MOVIMENTO DE POPULAÇÃO DE RUA
Por: Serviço Social • 11/5/2016 • Artigo • 2.183 Palavras (9 Páginas) • 516 Visualizações
Introdução
No intuito de agregar conhecimentos referentes a movimentos sociais, foi decidido pesquisar o Movimento População de Rua Salvador, no qual atua no resgate de pessoas em situação de rua, com o objetivo de potencializar esses indivíduos para que sejam reinseridos na sociedade.
A pesquisa foi produzida através de informações da página do facebook do movimento MPR Salvador, do site da defensoria pública, entrevista na sede do movimento além de estar presente na palestra diversidade na rua, realizada na defensoria pública da Bahia.
Movimento População de Rua de Salvador
As primeiras iniciativas de organização da população de rua, teve início com a redemocratização do pais na busca individual e coletiva de transformações políticas. Integram-se as mobilizações especialistas, estudiosos, organizações multilaterais e movimentos de igreja.
Diversas mobilizações e organizações da sociedade civil expressaram de várias formas a necessidade de se organizarem como movimento social depois da morte brutal de moradores da região central de São Paulo, ocorridas nas noites de 19 a 22 de agosto de 2004, reivindicando a participação no controle social da política nacional para a população de rua.
Nesse contexto surge o movimento Nacional da População de Rua.
Após o regresso de Maria Lúcia Pereira dos Santos ex-moradora em situação de rua, que foi fazer uma capacitação em São Paulo ao retornar junta-se com mais três pessoas no qual decidem criar em Salvador o Movimento População de Rua.
Dirigindo-se aos locais no qual se centralizava grande parte das pessoas em situação de rua, Maria Lúcia estabelecia rodas de bate papo objetivando mostrar uma perspectiva de que aquela situação não era impossível de mudança, demonstrando a transformação na sua vida, da mesma forma que ela conseguiu eles também poderiam conquistar a saída daquele ambiente.
Foi em um encontro em que 450 pessoas em situação de rua se fez presente que ficou decidido estabelecer o MPR de Salvador sua sede está situada no pelourinho no qual o espaço foi cedido pelos Frades Franciscanos vindo a se consolidar como referência nas lutas da população em situação de rua.
O trabalho desenvolvido pelo MPR tem como finalidade construir uma rede facilitadora de diálogo com os órgãos responsáveis como governo federal, governo do estado e município que tem o dever de implantar a política, através de comitês.
Os militantes do MPR poderão expor seus problemas propondo soluções para questões primarias e fundamentais como o direito a habitação, saúde, educação, trabalho e lazer através de políticas públicas.
Mecanismos transformadores para a pessoa em situação de rua como ações de organizações sem fins lucrativos por exemplo o projeto The Street Store que começou na África do Sul em 2014, onde costumam surgir iniciativas cívicas a fim de reduzir a desigualdade social.
É uma espécie de loja ao ar livre com roupas doadas, o projeto é voltado para moradores de rua, levando lazer e cultura para as pessoas em situação de rua. O projeto já aconteceu em mais de 100 cidades do mundo. The Street Store (A Loja de Rua) é uma ação sem fins lucrativos que consiste na organização de uma estrutura itinerante que simula uma loja onde pessoas que moram nas ruas e carecem de roupas, sapatos e produtos de higiene pessoal podem escolher as peças expostas montadas em um local público da cidade.
Em Salvador aconteceu a primeira edição baiana do The Street Store no dia 31/10/2015 na praça Marechal Deodoro ou como popularmente é conhecida praça das mãos no Comércio, e contou com apoio da defensoria Pública do Estado da Bahia.
Essas ações são importantes, pois ajuda nos padrões negativos que as pessoas têm em relação à população em situação de rua, a ação fortalece a cidadania e respeito.
Outro projeto que atua com base na melhoria da população de rua funcionando como ponte para transformação da realidade e da visibilidade dos indivíduos em questão contribuindo para a superação de preconceitos da sociedade com esta população é o Aurora da rua “o jornal que nasce da rua”.
Elaborado pela Organização da Igreja Trindade de Salvador, na Bahia (Nordeste brasileiro), o jornal tem um grande diferencial ele é escrito e vendido pelos próprios moradores de rua e tem a maior parte de sua renda destinada a eles.
Não possui vínculo com publicidade, sua sobrevivência é por meio de venda direta e de assinaturas em vários locais do Brasil e do mundo. A publicação é vendida a R$ 1,00 e 75% do preço de capa é destinado para o vendedor, enquanto 25% é utilizado para pagar os custos e a manutenção do periódico.
A reintegração social desses moradores é promovida através da venda dos periódicos que os auxilia na saída das ruas, na geração de renda e na mudança de imagem dos que continuam nessa situação.
Integra também as parcerias com o movimento da população de rua a Associação Rua Tua de Salvador que tem como objetivo representar os moradores de rua em situação vulnerável, com projetos e programas que atendam politicamente nas ações com órgãos competentes institucionais e privados.
A associação rua tua é um espaço de aprendizagem sócio produtivo que oferece cursos em oficina à população em situação de rua, consolidando atividades de resgate da cidadania de homens e mulheres que compõem esse grupo populacional.
Sua finalidade é atender todas as demandas de interesse social relevante como Saúde, Educação, Inclusão Social, Mercado de Trabalho e Lazer.
Entrevista com Sueli Oliveira Coordenadora do Movimento População de Rua Salvador
Sueli iniciou o seu discurso abordando sobre a gênese do movimento, em salvador no qual começou com Maria Lucia, instituindo a sede em 2012.
A pergunta feita sobre as pessoas que vão para as ruas se elas são totalmente responsáveis por esse processo ou a situação esta vinculada com a sociedade entre ricos e pobres?
Ela respondeu que a desigualdade da sociedade influência juntamente com a falta de políticas públicas.
Citou que o secretário municipal de promoção social, diz que as pessoas estão nas ruas por que querem, enfatizou que espera que um dia ele não chegue a tal condição para saber e ver essa realidade, pois só quem sabe dessa situação é quem já passou por ela.
Ninguém vai para a rua porque quer as pessoas para saírem de casa com certeza tem um motivo, e estar na rua disposto a tudo até comer lixo se tiver com fome, passando várias atribulações. A pessoa não ver que aquele ser humano está passando por algum problema.
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