A IMPORTÂNCIA DO ESTÁGIO CURRICULAR OBRIGATÓRIO NA FORMAÇÃO DO ASSISTENTE SOCIAL

A IMPORTÂNCIA DO ESTÁGIO CURRICULAR OBRIGATÓRIO NA FORMAÇÃO DO ASSISTENTE SOCIAL

Lurdes de Oliveira Inda^[1] 

Paula Sinatora das Neves^[2]

Resumo

O artigo tem como princípio debater a importância do estágio curricular na formação acadêmica, através da natureza documental e metodologia de pesquisa de campo desenvolver um ambiente propício para compreendermos a relevância da questão  para o futuro profissional. O exposto tem como objetivo identificar a finalidade do estágio curricular obrigatório, assim como a função do supervisor de campo. Contudo o processo de coleta e entrevistas contribuíram para um debate de opiniões e orientações para sanar dúvidas de acadêmicos e futuros acadêmicos, a proposta da ação é apontar e descrever características centrais do estágio supervisionado que contribuem na formação profissional respeitando o código de ética da profissão.

Palavras-chave: Estágio supervisionado. Funções e contribuições. Desafios do Assistente Social.

THE IMPORTANCE OF THE MANDATORY CURRICULUM TRAINING STAGE IN TRAINING THE SOCIAL WORKER

Abstract

The article has as its principle to debate the importance of the curricular internship in the academic formation, through the documental nature and field research methodology to develop a favorable environment to understand the relevance of the question for the professional future. The above aims to identify the purpose of the required curricular internship, as well as the role of field supervisor. However, the process of collecting and interviewing contributed to a debate of opinions and orientations to solve doubts of academics and future academics, the purpose of the action is to point out and describe central characteristics of supervised internship that contribute to professional training respecting the code of ethics of the profession.

Keywords: Supervised internship. Roles and contributions. Challenges of the Social Worker.

1 INTRODUÇÃO

O presente artigo contextualiza a importância e relação do estágio curricular obrigatório na formação do Assistente Social. Desenvolvido por meio de pesquisa de campo, de natureza documental e quali-quantitativa estabelece a conexão da teoria com a prática estabelecidas no campo de estágio.  

O estágio curricular obrigatório é essencial para a formação acadêmica, o artigo tem como objetivo apresentar suas dimensões e atores envolvido ressaltando o papel do supervisor de campo na garantia do ensino-aprendizagem e apresentação da atuação profissional em campo. Regulamentado pela Lei 11.778/2011 e pela resolução 533/2008 do CFESS, configurando-se um processo coletivo de ensino-aprendizagem com a supervisão de um Assistente Social devidamente registrado no CRESS. A pesquisa de campo contribuiu na coleta dos dados referentes a opiniões dos acadêmicos que enfrentam as dificuldades do estágio supervisionado, satisfação com a supervisão de campo, colaboração do estágio na construção profissional, defasagem atual da profissão, entre outras questões.

Contudo, o artigo apresenta o reconhecimento do estágio curricular supervisionado como campo de ensino-aprendizado, expondo as dificuldades enfrentadas pelos acadêmicos nesse período. São relatadas negligências efetuando a necessidade de um olhar atento às competências do Assistente Social que vem sendo tratadas com indiferença atingindo severamente os acadêmicos futuros profissionais e traindo o Código de Ética da profissão. .  

2 ESTÁGIO  CURRICULAR OBRIGATÓRIO

        O estágio curricular obrigatório compõe a grade curricular do Serviço Social e contribui diretamente na fomentação e aplicação do conteúdo aprendido durante as aulas teóricas. Regulamentado pela Lei nº 11.788/2008 - A lei do estágio, sendo aprovado na categoria pela “resolução CFESS n˚ 533/2008, que regulamenta a Supervisão Direta de Estágio em Serviço Social, atribuição privativa da/o assistente social, prevista no Artigo 5˚, Inciso VI da Lei n˚ 8662/1993” (CFESS, 2014, p.5) . Esse período é decisivo para todo acadêmico, é nesse processo que identifica suas capacidades e competências e construindo conhecimento através da prática.

Configura-se em um processo coletivo de ensino-aprendizagem, no qual se realiza a observação, registro, análise e acompanhamento da atuação do(a) estagiário(a) no campo de estágio, bem como a avaliação do processo de aprendizagem discente, visando a construção de conhecimentos e competências para o exercício da profissão. (PNE, 2010, p. 15)

O acadêmico tem o estágio curricular como palco de debates, o espaço institucional tem como objetivo capacitar-lo para as futuras atividades profissionais. Neste processo de ensino-aprendizagem o acadêmico consequentemente executa o exercício teórico-prático através da compreensão das problemáticas acolhidas na instituição condescendente de estágio, conhecendo a realidade institucional e instrumentos técnico operativos e metodológicos usados na atuação do Assistente Social.      

O estágio curricular obrigatório e não obrigatório devem ocorrer por meio da supervisão técnica do profissional de campo e professor orientador. É de suma importância que a supervisão seja realizada por um profissional devidamente registrado no CRESS.

O Estágio Supervisionado é uma atividade curricular obrigatória que se configura a partir da inserção do aluno no espaço sócioinstitucional, objetivando capacitá-lo para o exercício profissional, o que pressupõe supervisão sistemática. Esta supervisão será feita conjuntamente por professor supervisor e por profissional do campo, com base em planos de estágio elaborados em conjunto pelas unidades de ensino e organizações que oferecem estágio. (CFESS, 2014, p.12)

O período é separado em três semestres, Estágio Curricular I, II e III. Cada qual com suas particularidades e objetivos para capacitação do acadêmico estimulando e aperfeiçoando o conhecimento dos instrumentos e metodologias presentes na atuação do profissional.

•  O estágio curricular I ocorre a partir do 5º semestre da faculdade, é realizada a inclusão no campo de estágio e reconhecimento do mesmo, com base na observação e escuta é analisado como se dá o processo de atuação do Assistente Social. É nesse período  que o acadêmico conhece a política a qual a instituição trabalha e executa suas ações, o estudo da realidade concretiza as questões já estudadas anteriormente e inicia um processo de aprendizagem mais profunda acerca dos campos profissionais do Assistente Social.
•  O estágio curricular II com início a partir do 6º semestre tem ações continuadas ao primeiro que ampliam as ações do estagiário com a supervisão do Assistente Social da instituição. Todo o processo de observação e escuta se constituem na construção de um projeto de intervenção pensado com base nas ações interventivas, encaminhamentos e acolhidas. O projeto de intervenção é formulado a partir da observação de uma demanda que faz necessária um olhar crítico, estratégia de enfrentamento e superação. Após delimitar a demanda o acadêmico faz o estudo dos instrumentos a serem usados, metodologia de aplicação e a forma que será realizada a intervenção na prática com o objetivo a ser alcançado e justificativa para o mesmo.
•  O estágio III  será desenvolvido no 7º semestre é o momento de executar na prática a experiência adquirida no estágio. As observações e escutas se tornam o confronto com as expressões das questões sociais, dilemas e problemáticas da profissão. Entretanto, é nesse momento através da supervisão de campo a oportunidade de desenvolver suas capacidades na construção de estratégias de enfrentamento com base teórico-prática na concretização de soluções às demandas atendidas junto às necessidades e opiniões dos usuários. Algo bastante marcante nesse período é a compreensão que a mesma demanda é acolhida de formas diferentes, pois cada usuário tem particularidades e realidades distintas.  

Segundo  Iamamoto (2008, p. 55) “[...] o SES não atua apenas sobre a realidade, mas atua na realidade”. O processo de ensino-aprendizagem proporcionado pelo estágio obrigatório constrói conhecimento com base da manipulação teórica posta em prática, a partir dele é observado que o trabalho do Assistente Social enfrenta obstáculos e limitações que somente são possíveis identificar por meio da prática nos serviços que atuam nas pontas, rompendo com a visão de assistencialismo orientando a todos acolhidos a visualizarem o serviço como direito daquele que necessitar.