A VIOLÊNCIA NUM CONTEXTO SOCIAL

[pic 1]

CENTRO DE EDUCAÇÃO À DISTÂNCIA – POLO RECIFE

SERVIÇO SOCIAL

PSICOLOGIA E SERVIÇO SOCIAL II

A VIOLÊNCIA NUM CONTEXTO SOCIAL

Recife, 20 de setembro de 2014.

        Não é raro encontrar pessoas dizendo que o homem é um animal racional diferenciando-o do animal selvagem que não tem essa mesma capacidade, porém, basta lembrarmos que na historicidade de nossos ancestrais, há espécies e subespécies do chamado homo sapiens que no significado etiológico da palavra traduzido do latim quer dizer homo (homem) e sapiens (saber), ou seja, "homem sábio" termo único entre os reinos existentes no planeta. Todavia, se a sabedoria fosse algo naturalmente praticado entre os humanos, não veríamos tantas situações que contraditam essa qualidade inerente; nos veículos midiáticos encontramos atrocidades diversas que levam-nos a refletirmos se um animal faria tal coisa, mas, basta observarmos o reino animal: eles, assim como nós, vivem em sociedade apesar de não raciocinarem, porém, não escravizam, não mutilam, não enganam, não precisam de políticas públicas para intervir em seus relacionamentos para que seja instalado o equilíbrio, não usam de poder ou de outros artifícios para dominarem os seus semelhantes e assim vivem em harmonia algo que se faz tão raro entre a humanidade.

        O filme retrata algumas questões sobre a atualidade do tenso trabalho policial no contexto atual; onde o tráfico cresce nas comunidades mais carentes, aumentando com isso a violência e a criminalidade gerando um estereótipo criado por uma boa parte da sociedade e ainda explorado pela mídia o que não deveria corresponder a essa parte da população que também é composta por cidadãos de bem.

        O personagem principal retratando um ético e competente capitão, mostra a grande dificuldade de exercer um papel profissional pautado na disciplina e dignidade que confrontam-se com a realidade cotidiana seja no âmbito da segurança pública ou mesmo do setor privado. Sabe-se que para cumprir o papel de representante de mantenedor e/ou zelador da ordem e segurança dos cidadãos, é difícil separar totalmente o ser humano com suas características emocionais nas diversas situações encontradas no dia a dia como se vê na relação do citado capitão com a sua companheira: uma esposa à espera de um filho que requer apenas a presença do marido desprovido de sua profissão; como se já não bastassem todas as tensões vividas, as condições de trabalho são tomadas por total descaso, tais como armamento, remuneração, viaturas danificadas, entre outros que levam ao desestímulo do profissional que precisa estar bem psicologicamente; essas e outras situações do tipo nos levam a refletir: será que é isso que eu quero? Meu trabalho é realmente relevante para a sociedade?

        Todavia, é necessário fazer-se a desvinculação e/ou distinção do problema da corrupção como estigma da corporação militar, haja vista a sua presença que de fato é inegável, mas, sobretudo, lembrar-se da sua necessidade imprescindível para a regulação da ordem civil que com a ação dela contaminada ou não com a presença de pessoas corruptas ou corruptíveis teríamos um total caos sem precedentes.

        O BOPE é uma equipe de policiais diferenciada, treinada e bem preparada para combater o crime; é um grupo onde visa superar limites em que a polícia tradicional não consegue.

        De acordo com as ideias de Martín-Baró, podemos caracterizar o BOPE como um grupo funcional, porque corresponde à divisão do trabalho, praticam ação, impondo ordem e cumpre funções em um determinado sistema social. Eles prezam pela superioridade hierárquica em suas relações de poder, onde impõe que seja cumprido; em uma das cenas do filme, vemos um policial levando uma surra para cumprir seu papel com determinação.

        Segundo o filme, podemos ver o que ocorre de fato na sociedade onde em algumas ocasiões nem a própria polícia consegue resolver: a corrupção invade os dois lados da moeda, onde a hierarquia nem sempre é respeitada; o tráfico aumentando cada vez mais, em decorrência da corrupção.

...