Trajetória psicologia
Por: anafiorentini • 16/10/2016 • Artigo • 8.107 Palavras (33 Páginas) • 267 Visualizações
A Psicologia no trabalho industrializado: análise de uma trajetória[1]
Psychology in the industrialized work: analysis of a trajectory
La psicología en el trabajo industrializado: análisis de una trayectoria
Autora: Elina Eunice Montechiari Pietrani[2]
Resumo
Neste trabalho, procuramos descrever a trajetória da Psicologia no campo organizacional, tomando como base os períodos descritos como Clássico, Neoclássico e da Informação. Em cada período, apresentamos algumas de suas características socioeconômicas e como a Psicologia se inscreve em cada contexto. Ao revisitar esse caminho, temos como objetivo tecer uma análise crítica sobre a atuação da Psicologia, a qual se apresenta eivada dos próprios constructos em que o campo do trabalho se modelou. Constructos que atravessaram os vários períodos citados e chegam aos nossos dias baseados em um modelo de trabalho que visa utilizar o homem, do mesmo modo como utiliza os demais recursos, objetivando unicamente sua produtividade. A análise nos mostra que a Psicologia caminha lado a lado com esse modelo de gestão, ao aplicar seus conhecimentos como ciência no cotidiano das organizações, procurando, com eles, atender às demandas de produtividade que lhe chega através de seus vários subsistemas. Nesse sentido, cabe refletir se o homem pode ser utilizado como um recurso tal qual uma máquina é explorada e descartada após verificada sua inutilidade ou se devemos buscar um novo modelo de Psicologia Organizacional que permita ao homem sua afirmação como pessoa que é.
Palavras-chave: Psicologia. Trajetória do trabalho. Trabalhador. Produtividade.
Abstract
In this paper, we describe the trajectory of Psychology in the organizational field, based on the periods described as Classic, Neoclassic and Information. In each period, we present some of their socioeconomic characteristics and how psychology is inscribed in each context. By revisiting this way, we aim to make a critical analysis of the role of psychology, which has been fed of the constructs in which the work was modeled. Constructs that have gone through the various periods addressed and reach our days based on a working model that aims to use the human being, the same way other resources are used, only aiming productivity. The analysis shows that psychology goes hand in hand with this management model, to apply its knowledge as science in everyday life of organizations looking for, with them, meet productivity demands that come to it through its various subsystems. It is worth reflecting if human being can be used as a resource just like a machine is explored and discarded after verified its worthlessness or whether we should seek a new Organizational Psychology model that allows the human being to be a person that he is.
Keywords: Psychology. Trajectory of work. Employer. Productivity.
Resumen
En este trabajo, describir la trayectoria de la Psicología en el ámbito organizacional, basado en los períodos descritos como Clásico, Neoclásico y de la Información. En cada período, presentamos algunas de sus características socioeconómicas y cómo se inscribe la psicología en cada contexto. Al revisar esta manera, nuestro objetivo es hacer un análisis crítico del papel de la psicología, que aparece propias construcciones cargadas en el que el trabajo de campo se modelan. Las construcciones que han pasado por los diferentes períodos abordados y llegan a nuestros días sobre la base de un modelo de trabajo que tiene como objetivo utilizar el hombre, el mismo modo de usar otros recursos, sólo con el objetivo de la productividad. El análisis muestra que la psicología va de la mano con este modelo de gestión, de aplicar sus conocimientos como la ciencia en la vida cotidiana de las organizaciones que buscan, con ellos, satisfacer las demandas de productividad que vienen a vosotros a través de sus diversos subsistemas.Vale la pena reflexionar si el hombre puede ser utilizado como un recurso como una máquina se explota y se desecha después de verificado su inutilidad o si debemos buscar un nuevo modelo de Psicología que le permite al hombre su reclamación como una persona que es.
Palabras clave: Psicología. Trayectoria de trabajo. Trabajador. Productividad.
Introdução
A partir da Revolução Industrial (sec. XIX), o trabalho sofreu transformações no seu modo de produção e nas suas relações sociais e econômicas. A Psicologia, por sua vez, vem caminhando lado a lado com essas transformações, contribuindo com suas análises sobre comportamento humano na atividade laboral, nos vários contextos que se forjaram. Este estudo tem como objetivo revisitar o caminho da Psicologia no campo do trabalho, de forma a compreender como tal processo se desenvolveu e, assim, empreender uma análise crítica sobre a Psicologia nesta sua vertente de atuação.
Crendo ser importante situarmo-nos concomitantemente aos diversos ambientes em que tal desenvolvimento se deu, descreveremos paralelamente o contexto dos três grandes períodos em que o trabalho industrializado se forjou, dando foco ao contexto socioeconômico geral de cada período. A divisão empreendida segue a mesma conceituação e divisão empreendidas por autores como Chiavenato (2010). São eles: a era da Industrialização Clássica (final do século XIX até anos 1945-50), a era da Industrialização Neoclássica (1945-50 a 1980) e a era da Informação (1980 aos dias atuais).
Por que a opção em iniciar o resgate histórico da Psicologia a partir do processo de industrialização do trabalho? É importante observar que a Psicologia se inseriu no campo organizacional no momento em que este migrava da produção artesanal para a produção industrializada. Concomitantemente a este fato, a Psicologia assumiu seu status de ciência, desmembrando-se da Filosofia, sua veia inicial. Essa “dupla mudança” marca a história da própria Psicologia, que, além de se render à normatização científica, se insere nas organizações em um período em que a técnica substituía e operava novas formas de produção. Como ressalta Malvezzi (2009, p. 9),
Desde o final do século XIX, o trabalho tornou-se objeto da ação racional coletiva e, como tal, passou a integrar, formalmente, o objeto de diversas ciências e as metas da organização social, política e econômica, das diversas sociedades que avançaram além do modo de produção artesanal. Essa condição de objeto de cálculo e de racionalidade ganhou força conforme as sociedades absorveram o modelo industrial e evoluíram com este, para responder às suas necessidades de recursos econômicos. (...) O resultado desse movimento deixou clara, desde a segunda metade do século XX, a existência de dois campos novos que tinham o trabalho como seu principal foco; eram eles: a Psicologia especializada no estudo do trabalho e a prática da gestão de pessoas.
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