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A Renovação do Conservadorismo e os Desafios Para Sua Superação na Atual Conjuntura

Por:   •  27/2/2019  •  Trabalho acadêmico  •  1.431 Palavras (6 Páginas)  •  308 Visualizações

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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO PARANÁ

ESCOLA DE EDUCAÇÃO E HUMANIDADES

CURSO DE SERVIÇO SOCIAL

Elisângela Leite da Costa Lemos

Priscila Gomes DE LIMA

TRABALHO DISCENTE EFETIVO – TEXTO ARGUMENTATIVO

CURITIBA

2018

Elisângela Leite da Costa Lemos

Priscila Gomes DE LIMA

TRABALHO DISCENTE EFETIVO – TEXTO ARGUMENTATIVO

Trabalho apresentado para a disciplina de Serviço Social e Pensamento Contemporâneo do Curso de Graduação em Serviço Social da Pontifícia Universidade Católica do Paraná, sob orientação dos professores Jucimeri Silveira e Cezar Lima.

CURITIBA  

2018

A Renovação do Conservadorismo e os Desafios para sua Superação na Atual Conjuntura

É sabido que a gênese do Serviço Social tem raízes no conservadorismo, tendo como base histórica as práticas de caridade postas por ações da igreja católica para atender a população em situação de vulnerabilidade da época. Nesse primeiro momento, esse atendimento aos necessitados, não visava a garantia de seus direitos, apenas eram desenvolvidas atividades para atender a demanda especifica daquele período, essa atividade não era vista como obrigação de ser efetivada pelo Estado (MARTINELLI, 2010).  Contudo o Serviço Social superou ao longo das décadas essa lógica paternalista do Estado, pois nos anos 1960 a profissão passa questionar seus referenciais e assume as inquietações e insatisfações de uma conjuntura histórica de intenso movimento político-cultural que reúne profissionais, intelectuais, trabalhadores, seguimentos médios e das classes populares em torno da luta anti-imperialista na defesa de projetos de transformação social. E o Serviço Social, sob os influxos dessa atmosfera de predisposição à mudança, desencadeia em toda a América Latina um amplo movimento de renovação profissional em diferentes níveis; teórico, metodológico, técnico- operativo e ideopolitico. Esse período foi chamado por Netto (2001) de movimento de reconceituação e impôs aos assistentes sociais a necessidade construir um novo projeto profissional, comprometido com as demandas e interesses dos trabalhadores e das camadas populares usuárias das políticas públicas.

No entanto, apesar dos avanços no que se refere ao arcabouço teórico metodológico apropriado pela profissão e que configurou a ela o seu caráter hegemonicamente crítico, aparentemente ela vem sendo afetada pela atual conjuntura, na qual tem se fortalecido pensamentos conservadores e retrógados, pois, entre os assistentes sociais e teóricos da área, tem se fortalecido uma corrente que se intitula de Serviço Social Libertário e que tem como intencionalidade retomar as práticas caritativas de outrora.  Dessa forma, um dos desafios que se colocam para a profissão na atualidade é barrar esse avanço neoconservador dentro do próprio seio da profissão e criar estratégias e ações que venham a fortalecer o projeto ético político da profissão, como também o Código de Ética, destacando a sua importância para a construção de uma sociedade mais igualitária e justa. Para tanto é imprescindível que o Serviço Social ainda na academia trate de temas relevantes para a superação das violências e preconceitos contra as minorias e reforce o papel emancipador da profissão, afim de superar a onda neoconservadora no seu interior, sendo o papel da ABEPSS fundamental nessa construção.

Além disso, podemos verificar os retrocessos em outras áreas da sociedade, pois, assim como aconteceu entre os anos 1930 e 1940, quando o Estado assumiu a regulação das relações entre capital e trabalho, buscando enquadrá-las juridicamente, visando a desmobilização da classe operaria e o controle das tensões entre classes sociais, tomando medidas de cunho controlador e paternalista, transformando a questão social em um problema de administração, na atual conjuntura podemos ver a história voltando a se repetir, pois estamos caminhando a passos largos em direção ao esfacelamento de muitas políticas públicas e do debate de pautas que são essenciais para superação das desigualdades. Visto que foi eleito um presidente que claramente não está preocupado com o trato das desigualdades e muito menos com as lutas das minorias, pois expressa em seu próprio discurso todo o seu preconceito e desprezo por essa parcela da população, que em nada tem de minoria, pois se unidas se constituem na maioria. Dessa forma vemos que a eleição do atual presidente retrata a realidade da sociedade brasileira que nos últimos anos tem sofrido com o avanço do conservadorismo, o qual tem encontrado espaço para disseminar discursos de ódio contra populações que comprovadamente tem sofrido ao longo da história com violência e preconceitos, e para além disso, esse avanço do conservadorismo também vem para desbancar políticas públicas e sociais, principalmente aquelas que atendem os mais empobrecidos, limitando investimentos nas áreas sociais, o que por consequência acaba por agudizar a crise econômica que o Brasil tem enfrentado.

 Portanto caso não haja resistência de nossa parte enquanto cidadãos e profissionais iremos retornar as práticas de filantropia e assistencialismo. Pois, temos acompanhado o desmonte dos direitos outrora conquistados com muita luta, e isso em todos os setores, mas principalmente no que se refere a área do trabalho, com a flexibilização das leis trabalhistas que colocam o trabalhador em uma posição muito fragilizada em relação ao seu empregador, tornando as relações de trabalho cada vez mais precarizadas, e aumentado ainda mais a exploração sofrida pelo trabalhador. O mesmo acontece no setor previdenciário no qual ocorre regressões e restrições aos direitos já conquistados, e isso tudo para atender os interesses do capital financeiro, que tem interesse na área previdenciária. Além disso de acordo com Silveira (2018) existe uma clara polarização da sociedade, na qual existem projetos que defendem a democracia e a emancipação de um lado e do outro lado estão os que defendem o fim das liberdades e das instituições democráticas. Sendo que esses últimos de forma extremada realizam até mesmo a defesa de uma intervenção militar, o que remete claramente ao desejo do retorno à ditadura militar por parte desses, o que demonstra o caráter autoritário e conservador desses projetos.

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