atividades apreciadas, desesperança em relação ao futuro, problemas de memória, dificuldade de concentração, dificuldade em manter relações estreitas. Os sintomas de ansiedade e aumento da excitação emocional podem incluir: Irritabilidade ou raiva, culpa ou vergonha, comportamento auto-destrutivo, como beber demais, dificuldade para dormir, assustar-se ou sentir medo facilmente, ouvir ou ver coisas que não estão lá, reviver o trauma através de sonhos ou pensamentos durante o período de vigília, assim como evitação persistente de coisas que lembrem do trauma.
O TEPT nem sempre teve esta designação na história da medicina - seu estudo científico começou com os combatentes da Guerra Civil Americana, em que os sintomas cardíacos e emocionais apresentados por eles ficaram conhecidos pela designação de “Coração de Soldado” (KAPLAN e SADOCK, 1997). Depois falou-se de síndrome traumática na Primeira Guerra Mundial. A influência da psicanálise na clínica americana fez com que os sintomas desenvolvidos passassem a ter diagnóstico de neuroses traumáticas. Só depois da guerra do Vietnã, com o estudo da morbidade psiquiátrica associada com os veteranos desta guerra é que surge o nome atual, transtorno do estresse pós-traumático, por existir um trauma na sua origem, que ficou por racionalizar e processar (KAPLAN e SADOCK, 1997). Assim, de acordo com o DSM - IV (anexo 1) podemos dizer que na etiologia desta perturbação, está a presença de um agente estressor que expõe a pessoa a perigo ou ameaça de vida.
O DSM-4 também traz um novo diagnóstico, o transtorno de stress agudo (anexo 2) que indica um transtorno de ansiedade que ocorre dentro de um mês após um evento traumático. Ele dura pelo menos de dois dias até quatro semanas e os sintomas são em menor número do que os do pós-traumático. Muitas pessoas que passam por eventos traumáticos têm dificuldade em se adaptar por um tempo. Mas com o tempo e com o cuidar de si mesmo, tais reações traumáticas geralmente tendem a melhorar. Em alguns casos, porém, os sintomas podem piorar ou durar meses ou anos, impedindo a pessoa de levar a vida normalmente, o que caracteriza o pós-traumático.
O TEPT costuma desenvolver-se com um intervalo de uma semana até 30 anos após o evento estressor. Os sintomas podem flutuar ao longo do período e intensificarem-se mais durante períodos de estresse. Transtorno de estresse pós-traumático pode atrapalhar toda uma vida: trabalho, relacionamentos e até mesmo o prazer das atividades rotineiras diárias. O TEPT também pode colocar o indivíduo em maior risco de outros problemas de saúde mental, como depressão, abuso de drogas, transtornos alimentares, pensamentos e ações suicidas.
2- CARACTERÍSTICAS GERAIS E TRATAMENTO
Segundo KAPLAN e SADOCK, os atributos fundamentais do TEPT são “a revivência dolorosa do evento, um padrão de esquiva, anestesiamento emocional e hiperexcitabilidade razoavelmente constante. O trantorno pode não se desenvolver até meses ou mesmo anos após o evento estressor. O exame do estado mental, frequentemente, revela culpa, rejeição e humilhação. O paciente também pode descrever estados dissociativos e ataques de pânico, podendo haver ilusões e alucinações. A testagem cognitiva pode revelar um comprometimento da memória e da atenção” (KAPLAN e SADOCK, 1997).
O DSM-IV diferencia que, para pacientes cujos sintomas de revivência, esquiva e hiperexcitação que durarem menos de um mês, o diagnóstico apropriado é o de estresse agudo. Se os os
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