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A DIVERSIDADE DA POPULAÇÃO BRASILEIRA

Por:   •  11/3/2019  •  Trabalho acadêmico  •  1.802 Palavras (8 Páginas)  •  379 Visualizações

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UNIVERSIDADE JORGE AMADO

GRADUÇÃO EM SERVIÇO SOCIAL 2018.5

DOCENTE NUBIA DOS REIS PINTO

ESTUDOS CULTURAIS

Elza de Souza Araujo

A DIVERSIDADE DA POPULAÇÃO BRASILEIRA

E o Descaso do Estado com os Problemas Sociais

IRECÊ-BA

JUNHO DE 2018


A diversidade humana sempre existiu e a história revela os problemas da difícil convivência entre os diferentes. O Brasil possui uma enorme diversidade que vai desde a raça até os Portadores de deficiência; Porém, possui também uma grande variedade de problemas sociais. Muitos deles são heranças de outras épocas, reflexo da falta de políticas públicas e planejamento de inclusão desses cidadãos à sociedade. Assim, a estrutura das sociedades, desde os seus primórdios, sempre inferiorizou grupos que apresentaram características diferentes das consideradas ideais pela sociedade; gerando, portanto, a marginalização desses grupos e as desigualdades sociais. Desse modo, muitos direitos fundamentais estão sendo desrespeitados, não só pelo domínio político e econômico sobre os grupos marginalizados, que tem como consequência a exclusão, preconceitos, discriminações, violência, racismo e a intolerância religiosa; mas também pela negligência do Estado e da mídia que prega um equilíbrio social, mas que acabam menosprezando os problemas sociais existentes no país. Entende-se que para se chegar à dignidade da pessoa humana é muito importante vislumbrar o respeito às diferenças, não simplesmente criando uma ideologia falsa de que não existem problemas sociais, mas buscando e implantando os direitos fundamentais dessas pessoas. Considerando esse contexto onde temos de um lado um direito fundamental e de outro os problemas ainda vivenciados no cotidiano do povo brasileiro, o presente texto busca discutir a importância das políticas públicas para se efetivar tais direitos. Dessa forma, o objetivo desse texto é demonstrar as dificuldades de convivência com as diferenças entre os grupos e ressaltar a importância da convivência pacífica entre culturas, raças, religiões, etnias, gêneros e identidades diferentes. Destacando a relevância das políticas sociais e das ações afirmativas para a concessão da cidadania plena a essas pessoas, quebrando os paradigmas que, de certa forma, é transmitido pela educação; indo desde a família até a escola e se institucionalizando no Estado.

 Mesmo com os direitos fundamentais assegurados na Constituição Federal de 1988, ainda é persistente no Brasil o processo de estigmatização e discriminação das minorias.  O que resulta em diversas formas de desigualdade ou exclusão sociais, mesmo quando constituem a maioria numérica de determinada população. Exemplos incluem negros, indígenas, mulheres, homossexuais e portadores de deficiências. Esse processo que gera a marginalização de uma coletividade de indivíduos existe, porque grupos que se consideram superiores tendem a excluir essas pessoas, por se colocarem como superiores. Isso acontece em, praticamente, todos os setores da sociedade e consequentemente gera desentendimentos, racismo, segregação, intolerância religiosa e preconceitos. A discriminação as diversidade sempre esteve presente na vida em sociedade, entretanto foi com as grandes navegações que ela se expandiu; nesse processo os europeus passaram a ter contatos com povos diferentes do ponto de vista cultural e fenótipo, portanto estabeleceram uma hierarquia na qual eles estavam no topo e os outros povos estavam na base. Dessa maneira, gerou-se a escravidão, durante séculos, em todo o mundo. No Brasil ela existiu até o final do século XIX, a escravidão foi abolida, mas os vestígios deixados por ela, ao longo da história, estão espalhados por todo o país, que são os preconceitos, intolerância e, sobretudo o racismo. Pode ser citado o exemplo de um caso de racismo sofrido por o médico Danilo Silva na Barra da Tijuca RJ, no qual um paciente recusou ser atendido por ele ao alegar que não queria ser “atendido por crioulo”. Esse é um típico caso de racismo, em que um indivíduo de cor branca menospreza outras raças, porque acha que a sua raça é superior às demais. Relativo a esse caso de racismo se pode afirmar que esta conduta do paciente, além de ser um crime, é totalmente inadmissível. Já que a biologia provou que os seres humanos são todos iguais, que não existem raças superiores ou inferiores. Se um dia a sociedade se baseou em teorias como a da “superioridade das raças”, para classificar as pessoas e se arrogar o direito de escravizar ou eliminar um povo ou uma raça; hoje isso é considerado inadmissível. Os negros foram aprisionados e exilados da sua pátria africana, condenados à escravidão durante séculos, por várias sociedades em todo o mundo; simplesmente por ter características fenotípicas e culturais diferentes das referentes aos povos da Europa ocidental.

Segundo Laraia (2001), por muitos anos, os diversos costumes e comportamento dos indivíduos foram atribuídos às suas diferenças biológicas; e não as sua manifestações e variações culturais. Nessa perspectiva, o conceito de raça é uma construção social, histórica e política, usada para a dominação de um povo em detrimento de outro. Além do racismo, existem no Brasil, variados tipos de preconceitos. Seja referente à cor ou aos portadores de necessidade especiais, sexualidade, cultura e religião. O que acaba, de certa maneira, excluindo esses indivíduos da sociedade, além de caracterizar, também, atitudes etnocêntricas. Nesse contexto, diante da organização do mundo baseado na globalização, muitos grupos culturais tendem a se dispersar, já alguns resiste para se auto- afirmar e manter as suas culturas; mas com a ideologia capitalista fica recorrente o processo de marginalização aos grupos sociais que não atendem á esse requisito. Essas minorias estão geralmente associadas a condições sociais mais frágeis. Um exemplo claro disso é a questão de gênero, na qual a sociedade machista discrimina, exclui e violenta as mulheres e os homossexuais.  As diferenças de gênero entre a mulher e o homem são dadas pela sociedade. A sociedade, historicamente, tem definido uma série de valores, conceitos e comportamentos; dizendo qual é o papel da mulher e qual é o papel do homem. Sendo assim, as mulheres foram colocadas na situação de inferioridade, ganhando salários mais baixos, exercendo menos funções de decisão, tendo dupla jornada de trabalho e sendo minoria na política. Esse dilema è intenso, tendo em vista que a precária representação institucional é o principal problema que afeta os grupos minoritários. O sistema representativo instituído em nosso país favorece os grandes grupos, que se organizam para conseguir dar poder a um representante político que atenda às suas necessidades imediatas. Diante desse sistema, as minorias acabam sendo representadas de forma secundária ou de forma alguma. Como no caso dos deficientes que muitas vezes têm os seus direitos fundamentais violados e são colocados a margem da sociedade. Percebe-se que ao longo da história do Brasil, as pessoas com as mais diversas deficiências sofreram e, ainda sofrem discriminações. A exclusão imposta pelo o mundo feito para os “normais” é imensa; sem contar que a questão das pessoas portadoras de necessidades especiais está revestida de diversas dificuldades e, ainda, de muito desconhecimento. Entretanto esses não são os únicos casos de preconceitos instalados na sociedade brasileira, são comuns, no país, discriminações ás religiões, Principalmente de origem africana. Muitas vezes pessoas que pertencem a uma dada religião colocam a sua religião como sendo superiores as demais, sendo o começo dos desentendimentos, do desrespeito, do preconceito e da intolerância religiosa. Diante de todo esse panorama, é de suma importância salientar que, no âmbito da democracia são inaceitáveis as discriminações sociais e raciais, entretanto elas estão enraizadas na sociedade. Persiste no imaginário do povo brasileiro uma crença de que o racista é sempre o “outro” , é lamentável perceber que o racismo é mais comum do que se imagina, ficando evidente com as estatísticas que revelam a posição do negro na sociedade brasileira; as quais mostram que os negros são a minoria no mercado de trabalho, na universidade e que a as chances de um negro ser analfabeto é cinco vezes maior do que de um branco. Além disso, 70% das pessoas que vivem em situação de extrema pobreza no Brasil são negras. Por isso, mesmo que de uma forma velada, ainda existe muito racismo no Brasil e gera uma desigualdade social significativa, já que segundo Silva (2012), a identidade está vinculada também a condições sociais e materiais. Se um grupo é simbolicamente marcado como inimigo ou como tabu, isso terá efeitos reais porque o grupo será socialmente excluído e terá desvantagens materiais.

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