Os Narradores de Jave

O filme começa com alguns amigos bebendo algumas cervejas e conversando, Zé conta uma história sobre uma pequena cidade chamada de Vale de Javé, onde os engenheiros da cidade iriam construir uma hidrelétrica e por causa desta construção a cidade seria alagada. Lá as terras eram adquiridas através da canção e não por documentos.

Para salvar a cidade eles tiveram a ideia de escrever a história cientifica da cidade, porquê a história falada, contada por eles, não valia nada, porém muitas das pessoas que ali viviam eram analfabetas, Antônio Biá, era o único que sabia ler e escrever. Ele havia trabalhado no correio da cidade, mas como ninguém sabia escrever, não havia movimento. Como estava prestes a perder o emprego, ele escreveu muitas cartas, para todas as pessoas que ele conhecia na região, difamando as pessoas do Vale. O seu trabalho seria escrever o que as pessoas iam lhe contar.

O primeiro que Antônio vai entrevistar é o Seu Vicentino, que conta ser parente do fundador, que era um homem muito corajoso, mas ele achou que falta coisa nessa história, então ele começa a inventar e exagerar. Maria Teodora, é a segunda entrevistada, ela conta que nessa época estava ocorrendo uma guerra contra a coroa, mas que ninguém dava importância a Maria Dina. Após a morte do líder do grupo, ela monta no cavalo e some por um dia e uma noite, ela guia o grupo até a terra descoberta e então ela canta as divisas do Vale de Javé. Outro morador disse que o líder não morreu em cima do cavalo, mas sim agachado com disenteria.

Antônio foi em várias casas para saber mais sobre a história, ele escreveria com lápis, porquê se errasse com a caneta não conseguiria apagar. Todos apareciam para contar histórias, tanto que ele mal conseguia cuidar de si próprio. Em seguida dois irmãos, filhos de gêmeos, contam a história de seus pais e de suas vidas em vez de contar sobre a cidade.

Depois tenta entrevistar um grupo de “negros”, que acreditavam que o Brasil, fazia parte da África, para eles o Indalécio, fundador da cidade, era um africano e queria voltar para suas origens, mas não sabia o caminho. Então Antônio fica bêbado e tem um sonho sobre uma enchente dm sua casa, no dia seguinte é colocado uma placa avisando que os engenheiros já estavam na cidade. Havia um homem da cidade que trazia consigo uma filmadora. Todos deram a ele depoimentos defendendo sua terra e dizendo que não iriam a deixar.

Daniel aparece com uma arma para defender todos que moravam ali, de pouco em pouco, as pessoas começaram a ir embora e um homem fica tocando o sino. Zé retorna da cidade e todos combinam de fazer uma reunião no armazém para saber o que Antônio tanto tinha escrito, mas a noite chega e em vez de Antônio aparece um menino com um livro em branco e um bilhete, então todos vão em busca de Biá para pedir uma explicação, então ele decide falar a verdade, que para ele os engenheiros não parariam as obras por causa de um grupo de semianalfabetos.

Todos o ignoram, o tempo passa e eles são obrigados a ver a cidade sendo alagadas. Antônio chora, pois se sente culpado já que ele nem tentou salvar o Vale. Ele se senta em um barco e começa a escrever de forma desesperada no livro e todos começam a contar o que haviam feito depois que a cidade foi alagada, assim era como se fossemos levados de volta ao começo da história.

Fazendo com que cheguemos a conclusão de que independente de ter escrito antes ou depois a história, não serviria para nada, pois o livro não seria oficialmente aprovado como documento. Ele começa a escrever a história depois da cidade ser alagada, pois sem aquele livro, as pessoas poderiam deixar de acreditar até na existência do Vale de Javé.

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