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Diversidade cultural brasileira e educação social

Tese: Diversidade cultural brasileira e educação social. Pesquise 861.000+ trabalhos acadêmicos

Por:   •  7/4/2014  •  Tese  •  1.437 Palavras (6 Páginas)  •  451 Visualizações

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Plano de Aula: Cultura e Sociedade

FUNDAMENTOS DAS CIÊNCIAS SOCIAIS

Título

Cultura e Sociedade

Número de Aulas por Semana

Número de Semana de Aula

4

Tema

Diversidade cultural e a formação social brasileira

Objetivos

Entender a construção da identidade nacional a partir do mito das três raças.

Distinguir algumas interpretações acerca da composição étnica brasileira.

Estrutura do Conteúdo

Segundo Roberto Da Matta é notória a importância dos elementos étnicos, a dizer branco: negro e indígena na formação da sociedade brasileira. A amálgama formada a partir desses elementos, através de suas relações sociais e pessoais, proporcionou o reconhecimento da identidade nacional como deveras peculiar em relação a outros países com experiências semelhantes. O Brasil se tornou uma sociedade mestiça e homogênea, onde não existiria preconceito "racial" e todos os indivíduos seriam, em potencial, capazes de possuírem igualdade formal, material e moral entre si.

Em termos gerais, este é o mito de origem da sociedade brasileira, conhecido como o "mito das três raças". Para Peter Fry, é possível notar sua presença em diversos âmbitos da sociedade, desde interpretações acadêmicas até em relações fortuitas do cotidiano. Apesar de não corresponder com precisão à realidade vivida, ele serve como uma orientação para se avaliar as relações sociais, positivas ou negativas, pois corresponde à realidade idealizada.

Existem várias correntes que explicar a formação racial/cultural da sociedade brasileira. A primeira destas correntes previa a degenerescência e o pensador mais importante era o Conde de Gobineau, o qual via a mistura de raças como fator de decadência e degenerescência da sociedade brasileira, e influenciou a obra de expoentes do pensamento brasileiro como Sílvio Romero, Olveira Vianna e Nina Rodrigues.

Já Gilberto Freyre se propõe a deslocar o debate superioridade/inferioridade para a observação de uma situação de contato e de troca que se atualiza dentro de uma estrutura social de desigualdade, uma vez que nesta troca uma das partes é o senhor e as outras duas encontram-se, com menor ou maior intensidade numa condição servil. Para este autor a miscigenação deixa de ser considerada um fenômeno meramente biológico ou ainda um processo gerador de aptidões e costumes, degenerescências dela derivadas e agravadas pela ação deprimente do clima. Ao contrario a mistura de diferentes grupos étnicos é vista com algo positivo e ate mesmo capaz de promover uma democratização a partir da posição ambivalente do mestiço.

Outro estudo que abarcou as características da identidade nacional foi Raízes do Brasil, de Sérgio Buarque de Holanda. Para este autor, os males do país também não provêm da miscigenação. São oriundos da personalidade do português. Essa personalidade se apresenta tão dominante que a mistura com índios e negros não conseguiu superá-la. Pelo contrário, argumenta que a personalidade dos negros era semelhante à dos portugueses, ou seja, plástica e maleável. O que lhes fomentavam um caráter ?anti-social? que preferia os entretenimentos ao trabalho. Nessa sociedade, as relações sociais afiguraram-se a partir da cordialidade e do personalismo. Relações que tomam formas distintas de acordo com o interlocutor, mas sempre de maneira afetiva. Característica que se tornou geral na sociedade brasileira. A cordialidade favoreceria, segundo o autor, a dinâmica social através da emoção, ao invés de regras sociais fixas.

Outra importante contribuição ao entendimento da formação étnica e à diversidade cultural brasileira se dá por meio da obra de Darcy Ribeiro. Como leciona Adelia Miglievich Ribeiro , este antropólogo ? desenha um povo que nasce de contínuos e violentos atos que vêm a caracterizar a história de nossa unificação política. Intitula o capítulo que inicia a segunda parte de seu livro O povo Brasileiro (1995) significativamente: Brasil: criatório de gente. É o antropólogo Darcy que fala da instituição social que explica o Brasil em seu nascedouro: o cunhadismo?.

Esta antiga prática indígena para incorporar estranhos à sua comunidade consistia em lhes dar uma moça índia como esposa. Assim que o homem estranho à tribo a assumisse deixava de sê-lo e estabelecia-se, automaticamente, mil laços que o aparentavam a todos os membros do grupo. Isso se alcançava graças ao sistema de parentesco classificatório dos índios que relaciona, uns com os outros, todos os membros de um povo?.

Para Darcy, o brasileiro nasce no processo de distinção de suas matrizes originais, hostilizado e, também, hostil. O mameluco rejeita a mãe índia que lhe deu a luz e opõe-se aos irmãos de sangue das Américas ao mesmo tempo em que é desconhecido por seu pai branco e banido entre os irmãos de ultramar. (...) Os brasileiros-brasilíndios-mamelucos expandem o domínio português na constituição do Brasil, castigando as gentes de sangue materno. Interrompe-se assim a linha evolutiva prévia das populações indígenas subjugadas como mão-de-obra servil de uma nova sociedade integrada numa etapa mais elevada da evolução sociocultural. Tem-se não a assimilação étnica, mas sua integração.

Não menos dolorosa é a transfiguração étnica que fez nascer o brasileiro-mulato. A submissão do escravo africano trazido para o Brasil apenas pode ser explicada pela força da opressão que exigiu a mais fervorosa vigilância e o uso constante dos castigos preventivos capazes de levar o ser humano a se esquecer de si. Exalta a fuga como a mais forte motivação do cativo para se manter vivo. Destaca o principal dos conflitos havidos na história brasileira: o racial que não oculta, ao contrário, os elementos classistas. Antagonismos estes que alcançavam o caráter mais cruento no enfrentamento dos negros a seus senhores. Palmares é o caso exemplar do enfrentamento inter-racial que, também, continha um projeto de sociedade na forma do igualitarismo e da

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