A ORIGEM DO SERVIÇO SOCIAL COMO PROFISSÃO

A ORIGEM DO SERVIÇO SOCIAL COMO PROFISSÃO

PROFISSÃO DEMANDADA PELA CLASSE BURGUESA

Duas tendências serviram de referência para orientar o posicionamento da burguesia quanto as formas de enfrentamento da “questão social”:

• A ESCOLA HUMANITÁRIA

• A ESCOLA FILANTRÓPICA

ESCOLA HUMANITÁRIA

• É a que lastima o lado mau das relações de produção atuais.
• Esforça-se para amenizar os contrastes reais.
• Aconselha os operários a serem sóbrios, trabalharem bem e não terem muitos filhos.
• Recomendam aos burgueses que moderem seu furor na esfera da produção.

ESCOLA FILANTRÓPICA

• É a Escola Humanitária aperfeiçoada.

• Nega a necessidade dos antagonismos.

• Seu objetivo não é produzir alterações na ordem social, mas apenas mantê-la sob seu rigoroso controle.

RACIONALIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA

• Identificando-se mais claramente com o ideário da Escola Filantrópica, a burguesia encaminhou seus esforços de racionalização da assistência por essa direção, unindo-se nessa tarefa aos seus aliados históricos:
• IGREJA

 

• ESTADO.

• Membros da alta burguesia, ligados à Igreja Evangélica, passaram a estudar a reforma do sistema de assistência pública inglês.

• Autodenominando-se os “reformistas sociais”, os filantropos pretendiam desenvolver formas de atendimento aos problemas sociais que incidiam sobre a numerosa classe trabalhadora.

• LEMA: “Fazer bem o bem.”

• O grande objetivo da classe dominante era que, através dessa racionalização das suas ações, estas pudessem afastar as ameaças que pairavam sobre o horizonte burguês:

•  incontida expansão da pobreza

•  persistentes investidas da classe trabalhadora.

• Utilizando-se da facilidade de acesso desses agentes (filantropos) à família operária, a classe dominante pretendia transforma-la em um expressivo veículo de sujeição do trabalhador às exigências da sociedade burguesa em um instrumento de desmobilização de suas reinvindicações coletivas.

• Modo de produção de ideias ou modo capitalista de pensar.

• Através de um discurso humanitário, baseado na igualdade e na harmonia entre as classes, a prática social burguesa procurava gerar a ilusão de que havia, por parte da sociedade, um real interesse pelas condições de vida da família operária, por seu salário, por suas condições de habitação, saúde e educação.

•  Assim, Burguesia, Igreja e Estado uniram-se em um compacto e reacionário bloco político, tentando coibir as manifestações dos trabalhadores, impedir suas práticas de classe e abafar sua expressão política e social.
• Em 1869 surgiu a SOCIEDADE DE ORGANIZAÇÃO DA CARIDADE, congregando os reformistas sociais que passaram a assumir formalmente a responsabilidade pela racionalização e pela normatização da prática de assistência.
• Surgiram assim, no cenário histórico, os primeiros Assistentes Sociais, como agentes executores da prática da Assistência Social, atividade que se profissionalizou sob a denominação de “Serviço Social”, acentuando seu caráter de prática de serviços.
• A origem do Serviço Social como profissão tem pois, a marca profunda do Capitalismo e do conjunto de variáveis que a eles estão subjacentes: ALIENAÇÃO, CONTRADIÇÃO, ANTAGONISMO.
• É uma profissão que nasce articulada com um projeto de hegemonia do poder burguês.
• Buscou afirmar-se historicamente como uma prática humanitária sancionada pelo Estado e protegida pela Igreja, como uma mistificada ilusão de servir.

• As condições peculiares que determinaram o seu surgimento enquanto atividade profissional, e em que se produziram seus primeiros modos de aparecer marcaram o Serviço Social como uma criação típica do Capitalismo, desenvolvida e colocada permanentemente a seu serviço.

•  estratégia de controle social

• ilusão necessária.

O Serviço Social surge já, portanto, com uma identidade atribuída, expressada através de práticas sociais repressoras e controlistas, que contribuíram para garantir a marcha expansionista e a definitiva consolidação do sistema capitalista.

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