SÍNTESE DO TEXTO “A TEORIA DA LIBIDO E O NARCISISMO” DE FREUD
Por: Cherveston Lucena • 31/5/2016 • Resenha • 1.273 Palavras (6 Páginas) • 2.455 Visualizações
SÍNTESE DO TEXTO “A TEORIA DA LIBIDO E O NARCISISMO”
Para Freud, a libido é essencialmente energia sexual (podendo ser dessexualizada no que se refere ao seu objeto), energia psíquica, que visa à satisfação, ao prazer, é ela que move o ser humano para agir e que estabelece ligações entre os indivíduos. A partir disso, ele cria uma concepção inicialmente de contraste, onde se dá a separação inicial da Libido do Ego (instinto do eu) e a Libido Objetal (instinto sexual), que não se desenvolvem da mesma forma e se relacionam diferentemente com o princípio de realidade. Enquanto a energia da pulsão sexual é a libido e um objeto externo é a satisfação, as pulsões do eu colocam sua energia a serviço do próprio ego visando a autoconservação do indivíduo e opondo-se as pulsões sexuais. De acordo com vocabulário de Laplanche, a libido do Eu e a libido Objetal devem, de certa forma, se equilibrarem. Ou seja, existe, segundo Freud, um equilíbrio energético entre esses dois modos de investimento: quando a libido objetal aumenta, a libido do ego diminui e vice-versa.
Com a introdução do conceito de narcisismo, no qual ocorre a fixação da libido no próprio indivíduo, fica claro que essas pulsões também convergem normalmente e às vezes podem levar ao surgimento de uma patologia. O narcisismo, por referência ao mito de Narciso, é o amor pela imagem de si mesmo. Nele, o investimento libidinal se dá não em outros objetos externos, mas sim no próprio eu (ego), logo o eu se torna um objeto de desejo. É possível destacá-lo na sua forma primária e secundária. O narcisismo primário designa um estado precoce em que a criança investe toda a sua energia em si mesma. É presente na história evolutiva da libido objetal, em que inicialmente muitos instintos sexuais se satisfazem no próprio corpo, de forma autoerótica. Também ocorre no cotidiano, classificando-se como um narcisismo normal. Quando dormimos , nossa libido está voltada para nós mesmos; quando ficamos doentes, nossa libido se volta para nós para que possamos melhorar; durante o luto, a libido também se volta para o eu. Em sua forma secundária, o narcisismo designa um retorno ao ego da libido retirada de seus investimentos objetais. Nessa forma, designa-se o narcisismo dito patológico, explicado mais adiante. Sendo assim, pode-se falar em uma migração da libido objetal para o Eu tanto em situações rotineiras normais como na sua forma patogênica.
A partir dessa concepção, Freud recorre a uma analogia para melhor explicar a questão libidinal em condições normais. O autor apresenta seres vivos simples que apresentam pseudópodes, prolongamentos para os quais fazem fluir substâncias internas, e que podem recolhê-los e se fechar. Posto isso, compara a projeção de prolongamentos ao envio de libido para objetos, enquanto a maior parte da libido pode manter-se no Eu, e a libido do eu pode ser transformada em libido objetal e esta pode ser acolhida novamente pelo Eu.
É fundamental também destacar do texto uma segunda observação freudiana tida como complemento à Teoria do Sonho. Diante desse ponto, é preciso enfatizar a hipótese de Freud de que o inconsciente reprimido adquiriu certa autonomia em relação ao Eu, não obedecendo ao desejo de dormir e mantendo seus investimentos mesmo quando os investimentos objetais do Eu são recolhidos. Dessa forma, durante o sono, ocorre uma certa diminuição da censura e o acolhimento de resíduos diurnos, formando um desejo onírico. Posto isso, é importante o questionamento da diferenciação de situações como o sono, a doença e momentos do cotidiano, onde há o investimento libidinal ora nos objetos, ora no próprio Eu (em condições normais).
Com isso, Freud também coloca que a fonte de uma patologia encontra-se no desprendimento da libido objetal, transformada na libido do Eu, assim como nas condições normais. No entanto, no caso do narcisismo tido como patológico, a libido não é capaz de encontrar seu caminho de volta aos objetos e essa imobilidade libidinal torna-se patogênicas.
Outro quadro também abordado é a paranoia. Suas formas assumidas são descritas como megalomania e delírios como de perseguição ou de ciúmes. No caso da megalomania, ocorre a magnificação do Eu, retornando ao narcisismo original da infância. Já os delírios de perseguição, na visão freudiana, é a forma pela qual o indivíduo defende-se de um impulso homossexual no caso da perseguição estar associada a pessoas do mesmo sexo. Nessa situação, ocorre a transformação de impulsos libidinais em angústia, resultado da repressão desses impulsos. Entretanto, a escolha objetal na tendência homossexual, de acordo com Freud, encontra-se mais próxima do narcisismo do que a heterossexual, tornando o caminho para o investimento no Eu facilitado.
Já no caso da melancolia, pode-se dizer que há
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