A Psicologia Social

Entrevista

Na entrevista que fiz com o Sr. Manoel funcionário de serviço de limpeza de uma empresa terceirizada, quando interrogado sobre a função que exercia o mesmo se diz satisfeito com seu trabalho, embora seja olhado com outros olhos de pessoas, quando usa o uniforme e o crachá de identificação com o nome da função “Servente de limpeza”.  Vejo-me descriminado pelas pessoas, daí passo a ser invisível no meio delas. Só sou visível e até tenho nome quando precisam da minha mão de obra então diz: chama o rapaz da limpeza, este é o nome que sou conhecido porque estou caracterizado pra eles com uniforme e a função.  Disse que isso causa inferioridade e tristeza, mas logo levanta o astral e diz: sou feliz porque tenho saúde para trabalhar e não vivo à custa de pessoas orgulhosas que me vê diferente deles.  Sou cidadão que tenho direitos.

Homens invisíveis – relato de uma humilhação social

Vejo que as pessoas de baixa renda são esquecidas devido à invisibilidade. Só de o fato se caracterizar com seu uniforme a invisibilidade pública caracteriza a vida de empregadas domésticas, faxineiros, porteiros, garis e outros trabalhadores subalternos, que deixam de ser vistos como pessoas e passam a ser tratados como coisas. Surgem apenas os uniformes e os lugares varridos e limpos. Sua personalidade é totalmente ignorada e, mais do que isso, a própria humanidade dessas pessoas, deixa, assim, de ser reconhecida.

Veja que a invisibilidade e a humilhação social que a acompanha, a cegueira pública deve ser compreendida como um fenômeno político e, ao mesmo tempo, psicológico. Político porque relacionado às desigualdades históricas entre classes sociais. Portanto, há interesses de classe informando a cegueira – aqueles que se negam a ver o outro, trabalhador subordinado, porque não o tem como igual.  Assim a invisibilidade social é um fenômeno psicossocial pelo qual um sujeito é apagado por outro. É uma sequência seguimento onde o indivíduo é tornado invisível por sua insiguinificancia  ou ausência social.

 

[pic 1][pic 2]

Eles existem entre nós, mas por que não enxergamos?