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TRABALHO DO MÓDULO ÉTICA PISCANALÍTICA

Por:   •  19/1/2019  •  Trabalho acadêmico  •  2.749 Palavras (11 Páginas)  •  306 Visualizações

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SOCIEDADE PSICANALÍTICA DO PARANÁ

POLO DE CORNÉLIO PROCOPIO PR

CURSO DE FORMAÇÃO EM PSICANÁLISE

LURDES LIMA TAKEMIYA

CORNÉLIO PROCÓPIO, 02 DE DEZEMBRODE 2018

TRABALHO DO MÓDULO ÉTICA PISCANALÍTICA

CASO ANA O.

PROFESSOR SILVIO MARIANO 

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Extraído de Freud, Sigmund. Volume II- estudos sobre a histeria

Material fornecido por SPP.

Ana O. adoeceu aos vinte e um anos no ano de 1.880. Considera-se que era portadora de uma hereditariedade neopática moderadamente grave.

Embora seus pais fossem saudáveis em sua numerosa família já havia casos de psicoses entre parentes distantes.

Ana O. era uma moça saudável até esta idade possuía um intelecto poderoso e tinha dotes poéticos. Era generosa mesmo durante a doença pôde ajudar muito a si mesma por ter conseguido cuidar de grande número de pessoas pobres e enfermas. Seus estados de espírito sempre tenderam para um leve exagero tanto de alegria quanto de tristeza.

Não tinha a sexualidade desenvolvida nunca se apaixonara embora cheia de uma vitalidade intelectual levava uma vida monótona no ambiente familiar de mentalidade puritana. Aos poucos se entregou a devaneios sistemáticos que descrevia como “teatro particular” as vezes viajava em seus pensamentos vivendo um conto de fadas mas quando abordada sempre se fazia presente, tinha ocupações domesticas a qual desenvolvia com excelência.

Aos poucos esses devaneios habituais foram se convertendo em doença.

O curso da doença se enquadrou em várias fazes nitidamente separável:

A- A incubação latente: De meados de julho de 1880 até mais ou menos 10 de dezembro, dessa fase que na maioria das vezes escapa do nosso conhecimento, e a peculiaridades deste caso proporcionou uma visão tão completa que, já por esse fato, não estima em pouco seu interesse patológico, Depois explorei essa parte da história.

B- A doença manifesta: Uma psicose singular, parafasia, estrabismo convergente, graves perturbações da visão, paralisias com contratura ( paralisia completa no membro superior esquerdo) paresia da musculatura da nuca, redução gradual da contratura nos membros do lado direito, alguma melhore, interrompida por um grave trauma psíquico (morto do pai ) em abril.

C- Um período de “Sonambulismo persistente” que depois alterna com estados mais normais; continuamente de uma série de sintomas duradouros até dezembro de 1881.

D- Cessação gradual dos estados e fenômenos até junho de 1882

Em julho de 1880, o tão amado pai da paciente contraiu uma inflamação do tecido conjuntivo subplural, este não cedeu e faleceu em abril de 1881.

Durante os primeiros meses dessa doença Anna O. dedicou-se a cuidar do pai com toda a sua energia, o que não foi surpresa para ninguém quando pouco a pouco ela foi se abatendo profundamente, ninguém podia imaginar o que se passava dentro dela, talvez nem ela mesma tinha tal conhecimento, porém pouco a pouco seu estado de fraqueza, anemia e repugnância a alimentos tornou-se tão grave que, para sua imensa dor, foi necessário que se afastasse dos cuidados com seu pai. O que na época ocasionou o afastamento foi uma tosse intensa quando foi examinada pela primeira vez por Dr Breuer, o qual constatou que era uma típica tosse nervosa.

Logo foi notada uma acentuada sonolência e a necessidade de repouso durante a tarde que se prolongava até o anoitecer seguido de uma forte inquietação.

No início de dezembro constatou-se um estrabismo convergente, que um oftalmologista explicou equivocadamente pela paresia de um nervo abducente. Em 11 de dezembro, a paciente ficou acamada e assim permaneceu até primeiro de abril, em seguida, desenvolveu-se uma série de graves transtornos, aparentemente novos. Dor na parte posterior da cabeça, do lado esquerdo; estrabismo convergente (Diplopia), consideravelmente exacerbado pela emoção; queixa de que as paredes desabavam (afecção do nervo obliquo) perturbação da visão dificilmente analisáveis paresia dos músculos anteriores do pescoço de modo que a paciente, ao final, só podia mover a cabeça forçando-a para trás entre os ombros erguidos, e se movimentando com as costas inteiras, contratura e anestesia do membro superior direito e algum tempo depois do membro inferior direito; este completamente estendido, aduzido e rodado para dentro; mais tarde, essa mesma afecção aparece no membro inferior esquerdo e por último no braço esquerdo, no qual porém, os dedos permaneceram em certa medida móveis.

As articulações dos dois lados do ombro ficaram completamente rígidos, o máximo de contratura afetou os músculos do braço, assim, mais tarde, quando a anestesia pode ser examinada com mais precisão, a região do cotovelo revelou-se a mais insensíveis região.

Quando Freud assumiu o tratamento Anna O. encontrava-se neste estado e logo se convenceu da gravidade da alteração psíquica ali existente.

Havia dois estados de consciência inteiramente superados que se alternavam com muita frequência e de maneira repentina, e que no curso da doença se dissociavam cada vez mais.

Em um momento ela conhecia seu ambiente, era triste e angustiada mas relativamente normal, no outro, alucinava, era “malcriada” isto é, vociferava, jogava almofadas nas pessoas, arrancava botões das roupas com os dedos e muitas outras coisas, inclusive ausência de lembranças , as quais já haviam sido observadas quando não estava acamada.

Notou-se também que lhe faltavam palavras e aos poucos tornou-se mais intenso , não

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