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PSICOLOGIA

Por:   •  15/9/2015  •  Trabalho acadêmico  •  2.615 Palavras (11 Páginas)  •  132 Visualizações

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UNIVERSIDADE ANHANGUERA – BELENZINHO.

SERVIÇO SOCIAL – 2° e 3° SEMESTRE.

DISCIPLINA: PSICOLOGIA.

São Paulo / SP 2014.

INTRODUÇÃO.

 O presente relatório tem por finalidade analisar dois problemas da Psicologia Social.

 A humilhação publica e a invisibilidade publica.

 As duas questões se caracterizam por profissões desprovidas de glamour e status, reconhecimento social e principalmente por falta de adequada remuneração e descaso politico.

Com o intuito de apresentar situações verídicas, foi usado o método de entrevistas.

 A compreensão do sofrimento psíquico do ser humano socialmente excluído, em geral financeiramente pobre, invisível ás politicas publicas e á sociedade se faz presente no desenvolvimento do relatório.

HUMILHAÇÃO SOCIAL – UM PROBLEMA POLITICO NA PSICOLOGIA.

 Humilhação social se inicia com a desigualdade social, que é um fenômeno social, assim como o preconceito e a violência. O conceito de desigualdade social compreende diversos tipos de desigualdades, desde desigualdade de oportunidade, de escolaridade, de renda, de gênero, etc. (CAMARGO, 2011).

 A sociedade capitalista, dividida em classes sociais se fez excludente, cega e ignorante com problemas cotidianos da maioria, sim, da maioria da população: a falta de alimento para a criança faminta, a falta de vagas nas escolas, a dificuldade para aquisição de material escolar, de roupas para aquecer no frio, de material de construção para a edificação de um lar seguro, a falta de dinheiro para pagar uma consulta médica particular, e principalmente o descaso politico, deixando faltar saneamento básico, educação de qualidade, saúde pública efetiva e eficiente, deixando faltar cultura e lazer acessível.

 Todo esse processo de esquecimento politico/social resulta na falta de coragem para agir.

O ser humano se sente humilhado submisso ao patrão, reprimido, tratado desumanamente; submisso ao doutor, sem educação suficiente para questionar; submisso ao politico, vivendo em condições insalubres, de miséria. Submisso ás condições de vida sub-humanas, que é o que violentamente restou, sem opção alguma. “O sentimento de não possuírem direitos, de parecerem desprezíveis e repugnantes, tornar-se lhes compulsivos: movem-se e falam, como seres que ninguém vê.”               O sujeito humilhado se sente impedido.

 Sofrimento, rebaixamento moral, discriminação, submissão, desmoralização, angústia, invisibilidade, repressão, descaso, inferioridade e vergonha são marcas da humilhação social.

“(...) Por que as pessoas sadias adoecem? Bem alimentadas, ou não, por que perecem? Tudo está guardado na mente” (Criolo – Ainda há tempo).

                                  INVISIBILIDADE SOCIAL.

A invisibilidade social é uma forma de preconceito tornando-se uma forma de exclusão social, as exclusões sociais acompanham a sociedade desde as primeiras civilizações, sejam por fatores culturais ou econômicos. Ao ignorarmos a presença de “outra” pessoa sugerimos a estas, a aceitação (condição) de “ninguém.”.

 Este tipo de comportamento muitas vezes corriqueiro, desperta nas pessoas o sentimento de exclusão por não participarem do mercado de bens materiais, e até mesmo culturais estabelecido pela sociedade.

 A invisibilidade social provoca sentimentos de desprezo podendo levar determinadas pessoas a um processo de depressão por se sentirem excluídas. Aparecer tornar a pessoa um ser importante, ser reconhecido valorizado faz parte da nossa sociedade, nos pressiona que temos que ser alguém, ser bom profissional, estudante, bom filho, bom pai, desempenhar com sucesso algum papel social.

 Portanto, um simples “oi” pode mudar o dia daquela pessoa, ignora-las seria o mesmo de apaga-las, excluir aqueles que estão á margem da sociedade. Vivemos numa sociedade dividida entre os que detêm o poder e os menos favorecidos. Como estamos falando de uma sociedade capitalista, regras básicas do reconhecimento giram em torno do lucro e do consumo.

 Aqueles que não conseguem se inserir neste modelo capitalista se tornam socialmente invisíveis. Assim, fica claro a necessidade que temos de ser vistos e reconhecidos, ou seja, nossa condição social também depende de como somos avaliados, se somos aceitos ou não. Portanto não ser visível, gera sentimento de humilhação para muitos que vivem nesta condição de invisibilidade.

 Algumas categorias como: catadores de materiais recicláveis, profissionais da área da limpeza, porteiro, ascensorista passam por este processo de invisibilização social.

“Mas há milhões desses seres que se disfarçam tão bem que ninguém pergunta de onde essa gente vem”                                                                                    (Chico Buarque).

                A HUMILHAÇÃO SOCIAL E A INVISIBILIDADE PÚBLICA.

 O livro Homens Invisíveis: relatos de uma humilhação social, o psicólogo Fernando Braga da Costa, ressalta que o objetivo da espécie humana é aparecer e ser notado. Ser valorizado, de alguma forma, é parte integrante da passagem pela vida. É importante para o ser humano ser alguém, ter valor e ser notado por seu valor. É importante ter algum papel social relevante perante a sociedade. É quando uma pessoa não é notada e não tem valor algum adquirido, ela se torna invisível e as consequências disso, na vida do individuo são extremamente complicadas, indo da depressão ao suicídio. Os personagens invisíveis, curiosamente são aqueles mais “visíveis” por estarem presentes, na maioria das vezes em serviços externos de aparição publica.

Eles estão ali trabalhando ou apenas vivendo, e não importa sua ocupação, as pessoas passam por eles e não os enxergam, estes indivíduos invisíveis trabalham como vendedores, ambulantes, porteiros, cobradores, motorista de ônibus, aeromoças, bilheteiros, controladores de voo, faxineiras, entre outros.

O sistema capitalista é um dos maiores causadores desse fenômeno de invisibilidade e cegueira publica, pois as grandes diferenças entre as classes sociais são o cenário mais comum dessa discriminação e humilhação. Não se podem fechar os olhos para praticas discriminativas, nem para as pessoas que estão á nossa volta. Não importa se são de classes mais baixas, ou se tem empregos modestos, o que interessa é que estão ali, na sociedade, e é importante que a realidade desagradável em que estão incluídas seja mais bem trabalhada, para que, em um futuro próximo, invisibilidade social e cegueira pública, protagonizem apenas um espaço no passado, e não na realidade publica.

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