TrabalhosGratuitos.com - Trabalhos, Monografias, Artigos, Exames, Resumos de livros, Dissertações
Pesquisar

Teorias psicanalíticas de psicossomática

Por:   •  14/8/2017  •  Relatório de pesquisa  •  22.894 Palavras (92 Páginas)  •  229 Visualizações

Página 1 de 92

“Me dê um chá pra curar essa azia,

Um bom chá pra curar essa azia,

Todas as ciências de baixa tecnologia,

Todas a cores escondidas nas nuvens da rotina”

(O Rappa)

PSICANÁLISE E PSICOSSOMÁTICA: INVESTIGAÇÕES A RESPEITO DA SOMATIZAÇÃO PELA VIA GÁSTRICA

Leonardo Tadeu Lima da Silva

UNIVERSIDADE PAULISTA – UNIP

Resumo:

A presente pesquisa tem como base o referencial psicanalítico de compreenção das doenças orgânicas. A consideração de aspectos afetivos nessas doenças pode ser remontada à Hipócrates, mas a compreenção moderna em tal área tem seu inicio no começo do seculo XX, a partir dos estudos de Georg Groddeck e Sandor Ferenczi e, posteriormente, uma fundação oficial, nos EUA por Franz Alexander. É importante ressaltar que, na noção psicanalítica, aqui referenciada, a psicossomática difere-se da concepção clássica da histeria, da neurose atual e da ideia de psicogênese e está presente em todo processo de adoecimento, porém, a partir dos estudos de Pierre Marty, Donald Winnicott, Jacques Lacan e Joyce McDougall percebe-se que existe uma estrutura psiquica específica que se caracteriza por uma falta simbólica relacionada à problemas em periodos arcaicos do desenvolvimento, que constitui o fenômeno da alexitimia. Joyce McDougall avança nessa noção com a introdução dos termos “histeria arcaica” e “psicose atual”. A partir desse ponto foi investigado a relação da pulsão de morte com os processos do adoecer, partindo-se, especialmente, das teses de Winnicott e Wilhelm Reich. Então, foi estabelecida uma discussão das vias pelas quais a somatização é possivel e constatou-se que é necessária uma reformulação das bases pelas quais se compreende as conexões entre o psiquico e o somático. Por fim, foram apresentados dois casos retirados da literatura que ilustram a diferença entre os graus dos disturbios psicossomáticos.

Palavras-Chave (três)

Psicossomática; aparelho gástrico; alexitimia

Abstract: Psychoanalysis and psychosomatic: research about the somatization by gastric route

This research is based on the psychoanalysis comprehension of organic diseases. The consideration of emotional aspects in these diseases can be traced to Hippocrate, but the modern comprehension in this area has its beginning in the early 20th century, from the studies of Georg Groddeck and Sandor Ferenczi, and later an official foundation in the United States by Franz Alexander. Importantly, in the psychoanalytic sense, here referenced, the psychosomatic differs from the classical conception of hysteria, the actual neurosis and the idea of psychogenesis and is present in every disease process, however, from the studies of Pierre Marty, Donald Winnicott, Jacques Lacan and Joyce McDougall one realizes that there is a specific psychic structure which is characterized by a symbolic failure related to problems in archaic periods of development, which is the phenomenon of alexithymia. Joyce McDougall advances this notion by introducing the terms "archaic hysteria" and "actual psychosis”. From this point the relationship of the death drive with the disease process was investigated, starting especially the theories of Winnicott and Wilhelm Reich. Then, a discussion about the ways from which the somatization is possible was established and it was found that a reformulation of the basis on which to understand the connections between the psychic and the somatic is needed. Finally, two cases ware present taken from the literature which illustrate the difference between the degrees of psychosomatic disorders.

Key-Words:

Psychosomatic, gastric device, alexithymia

SUMÁRIO

• INTRODUÇÃO 5

• MÉTODO 10

• O ADVENTO DA MEDICINA PSICOSSOMÁTICA 11

• A FALTA SIMBÓLICA 26

• PULSÃO DE MORTE: PRIMÁRIA? 40

• COMO É POSSIVEL A SOMATIZAÇÃO? 49

• A REGRESSÃO E A INIBIÇÃO 56

• CONSIDERAÇÕES FINAIS 60

• REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 62

INTRODUÇÃO

Os fenômenos psicossomáticos dão origem a uma problemática médica frustrante, tanto para o paciente, não correspondido em sua esperança de cura, quanto aos médicos que não encontram meios de atender as demandas desses pacientes na perspectiva tradicional. Essa frustração geralmente é combatida ou pela desistência de tratar, em especial por vias de encaminhamentos, reacendendo a experiência do desamparo infantil nos pacientes (VOLICH, 2013a, p.324), ou pelo uso indiscriminado de remédios, que silenciam o problema (e o sujeito), mas que, muitas vezes, não eliminam o sofrimento (MORAIS, et. al. 2008; SANTOS & MARTINS, 2013).

Ainda hoje, se faz necessário a difusão da consideração desses processos afetivos do adoecer, pois, mesmo quando se considera a possibilidade da influência das emoções na saúde, de modo geral, os profissionais ainda não conseguem se desvincular da epistemologia fisiológica; ou a substituem radicalmente por concepções psicogenéticas que, no fim das contas, também leva a um tratamento medicamentoso . (MORAIS, et. al. op. cit. SANTOS & MARTINS, op. cit.). Esses limites são marcados por uma dificuldade metodológica histórica para abordar tais fenômenos precisamente pelo fato de que os mesmos parecem ocorrer tanto no âmbito psíquico (presumivelmente de “responsabilidade” do psicólogo) quanto no orgânico (a “área” médica). Essa divisão por especialidades, ao contrario da crença geral, não existia na origem grega da medicina (VOLICH, op. cit., p. 23 et. Seq.). Basta

...

Baixar como (para membros premium)  txt (147.8 Kb)   pdf (226.6 Kb)   docx (82.2 Kb)  
Continuar por mais 91 páginas »
Disponível apenas no TrabalhosGratuitos.com