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Síntese de “O Eu, o Outro e o Nós” e “Corpo, Gestos e Movimentos”

Por:   •  2/4/2020  •  Trabalho acadêmico  •  3.109 Palavras (13 Páginas)  •  400 Visualizações

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Síntese de “O Eu, o Outro e o Nós” e “Corpo, Gestos e Movimentos”.

Com o intuito de que a criança seja capaz de atribuir um sentimento prático aos conhecimentos por ela aprendido, o ensino Mato-Grossense, de acordo com a Base Nacional Comum Curricular (BNCC-2017) fez uma reestruturação nas áreas de conhecimento tradicional, acrescentando uma abordagem interdisciplinar a elas, estabelecendo cinco campos de experiencias essenciais para o desenvolvimento infantil, os quais auxiliam o professor a fazer o planejamento das atividades com maior clareza quanto à divisão a ser feita em cada fase. São eles: Eu, o outro e o nós; Corpo, gestos e movimentos; Traços, sons, cores e formas; Escuta, fala, pensamento e imaginação; e Espaço, tempo, quantidades, relações e transformações.

Nesse trabalho apresentaremos uma síntese dos dois primeiros campos, “Eu, o outro e nós” e “Corpo, gestos e movimentos”.

No primeiro campo de experiência aqui abordado, “O Eu, o Outro e o Nós,  se trabalha a formação da identidade da criança, sua subjetividade (O Eu), onde será essa criança introduzida em grupos sociais, formando, assim, relações interpessoais, mostrando-lhe a importância do respeito próprio e coletivo, ensinando a importância  de conviver e trabalhar com outros, dando sua opinião mas ouvindo e aceitando a opinião de outros, trabalhando, com isso, o respeito às diferenças (O Outro). Através dessa interação com professores e colegas, inserida em um determinado grupo, a criança cria relações afetivas, respeito para com os demais, criando um vínculo profundo com esses (O Nós).

A Educação Infantil foi inserida nas definições da Base Nacional Comum Curricular (BNCC) com o objetivo de se declarar os direitos e objetivos de aprendizagem na Educação Infantil. Para tanto foram definidos seis direitos que devem ser respeitados e garantidos. São eles: conviver, brincar, explorar, participar, expressar e conhecer-se.

O direito de conviver está relacionado à construção de relações sociais e culturais com todas as pessoas ao seu redor, onde se procura criar vínculos sociais baseados no respeito mútuo e o autoconhecimento, que fará com que a criança cresça um indivíduo mais confiante em si e nos outros, ficando esta criança mais fortalecida, aceitando melhor as diversidades da vida, respeitando sempre e cada vez melhor as diferenças. Esses aspectos de coletividade e respeito serão trabalhados pelo professor em sala de aula, onde fornecerá informações sobre diferentes modos de vida, diminuindo, com isso, os preconceitos e estereótipo que poderia vir a surgir em seu meio social, no decorrer de toda sua vida.

O direito de brincar lhe confere o direito de extravasar sua imaginação, de se expressar corporalmente e linguisticamente através de diversas brincadeiras criadas pelo professor, em locais e com pessoas diversas, proporcionando à criança várias situações onde ela procure várias maneiras de interagir dentro de uma mesma brincadeira, desenvolvendo naturalmente sua criatividade, imaginação e solidariedade.

Quando se fala no direito de explorar, fala-se em conhecer e descobrir coisas novas ao seu redor e em si mesma. Na escola, que é seu segundo lar, tem que explorar, conhecer outros setores e outros grupos da escola. Ao explorar o mundo através da escola deve conhecer as diferenças que existe entre campo e cidade, as diferenças sociais, entre outras, fazendo com que a criança se descubra no mundo, se conhecendo melhor e conhecendo melhor aos outros e às diferenças existentes.

O direito que tem a criança de participar é aquele onde a criança passa a decidir juntamente com os professores qual a brincadeira quer fazer, quando e onde quer brincar, tornando, com isso, o ambiente escolar um ambiente democrático, fazendo a criança pensar e ser capaz de tomar suas próprias decisões, além de aceitar, se for o caso, a decisão da maioria que pode não pensar igual a ela, auxiliando, assim, seu desenvolvimento cognitivo, fazendo com que a criança passe a entender que é parte importante dentro do processo ensino-aprendizagem, o que aumentará a vontade de participar e decidir.

A criança tem o direito de expressar-se através de seu corpo ou de experiencias por ela vivenciadas, através da arte ou da linguagem, aflorando sua criatividade e emoções, o que fará com ela passe a se conhecer melhor, desenvolvendo se lado cognitivo e físico.

O direito de conhecer-se está interligado ao direito da criança se identificar no mundo e identificar os outros através de brincadeiras, do convívio com outras pessoas valorizando as características de cada um. Reconhecendo seu lugar no mundo, assim como o lugar de cada um. Criando com esse conhecimento sua própria identidade, livre de preconceitos e discriminações.

O Estado de Mato Grosso, de acordo com a Base Nacional Comum Curricular (BNCC), para aprendizagem e desenvolvimento das crianças do ensino infantil, as divide em três categorias, de acordo com as características e necessidades de cada criança: Bebês, de 0 meses a 1 ano e 6 meses; crianças bem pequenas, de 1 ano e sete meses a 03 anos e 11 meses; e crianças pequenas, de 04 anos a 05 anos e 11 meses. Tendo cada faixa etária uma abordagem diferente, mudando os objetivos de aprendizagem e desenvolvimento em cada uma delas, procurando criar estímulos diferentes de acordo com a faixa etária da criança.

Com as crianças de 0 a 1 ano e 6 meses, se trabalhará o estimulo à interação com outras crianças e com adultos, fazendo com que a criança crie autoconfiança e confiança em outras pessoas, adaptando-a ao convívio social e demonstrando sentimentos de afeição para com os outros. Trabalhasse com percepção, fazendo com que o bebê perceba os efeitos que suas ações tem sobre o outro, os limites de seu corpo nas brincadeiras e interações. Reconhecer as sensações de seu corpo em momentos de alimentação, higiene, brincadeira e descanso.

Com crianças de 1 ano e 7 meses a 3 anos e 11 meses se trabalhará a autonomia da criança em pequenas tarefas, como comer sozinho e lavar as mãos, vestir-se sozinho, criando, assim, confiança em sua capacidade diante das dificuldades e desafios e, ao mesmo tempo, habituando-a a cuidar do corpo, desenvolvendo noções de bem estar . Nessa fase também se ensina a criança o prazer de dividir com os colegas e adultos os brinquedos e o espaço, respeitando regras básicas de convívio social nas interações e brincadeiras, comunicando-se com eles, buscando compreende-los e fazendo-se compreender, resolvendo os conflitos que apareçam em meio as brincadeiras, sempre com orientação de um adulto, sempre valorizando a diversidade ao participar de situações com diferenças.

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