Manifesto do Partido Comunista RESUMO
Por: Juliana Carvalho • 19/6/2015 • Resenha • 2.309 Palavras (10 Páginas) • 596 Visualizações
I – BURGUESES E PROLETÁRIOS
O declínio da sociedade feudal possibilitou o desenvolvimento histórico da burguesia como classe social, mas não foram abolidos os antagonismos de classe. Ao contrário, a moderna sociedade burguesa tratou apenas de colocar novas classes, novas condições de opressão e novas formas de luta.
A luta entre opressores e oprimidos sempre existiu, contudo, a nossa época de burguesia simplificou os antagonismos de classe, dividindo a sociedade em duas grandes classes inimigas, diretamente opostas: burguesia e proletariado.
Os moradores livres das primeiras cidades foram os servos da Idade Média e, a partir deles, desenvolveram-se os primeiros elementos da burguesia. Com o descobrimento da América e as grandes navegações, foi criado um novo campo de ação para a burguesia que estava surgindo. O marcado de troca entre as colônias, o aumento dos meios de permuta e das mercadorias em geral trouxeram prosperidade ao comércio, à navegação e à indústria. Dessa forma, desenvolveu-se o elemento revolucionário dentro da sociedade feudal que se desintegrava.
A organização até então feudal ou corporativa da indústria se tornou insuficiente para atender a demanda que surgiu com a abertura de novos mercados. A manufatura surgiu dessa forma, fazendo com que o mestre de corporações fosse substituído pelo pequeno industrial e a divisão do trabalho corporativo desse lugar ao trabalho no interior das oficinas.
Com o contínuo crescimento dos mercados e o aumento da procura, a própria manufatura já não conseguia mais suprir a demanda. O vapor e a maquinaria começam a revolucionar a produção industrial, substituindo a manufatura pela grande indústria moderna e o pequeno industrial por milionários industriais, chefes de exércitos industriais inteiros, os burgueses modernos.
A burguesia moderna é produto de um longo processo de desenvolvimento, moldada por uma série de mudanças nas formas de produção e de intercâmbio. Essas etapas de desenvolvimento da burguesia foram acompanhadas, cada uma, por um progresso político, o que fez sua própria evolução política, pois conquistou o domínio político exclusivo no moderno Estado parlamentar. A burguesia desenvolveu historicamente um papel altamente revolucionário.
A burguesia trocou a exploração encoberta por ilusões religiosas e políticas por uma exploração aberta, uma relação de troca, fria e egoísta. Transformou a dignidade pessoal em um simples valor de troca. Assim todas as formas de trabalho foram resumidas ao trabalho assalariado, uma relação monetária.
Não fossem suas grandes construções, suas revoluções, as relações de produção e por consequência as relações sociais, a burguesia não existiria. Ela exprime seu caráter inerente à produção e ao consumo de todos os países, pela exploração do mercado mundial. Isso torna possível a venda dos produtos para outros países, não somente os industrializados, mas as matérias primas utilizadas pelas indústrias são, em contrapartida, das regiões mais distantes.
Então, no lugar das velhas autossuficiência e isolamento locais e nacionais surge uma circulação universal, uma interdependência geral entre os países. As ciências e as criações intelectuais de cada uma das nações passam a ter um caráter mundial, ou seja, tornam-se um bem comum. A burguesia cria um mundo à sua imagem, obriga nações a adotarem o seu modo, força a introdução da chamada civilização, forçando todos a se tornarem burgueses. A burguesia criou cidades enormes e prometedoras, submetendo o campo à cidade, causando o êxodo rural e o inchaço urbano. Aglomerou as populações, centralizou os mios de produção e concentrou a propriedade em poucas mãos, causando a centralização do poder político. Criou um único interesse de classe nacional e uma única fronteira aduaneira. Com esse aumento de produção, surge a livre concorrência, com organização social e política a ela adequada e domínio econômico e político da classe burguesa.
A epidemia da superprodução causa revolta das forças produtivas contra as modernas relações de produção, contra as relações de propriedade que constituem as condições vitais da burguesia e de seu domínio. Nessas crises, grande parte não só da produção, mas também das forças produtivas são destruídas.
A burguesia consegue superar crises pela destruição forçada de grande quantidade de forças produtivas, por meio da conquista de novos mercados e da exploração intensa de mercados antigos. Assim as armas que a burguesia utilizou para derrubar o feudalismo viraram-se contra a ela mesma. De fato, ela não só criou armas que lhe trazem a morte, mas também gerou os homens que irão manejá-las: os proletários.
Assim a classe dos operários modernos se desenvolve, com o desenvolvimento da burguesia, isto é, do capital. Esses proletariados são forçados a se vender diariamente, vistos como uma mercadoria qualquer e ficam igualmente expostos a todas as instabilidades da concorrência, a todas as flutuações do mercado. Os custos do trabalhador se resumem aos meios de subsistência de que necessita para se manter e reproduzir. Não servem apenas ao Estado burguês, mas servem todos os dias e horas também à máquina, ao supervisor e, sobretudo, aos próprios donos da fábrica. Isso por um único objetivo, o lucro.
O trabalhado dos homens é suplantado pelo das mulheres e crianças, o salário varia conforme idade e sexo. Assim os trabalhadores começam a se rebelarem, mas não contra o sistema e sim contra a exploração excessiva. Os operários começam a formar sindicatos e associações contra a burguesia, lutando juntos para assegurar seu salário e lutar por melhores condições de trabalho. Fundam organizações permanentes e, em alguns lugares, ocorrem lutas e revoltas.
A condição essencial da existência e da supremacia da classe burguesa é a acumulação da riqueza nas mãos privadas, a formação e o incremento do capital. O trabalho assalariado é a condição de existência do capital. O progresso da indústria, de que a burguesia é portadora passiva e involuntária, coloca no lugar do isolamento dos operários por meio da concorrência sua união revolucionária por meio da associação. A base sobre a qual a burguesia produz e se apropria dos produtos é retirada debaixo dos seus pés, com o desenvolvimento da indústria moderna.
II – PROLETÁRIOS E COMUNISTAS
A finalidade imediata dos comunistas é o mesmo dos demais partidos proletários: a constituição do proletariado em classe, a derrubada do domínio da burguesia e a conquista do poder político pelo proletariado. Dessa forma, a supressão da propriedade não é algo que diferencia
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