Repensando os Instrumentais em Serviço Social. - Fichamento
Por: Cristiane Carvalho • 11/10/2016 • Resenha • 1.745 Palavras (7 Páginas) • 507 Visualizações
SARMENTO, H. Repensando os instrumentais em serviço social. In: Textos de teoria e prática de serviço social: estágio profissional em serviço social no UFPA. (Org.) Silvia Stockinger. Ed. Amazônia/UFPA. Belém, 2005. Pág. 06-48.
“O que nos tem sido apresentado acerca das discussões sobre o conjunto da reflexão marxiana é que, na sociedade, há uma articulação entre o momento da casualidade e o momento da teleologia” (p.6)
“Nesta reflexão, parece-nos que os fenômenos sociais são formados simultaneamente por momentos de estrutura e de ação, ou por determinismo e liberdade.” (p.7)
“Assim, o homem é determinado pelas relações sociais e, em primeiro lugar pelas relações de produção que determinam sua individualidade em determinadas condições” (p.7)
“Percebe-se também que o homem não é apenas um ser em relação, mas, as relações são produtos humanos. Como ser prático o homem em suas relações é que produz e reproduz a si mesmo, social e historicamente.” (p.7)
“Vê-se que a atividade especificamente humana implica a intervenção da consciência situando um resultado ideal voltado para um produto real que é objetivado, mesmo que distante do ideal proposto” (p.8)
“Isso mostra, de certa maneira, que a atividade especificamente humana possui uma atividade de consciência (teórica), mas, que não pode por si só levar a uma transformação da realidade, ou seja, requer acima de tudo a sua objetividade (prática).” (p.8)
“A prática de hoje tratada sistematicamente como objeto de reflexão exige uma ação que ainda não existe e, deste modo, a teoria (como projeto) determina a prática real e efetiva” (p.8)
“Assim, o trabalho é um processo de que participam o homem e a natureza, processo em que o ser humano, com sua própria ação, impulsiona, regula e controla seu intercâmbio material com a natureza.” (p.9)
“Compreendemos que na medida em que materializa certa finalidade ou certo projeto, o homem se objetiva em seu produto.” (p.10)
“O aparecimento de instrumentos mais aperfeiçoados modifica o tipo de relação entre o homem e a natureza e nesse sentido, é um índice revelador do desenvolvimento de sua força de trabalho e de seu domínio sobre a natureza.”(p.10)
“Assim, quaisquer que sejam os instrumentos de que se valha para transformar a matéria conforme suas finalidades é, sem dúvida, o homem que os utiliza e fabrica, e é ele em última instância que, se valendo deles, atua sobre a matéria e a transforma de acordo com suas necessidades e interesses.” (p.11)
“Se o trabalho humano que transforma a natureza tendo em vista objetivos coletivos humanos é de importância fundamental para a concepção de práxis, a tecnologia é um produto: processos que encerram valor e tem valor-de-uso.” (p.11)
“Embora MARX nos aponte apenas a técnica, a partir das condições sociais em que se realiza o trabalho (ressaltando a sua importância para distinguir as diferentes épocas econômicas), ou seja, o desenvolvimento das forças produtivas, acaba por observar em sua afirmação que a produção e a reprodução da vida social é mais que técnica, pois, o homem mantém uma relação com a natureza, mas somente se realiza enquanto ser social a partir de sua própria sociabilidade.” (p.12)
“Apontamos a técnica, neste sentido, como criação, enquanto desdobramento da racionalidade, pois, verifica-se que neste processo de trabalho humano a consciência tem participação ativa, uma vez que elabora finalidades e produz conhecimentos.” (p.12)
“Compreende-se, assim, uma relação intrínseca do conjunto das técnicas que uma dada sociedade dispõe, mas que, por sua vez também precisam da sociedade para existir. Toda sociedade cria seu mundo, porém a criação da técnica não é instrumento, nem causa, mas dimensão.” (p.13)
“Podemos pontuar que o Serviço Social se expressa enquanto uma sistematização de práticas (procedimentos) que particularizadas apresentam um dado conjunto de conhecimentos orientadores de ações.” (p.14)
“é evidente que o conhecimento, por si só, não determina os procedimentos particulares para a condução da intervenção profissional, e vice-versa.” (p.15)
“é impensável uma discussão metodológica sem uma reflexão teórica, portanto, teórico-metodológica. E esta questão teórico-metodológica, diz respeito ao modo de ler, de interpretar e de se relacionar com o ser social,” (p.15)
“Assim, na prática profissional do assistente social, a sua relação com o objeto é intermediada por um instrumento,” (p.15)
“O instrumento é sempre orientado por um determinado conhecimento, uma teoria social, ou seja, é sempre utilizado intencionalmente.” (p.16)
“Concebendo o instrumento desta maneira, se faz necessário compreendermos também a técnica social, no âmbito da prática profissional.
A técnica é concebida como criação do homem, na medida que este procura satisfazer suas necessidades.” (p.16)
“Como um ato político, a técnica vai sendo re-criada de modo a atender melhor a realização de tarefas. É na prática e através da técnica que o homem vai conhecendo e ao mesmo tempo transformando.” (p.16)
“O assistente social apropria-se da situação trazida pelo cliente, como sendo seu objeto, através do relacionamento.” (p.18)
“Esta perspectiva tem sua expressão em Gordon HAMILTON, para a qual, as relações humanas e pessoais têm grande importância pela sua dinâmica e utilidade no tratamento, pois, ativam processos intelectuais e emocionais, formando atitudes e sociabilizando o individuo.” (p.18)
“É nesse ambiente de confiança, criado pelo assistente social, que o cliente sentirá que se realizou um relacionamento.” (p.19)
“No entanto, o que realmente vai fundamentar o relacionamento, na compreensão de BIESTEK são os princípios básicos do relacionamento, são eles: individualização; expressão de sentimentos tendo em vista um objetivo; envolvimento emocional controlado; atitude de não julgamento; auto-determinação do cliente; e discrição.” (p.19)
“o relacionamento assume para nós, um papel fundamental e determinante, como instrumento que objetiva, concretiza, materializa, as mediações no espaço de intervenção do assistente social, seja pelo que lhe é dado historicamente, pelo que é construído historicamente (real), seja por aquilo que é reconstruído historicamente (representações).” (p.21)
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