O SERVIÇO SOCIAL NO BRASIL
Por: tinoco2016 • 31/3/2016 • Projeto de pesquisa • 2.910 Palavras (12 Páginas) • 287 Visualizações
1 INTRODUÇÃO
O Serviço Social nasceu pela emergência da questão social, econômica e cultural, ou seja, dos conflitos entre os capitalistas e os proletários. A Questão social é pensada como:
[...] conjunto das expressões das desigualdades sociais engendradas na sociedade capitalista madura, impensáveis sem a intermediação do Estado. Tem sua gênese no caráter coletivo da produção, contraposto à apropriação privada da própria atividade humana -o trabalho –das condições necessárias à sua realização, assim como de seus frutos. [...] expressa, portanto disparidades econômicas, políticas e culturais das classes sociais, midiatizadas por relações de gênero, características étnico-raciais e formações regionais, colocando em causa as relações entre amplos segmentos da sociedade civil e o poder estatal (IAMAMOTO, 2008, p. 16- 17).
Com o crescimento da sociedade burguesa no século XIX, a burguesia necessitava de um profissional que cuidasse da área social, observando a classe proletária. Com isso, a classe social dominante teria certo “controle” sobre os proletariados.
“O capitalismo, gera o mundo da cisão, da ruptura, da exploração da maioria pela minoria, o mundo em que a luta de classes se transforma na luta pela vida, na luta pela superação da sociedade burguesa” (MARTINELLI, 2005, p.54).
O Serviço Social surge como uma das alternativas ás ações de caridades tradicionais. Este é um tipo de trabalho coletivo, envolvendo o cotidiano da vida, o modo de viver e trabalhar de forma socialmente.
Nessa época não existia uma teoria ou metodologia acerca da profissão ou o que era a mesma. No decorrer do tempo foi se estruturando, chegando hoje a uma profissão com suas metodologias e teorias, que trabalham com políticas sociais, de corte pública ou privada, participa do relacionamento contraditório entre as classes fundamentais na sociedade.
Desde seu surgimento até sua estabilidade como profissão, sofreu muitas mudanças. Primeiramente atuava de forma filantrópica da ajuda, mas com a evolução da questão social, a profissão careceu de organizar seus conhecimentos, na perspectiva de entender melhor a realidade social. Assim o Serviço Social adquiriu equipagem cientifica que consentiu dar grandes passos aos degraus do profissionalismo e a sua base firmada como profissão especializada.
2 OBJETIVO
Analisar o surgimento do Serviço Social, sua gênese enquanto profissão, já que no principio era utilizada como simples ajuda ao pobre e carente pelos mais ricos, sua chegada ao Brasil e o trabalho na contemporaneidade.
3 ORIGEM DO SERVIÇO SOCIAL
Durante a ascensão da burguesia, e fortalecimento do sistema capitalista, quando a sociedade passa a ser dividida em classes, temos, de um lado, os burgueses (detentores do capital) e de outro, o proletariado (força produtiva).
O marxismo se baseia no materialismo e no socialismo científico, constituindo, ao mesmo tempo, uma teoria geral e o programa dos movimentos operários, tendo suas bases de ação nestes movimentos, porque eles unem a teoria á pratica.
Karl Marx, com sua teoria desvenda as leis do desenvolvimento do capitalismo, revelando que para cada época ou contexto histórico, um modelo de produção é vivenciado e, por conseqüência, um sistema de poder é estabelecido. Para ele, as relações existentes no sistema capitalista de produção estabeleciam relações de poder tais, que pela apropriação dos meios e modo de produção eram vivenciadas entre classes antagônicas.
Max pauta sua teoria nas relações oriundas do trabalho, estabelecendo este como motor das demais relações sociais. Identifica também as relações de produção que iniciam e introduzem as relações sociais.
O capitalismo se apropria do trabalho e dá a ele um valor de troca; todavia, essa troca demonstra que o capitalismo, detentor dos meios de produção, o organiza, enquanto a realização desse trabalho decorre do conhecimento do trabalhador. A diferença entre o custo real da mercadoria (matéria- prima e custo da força de trabalho) e o custo ofertado no mercado, que permite a acumulação de capital pelo detentor dos meios de produção, é denominado por Marx como “mais-valia”.
“Num primeiro momento, essa mais-valia limitava-se à extensão da jornada de trabalho, ao que se chama de mais-valia absoluta. Com o avanço tecnológico e a possibilidade de produzir mais em tempo menor, esse valor excedente apropriado pelo capitalista refere-se à mais-valia relativa” ( Marx; Engels, 1952).
O resultado disso na pratica chama-se "lucro". A verdade é que, este sistema tem como principal característica, a exploração da mão-de-obra do trabalhador, pagando menos do que aquilo que seu trabalho realmente vale, gerando desigualdades sociais, econômicas e culturais.
Com o crescimento da sociedade burguesa no século XIX, durante a segunda guerra mundial, a classe dominante se ver obrigada a encontrar uma forma de amenizar as dificuldades desta classe proletária a fim de se evitar revoltas e movimentos de ruptura com o sistema vigente.
Certifica-se, então, a necessidade de um profissional que "cuide" da área social, assistindo o proletário, garantindo o controle da burguesia sobre esta parcela da população. Baseados nestes princípios o Serviço Social surge “da iniciativa de grupos e frações de classe dominante, que se expressavam através da Igreja, como um dos desdobramentos do movimento do apostolado leigo” (IAMAMOTO, 2004, p. 19).
A história do Serviço Social tanto na Europa como nos EUA, foi marcado por muitas lutas e conquistas pelas assistentes sociais. Na Europa tendo como corrente o Positivismo, se trabalhava com o Serviço Social de Grupo, pois entendiam que era preciso agir na sociedade, já nos EUA era visto como manifestação de problemas individuais sendo chamado de Serviço Social de Casos, direcionando seus estudos através da psicanálise. Assim se desenvolve a pratica do Serviço Social na Europa, melhorando depois nos EUA com a criação de pequenos núcleos associativos católicos, que dedicavam a reflexão sobre a questão social dentro da Igreja. Em 1869 surge a Sociedade de Organização da Caridade em Londres como forma de desenvolver a filantropia, essa sociedade foi resultado da junção entre a burguesia, a Igreja e o Estado, pretendiam com isso a ajuda aos mais desfavorecidos, sendo inicialmente praticada por mulheres de alta burguesia, denominada as Damas De Caridade, vindo depois se profissionalizar.
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