A “PÓLIS” DEMOCRATICA: DA DIMENSÃO PRIVADA PARA A PÚBLICA
Por: Mariana Lavine • 11/6/2021 • Trabalho acadêmico • 1.059 Palavras (5 Páginas) • 162 Visualizações
UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DA BAHIA – UFBA
SERVIÇO SOCIAL
1º SEMESTRE
MARIANA LAVINE
A “PÓLIS” DEMOCRATICA: DA DIMENSÃO PRIVADA PARA A PÚBLICA
SALVADOR – BA
2017
MARIANA LAVINE
A “PÓLIS” DEMOCRATICA: DA DIMENSÃO PRIVADA PARA A PÚBLICA
Trabalho apresentado como requisito parcial para obtenção de aprovação na disciplina de Introdução a Filosofia, no Curso de Serviço Social, na Universidade Federal da Bahia.
Docente: Gislene Vale
SALVADOR – BA
2017
INTRODUÇÃO
Este trabalho tem por objetivo responder como se dava a passagem da dimensão privada, verdade obtida pela percepção individual de cada um, para a dimensão pública, verdade obtida pelo consenso da maioria através do melhor discurso, constituindo a pólis democrática grega.
Tendo como linha principal o pensamento sofista, que era deveras popular entre os gregos, irá se explicar qual era o conceito de democracia existente e como esse pensamento dava base e continuidade a ele.
Para a elaboração deste, foi usado como textos base de referência Teeteto de Platão e Elogio de Helena de Górgias, além de outros textos complementares que serão citados ao decorrer do trabalho e referenciados na bibliografia.
COMPREENDENDO O PENSAMENTO SOFISTA
“Sócrates – Talvez tua definição de conhecimento tenha algum valor; É a definição de Protágoras; Por outras palavras ele dizia a mesma coisa. Afirmava que o homem é a medida de todas as coisas, da existência das que existem e da não existência das que não existem. Decerto já leste isso?”. *1
Por meio de um trecho da obra platônica Teeteto, introduz a máxima do pensamento de Protágoras, considerado o primeiro sofista, e junto com Górgias, um dos mais influentes na sociedade grega antiga.
Nesse pensamento, a opinião privada adquire o mesmo valor de verdade e ela está no horizonte do homem que sente, como sente e quando sente. Assim a verdade se torna relativa e individual.
Analisando a máxima O Homem é a medida de todas as coisas, “Homem” adquire o sentido de humanidade, “medida” refere-se à possibilidade de descrever ou caracterizar algo e “coisas” são todas as coisas sensíveis.
Em relação às coisas sensíveis, as coisas que são percebidas são as coisas que são – sensação e percepção se equivalem nesse pensamento – e o infinito de coisas existentes, entre as percepções, que não estão sendo percebidas são as coisas que não são.
Nesse sentido, é fácil se perceber que algo que é pode se tornar algo que não é e vice-versa:
“De forma que nada é uno, ou algo determinado ou como quer que seja. Da translação das coisas, do movimento e da mistura de umas com ·as outras é que se forma tudo o que dizemos existir, sem e usarmos a expressão correta, pois em rigor nada é ou existe, tudo devém.” *2
Usando a teoria heraclitiana: tudo flui e nada permanece, onde o principio desse pensamento é o movimento, e que fora disso nada existe, havendo assim duas espécies de movimento: A Força Ativa e a Força Passiva (que em variadas vezes invertem-se de papel) e do encontro destas, forma-se a sensação e a percepção da sensação (essas últimas estão sempre conectadas em uma relação continua que constituem todas as coisas sensíveis, inclusive o Homem) entende-se a máxima protágorica que o Homem é medida de todas as coisas, pois essas coisas que ele percebe, são também as coisas que o constitui.
Mas a sensação e a compreensão da mesma se dão de formas diferentes. A sensação é natural que não se tem controle, mas o que nos permite entender as coisas que sentimos e dá sentido a elas é o logos.
“O logos implica, por si mesmo, a realidade do que ele enuncia, uma vez que as coisas são o que parecem a cada um em cada circunstancia. Assim, as coisas não são nada além da representação que se tem delas e a linguagem possui autonomia com relação ao ser em si”. *3
O logos é a capacidade de convencionar coisas, de estabelecer conexões entre as percepções, de dar um julgamento ou característica ao que é sentido. Intimamente ligado a Paideia, a cultura e a própria sociedade no qual essa pessoa está inserida, pois tudo isso exercerá influencia direta a ele, a concepção do Logos será responsável pela transição das “verdades” privadas para as “verdades” públicas através do uso do discurso.
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