AS CONTRADIÇÕES E AS DIFICULDADES DE ATUAÇÃO DO ASSISTENTE SOCIAL
Por: Nayara Sublié • 11/10/2018 • Trabalho acadêmico • 2.706 Palavras (11 Páginas) • 529 Visualizações
1. INTRODUÇÃO
Abordaremos brevemente neste trabalho algumas reflexões sobre limitações na intervenção e na ação profissional do Assistente Social, de acordo com as condições de trabalho nos variados espaços socioocupacionais em que atua nas esferas, Federal, Estadual e Municipal em busca de garantir o acesso das políticas públicas a população de baixa renda e que apresentem vulnerabilidades sociais onde encontramos diversos desafios que dificulta a construção e a efetivação da ação do nosso projeto ético político, trataremos por tanto algumas destas questões.
2. AS CONTRADIÇÕES E AS DIFICULDADES DE ATUAÇÃO DO ASSISTENTE SOCIAL
A fragilidade das relações sociais e de trabalho na cena contemporânea tem elevado cada vez mais o nível de participação dos assistentes sociais na elaboração, e execução das políticas sociais. É neste cenário que se encontra o trabalho do assistente social, no âmbito dos serviços permeado pelas condicionalidades que lhe são impostas, pelas transformações do mundo do trabalho, pela inserção nos novos padrões organizacionais, e pela dinâmica dos serviços sociais estatais.
O Assistente Social, como trabalhador inscrito na organização sócio técnica do trabalho, vivência as condições e dilemas da alienação e das determinações sociais que afetam toda a classe trabalhadora. O exercício profissional não foge a essas determinações sociais. O Assistente Social, ao ingressar no mercado de trabalho, condição para que possa exercer a sua profissão como trabalhador assalariado, vende a sua força de trabalho: uma mercadoria que tem valor de uso, porque responde a uma necessidade social e um valor expresso no salário. O dinheiro que ele recebe expressa a equivalência do valor de sua força de trabalho com todas as outras mercadorias necessárias à sua sobrevivência material e espiritual (...) (IAMAMOTO,2011,p,217)
O trabalho do assistente social se desenvolve no interior de uma realidade contraditória, presente nos espaços sócio ocupacionais onde estão inscritos. No ambiente institucional as ações a serem desenvolvidas são de propriedade das instituições empregadoras o que leva esse profissional, a ter uma autonomia relativa, e a receber recortes no seu objeto de trabalho, pois este depende dos meios institucionais tais como: recursos financeiros, materiais e humanos previstos pelas políticas institucionais. Sendo o assistente social um trabalhador assalariado, depende da relação que estabelece com o objeto de seu trabalho, ou seja, as expressões da questão social, como se evidenciam na vida dos sujeitos usuários dos seus serviços, mas, para o desenvolvimento de suas ações, este profissional, depende do recorte das políticas sociais, que são definidos pelas instituições empregadoras que estabelecem as demandas e prioridades a serem atendidas.
Outro fator a ser considerado é a burocracia que está constantemente presente na realização dos serviços dos assistentes sociais, pois o poder institucional se coloca a frente da autonomia profissional impedindo-o de traçar livremente sua escolha de suas ações. O controle da produtividade nos serviços através de ações pré-determinadas, a padronização de procedimentos e a utilização massiva da tecnologia, e mesmo advogadas em nome da transparência e da qualidade da oferta de serviços parecem ter aumentado as dificuldades para o exercício da autonomia profissional. Cada vez mais se observa os assistentes sociais envoltos nas tarefas de alimentação dos sistemas de informações e no desenvolvimento de ações prescritas no nível da administração central e menos concentrados na realização de um processo interventivo que busque responder às necessidades postas pelos seus usuários no contexto das realidades locais.
Outro ponto que dificulta ainda mais a autonomia das ações profissionais é o aumento significativo da participação das entidades de cunho privado e filantrópico na prestação de serviços sociais, financiadas pelo Estado. Isso expõe os profissionais a operarem em lógicas bastante contraditórias. Ao mesmo tempo em que se colocam diretrizes, guias e parâmetros, emanados a partir da “garantia de direitos sociais” pautada pelo Estado, as referidas entidades buscam também atender às respectivas lógicas que sustentam a sua existência, exigindo um processo de acomodação de interesses por parte dos profissionais. Ou, tendem a um forte apego a documentos e legislações emanados do Estado, consoantes ao projeto profissional. Isso tanto obscurece o caráter contraditório, imanente ao campo da política social, como dificulta o rompimento da relação mimética entre a profissão e a política social, tornando mais distante as possibilidades de exercício de uma possível autonomia.
3. POSSIBILIDADE E LIMITES DO SERVIÇO SOCIAL
O Serviço Social, inscrito como uma profissão na divisão social e técnica do trabalho, traz em sua ação diversas tensões profissionais e traz como desafio a diferença entre a participação direta dos mecanismos de exploração e dominação no processo capitalista e as respostas que se deve apresentar às necessidades de sobrevivência das classes trabalhadoras, essas condicionais traz ao profissional diversos desafios em seus diversos espaços de trabalho.A atuação do Assistente Social dentro dos espaços socio ocupacionais ocorre nas repartições Públicas e Privadas, frente, aos CRAS – Centro de Referência de Assistência Social que realiza ações socioeducativas, CREAS – Centro de Referência Especializado de Assistência Social,Hospitais Públicos, junto aosCAPS– Centros de Atenção Psicossocial, Poder Judiciário, Educação, Habitação, Ongs, Projetos, Movimentos Sociais, Assessoria, Avaliação, monitoramento, bem como em outras áreas necessárias para a formação de uma sociedade justa e igualitária e cada uma destas áreas de atuação traz em suas especificidades seus desafios e limitações.
Ao abordamos as questões dos limites e desafios encontrados em nossa profissão, podemos reconhecer queo exercício profissional exige naação profissional acompetência para propor e negociar com as instituições sobre seus projetos afim de que a concretização destes, afetivamente assegurem e garantam o acesso aos direitos de todos.É necessário também dentro da nossa postura defender em nosso campo de trabalho nossas qualificações e atribuições profissionais, indo além das rotinas institucionais buscando compreender no movimento da realidade as tendências e possibilidades. O proposito está na buscar por garantir a liberdade, igualdade, cidadania, direitos sociais, democracia, reflexão ética, pluralismo,
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