TrabalhosGratuitos.com - Trabalhos, Monografias, Artigos, Exames, Resumos de livros, Dissertações
Pesquisar

Atuação do Assistente Social com base no Estatuto da Criança e do Adolescente

Por:   •  26/10/2015  •  Dissertação  •  3.888 Palavras (16 Páginas)  •  436 Visualizações

Página 1 de 16

Introdução

Neste trabalho acadêmico tive o desafio e a oportunidade de refletir sobre situações verídicas do efetivo exercício do Assistente Social, considerando a relevância do Relatório Social para envio de resoluções em múltiplas esferas, principalmente, na área sócia jurídica.

A elaboração dos Relatórios Sociais apontou com fundamento na avaliação investigativa do caso e na legislação, alternativas para o encaminho de uma situação específica, apresentando como base o Estatuto da Criança e do Adolescente, a Declaração Universal dos Direitos Humanos e a garantia da cidadania plena e integral à pessoa humana.

Foi examinada a seguinte situação hipotética, que demonstrou a atuação do Assistente Social: a quem entregar a guarda provisória de dois irmãos, um com três anos e outro com oitos anos de idade. Os pais foram presos – o pai por traficar drogas e a mãe por associação tráfico. Eles ficaram presos em cidades diferentes, um no presídio masculino de São Paulo e a outra no presídio feminino de Campo Grande. Os avôs paternos são falecidos e os avôs maternos são muito doentes. Os outros familiares e parentes das crianças em questão moram em outros Estados.

Os meninos estavam provisoriamente em um lar de criança mantido pela prefeitura de Campo Grande. A Assistente Mariana recebeu a incumbência de solucionar o caso e dar um apropriado encaminhamento às crianças.

A Assistente Social foi informada que havia um abrigo público mantido pelo Estado do Mato Grosso do Sul, onde os meninos em situação de vulnerabilidade são enviados até ser concedido a eles, pelo juiz e com a apuração do Relatório feito pela Assistente Social, um perfeito encaminhamento que lhes assegure a segurança e o bem-estar físico e mental.

A situação dos meninos era muitíssimo preocupante e se abriam para eles diversas alternativas de encaminhamento. A verificação da Assistente Social deparavam com vários dilemas que, simultaneamente,poderia influenciar a vida dos dois irmãos.

A Assistente Social além do devido encaminhamento das crianças, precisou produzir um Relatório, levando em conta os mínimos detalhes do caso, o ECA, os Direitos Humanos e o futuro dos meninos.

Os direitos da Criança e o dever de criar um ambiente adequado ao seu desenvolvimento.

É indispensável considerar em todas as intervenções os direitos da criança e do adolescente que estão previstos na Lei 8.069, denominada Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA).

Para que consigamos entender o que determina o Estatuto da Criança e do Adolescente referente a Política de atendimento à criança e ao adolescente de maneira que definitivamente assegure a plena efetivação dos direitos infanto-juvenis, consideremos a necessária implicação dos aspectos -participação popular, descentralização e trabalho em rede de serviços.

Existe a necessidade de compreendermos que a política de atendimento requer a intervenção de vários órgãos e autoridades, que adquiriram atribuições específicas e diferenciadas a desempenhar, mas têm igual compromisso na identificação e construção de resoluções dos problemas apresentados, tanto no plano individual quanto coletivo do atendimento ao segmento infanto-adolescente.

A família foi e permanece sendo o núcleo básico de qualquer sociedade. Sem família não é realizável nenhum tipo de organização social ou jurídica. É na família que tudo se inicia. É a família que estrutura o ser humano como sujeito, e é nela que se encontra o amparo e a dedicação necessários para o seu desenvolvimento.

O papel da família na modernidade se apresenta na qualidade de formador, ou seja, no sentido de preparar as crianças e adolescentes para suas responsabilidades futuras no tocante às regras de convívio social. A família é o agente da socialização, o mecanismo imprescindível para transmitir à nova geração os valores da geração anterior e, portanto, assegurar a ordem social. Diante da importância dessa função como formadora é que a convivência familiar assume uma nova proporção e passa a ser apontada como a relação afetiva duradoura que vincula as pessoas que constituem o grupo familiar, por causa dos laços de sangue ou não.

Pressupõe a existência de um local físico, a residência, o lar, não se mostrando, entretanto, obrigatório o seu compartilhamento, tendo em vista que as próprias condições da vida moderna podem provocar separações dos membros da família, nesse espaço físico, mas sem que ocorra a perda da referência ao ambiente adequado ao desenvolvimento da criança.

No Brasil, a Constituição da República de 1988 garante entre os direitos fundamentais da criança e do adolescente, o direito à convivência familiar e comunitária. Também o Estatuto da Criança e do Adolescente registra esse direito fundamental,procurando ressaltar a importância da vida em família como ambiente natural e propício para o desenvolvimento daqueles que ainda não atingiram a idade adulta, já que são seres em formação e dependem do auxílio dos membros da família para obter um crescimento físico e emocional perfeito.

É dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança e ao adolescente, com máxima prioridade, o direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária, além de colocá-los a salvo de toda tipo de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão.

Toda criança ou adolescente - sem exceção -tem direito a ser criado e educado no âmbito da sua família e, excepcionalmente, em família substituta, proporcionada a convivência familiar e comunitária, em ambiente livre da presença de pessoas dependentes de substâncias entorpecentes.

É necessária uma atuação para além do discurso persuasivo e das soluções de pouca eficácia, de forma que efetivamente se favoreça a transição da criança-objeto para a criança-sujeito, digna de direitos e atuações ministeriais e judiciais intrépidas e rápidas.

A preservação dos vínculos familiares e comunitários é fundamental para o desenvolvimento das crianças e adolescentes como sujeitos de direitos e encontra-se diretamente relacionada ao investimento nas políticas públicas de dedicação à família.

Nas situações de risco e enfraquecimento desses vínculos familiares, as estratégias de atendimento deverão esgotar as alternativas de preservação dos mesmos. Além disso, no caso de ruptura desses vínculos

...

Baixar como (para membros premium)  txt (25.9 Kb)   pdf (69.9 Kb)   docx (22.1 Kb)  
Continuar por mais 15 páginas »
Disponível apenas no TrabalhosGratuitos.com