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Trabalho Final de Psicologia do Desenvolvimento

Por:   •  25/1/2019  •  Trabalho acadêmico  •  2.258 Palavras (10 Páginas)  •  266 Visualizações

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Trabalho Final de Psicologia do Desenvolvimento.

TEORIA DO APEGO

                                                             Mestrandas: Izabelly Fontana e Egna Ferreira

Prof. Dra. Gabriela Reyes Ormeno

Curitiba

2017

Apego

        

A ideia de que relações afetivas existentes no contexto familiar, principalmente a entre mãe e filho, influenciam o desenvolvimento do indivíduo, foi introduzida há muitos anos, influenciada principalmente pela área psicanalítica, que era referência na década de 30 e 40, entretanto, não haviam estudos com crianças, essas ideias eram definidas com base em relatos adultos, os quais traziam afirmações de que suas experiências infantis influenciavam de alguma maneira em suas vidas atuais (Ferreira, 1984).

Bowlby foi um psicanalista Inglês, que fez vários estudos acerca do tema, entre eles, houve um desenvolvido   naquele período, com delinquentes, onde Bowlby pode verificar que esses indivíduos tinham muita dificuldade em manter relacionamentos afetivos e que todos haviam passado por uma história de abandono, rejeição, mudanças de orfanatos, ou de instituições durante a infância.

Segundo Ferreira (1984), na época da segunda Guerra Mundial, houve a criação de diversas Instituições para acomodar as crianças órfãs de guerra, ou que foram separados de seus pais por conta do conflito, e muitas dessas Instituições ficaram sob responsabilidade de Psicanalistas e Estudiosos das ciências do comportamento, criando se assim a oportunidade que se esperava para poder observar as consequências que a ausência / separação dos pais pode causar nos filhos.

Após o termino da guerra, o governo passou a estimular um aumento da natalidade, bem como a mão de obra feminina, para viabilizar tal situação, passaram a criar creches, para que as crianças pudessem ser deixadas e seus pais pudessem trabalhar. Com tantos relatórios assustadores sob as consequências que a separação dos pais pode causar no desenvolvimento da criança, a ONU solicitou um estudo junto a Bowlby, sobre os efeitos dessa separação. Bowlby em 1951, postulou que, para uma criança se desenvolver dentro da normalidade, é necessário que durante seus primeiros anos de vida haja uma relação afetiva e continua com a mãe ou com uma substituta permanente. Já em 1973 ele afirma que a falta desse vinculo, a falta de satisfação envolvida nesse laço é responsável por diversas formas de neurose e desordens de caráter (Ferreira, 1984).

Durante aquele período, estudos com humanos não eram comuns, assim muitos estudiosos desenvolveram estudos com animais, para procurar desvendar as dúvidas relacionadas acerca do tema. Os experimentos mais conhecidos foram os realizados com macacos, Harlow e colaboradores (1961-1975), assim como Hinde e colaboradores (1970) foram responsáveis por algumas dessas experiências. Em uma dessas experiências, os macacos eram mantidos isolados completamente, outros permaneciam na presença da mãe, outros tinham a presença das mães e de outros macacos. Observou-se que as condições do isolamento tiveram efeitos proporcionais à duração da privação e ao grau de isolamento. Percebendo que mesmo aqueles que foram privados apenas da convivência com outros macacos também tiveram distúrbios que permaneceram até a fase adulta.

Em determinada ocasião colocaram um protótipo de mãe, feito de arame, bem rustico, acoplado uma mamadeira, e outro feito da mesma maneira, mais revestido de tecido, ficando mais macio, mais aconchegante. A partir disso, pode se observar a preferência nítida do macaco bebe pelo protótipo revestido de tecido, sendo que o mesmo só procurava pelo outro protótipo quando estava muito faminto. Essa experiência foi muito importante para demonstrar que a relação de apego entre mãe e filho, não tem como característica principal a capacidade da mãe de satisfazer a fome (necessidade básica) do filho. Entretanto, é importante considerar que estudos realizados a longo prazo comprovaram que nenhum tipo de simulacro foi capaz de acabar com os efeitos causados nos macacos que foram criados em completo isolamento.

Em outro experimento, macaquinhos foram criados em grupos, com a mãe e outros macacos, entretanto em determinado período eram retirados da convivência com o grupo e mantido em isolamento para mais tarde ser reintroduzido no grupo. Pode se observar que os macaquinhos quando isolados, demonstravam protesto, raiva, diminuição de comportamento, exploratório, apatia, tristeza, e depois vinha a readaptação, quando parecia que o macaquinho retornava ao seu comportamento habitual, porém, quando este retornava a gaiola com a mãe e os outros macaquinhos pode se observar um processo rápido de readaptação ao grupo, recuperando atividade locomotora e exploratória.  Uma sequência dessa experiência, era retirar a mãe do grupo, e isola-la, quando isso acontecia o macaquinho não demonstrava tanto desespero, as tias macacas tentavam consola-lo, e ele ficava muito mais hiperativo do que apático, entretanto, quando a mãe voltava, havia alteração do seu padrão de comportamento com o filho, mostrava mais restrição e punição as interações que os filhotes faziam com as tias. Assim é possível verificar que a separação entre mãe e filhote não depende apenas do filhote, pois envolve também a mãe, outros envolvidos e o contexto, a estrutura que existia antes da separação acontecer.

Para diversos autores, apego pode ser definido como determinados comportamentos, pelos quais o indivíduo irá iniciar ou manter uma relação afetiva estável com um ou mais integrantes de seu grupo social. A característica básica é a busca da proximidade do indivíduo que é o objeto de apego (Schaffer, 1971). Segundo Ferreira (1984) essa busca é caracterizada por comportamentos proximais, contato físico, aproximação até contatos distais como olhar, sorrir, vocalizar, etc. O efeito que pode surgir como opositor, consequência a esta busca, pode ser perturbação emocional em protesto pela separação da pessoa objeto de apego, ou seja frustração por não poder ficar perto. O apego surge no primeiro ano de vida da criança, mais especificamente nos primeiros 6 meses, e tende a diminuir entre os três ou quatro anos de idade da criança. Porém, será importante como repertorio comportamental do homem, principalmente na fase adulta quando novas relações de apego se iniciam. A autora aponta ainda que o Apego seria um sistema de comportamentos que evolui por contribuir para a sobrevivência da espécie, o qual atua criando uma proximidade segura com o cuidador principal, geralmente a mãe, assim procura garantir que esse adulto o proteja frente a ameaças ambientais. Além disso, essa aproximação favorece o aprendizado das crianças, pois há mais oportunidade para observação de modelos e a o estabelecimento de interações entre eles também auxilia consequentemente.

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