DISCIPLINA: O TRABALHO E SOCIABILIDADE

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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ – UECE

  CENTRO DE ESTUDOS SOCIAIS APLICADOS

CURSO DE BACHARELADO EM SERVIÇO SOCIAL

DISCIPLINA: TRABALHO E SOCIABILIDADE

                           ALUNA: MARIA CLARA DA SILVA RIPARDO

                                      PROFESSORA: SÂMBARA PAULA

ESTUDO DIRIGIDO

1. Caracterize as três esferas ontológicas que Sergio Lessa trata em sua obra.

Para Lucáks, existem três esferas ontológicas distintas: a inorgânica, cuja essência é o incessante torna-se outro mineral; a esfera biológica, cuja essência é o repor o mesmo da reprodução da vida; e o ser social, que se particulariza pela incessante produção do novo, através da transformação do mundo que o cerca de maneira conscientemente orientada, teleologicamente posta. As três esferas ontológicas estão indissoluvelmente articuladas: sem e esfera inorgânica não há vida, e sem a vida não há ser social. Isto ocorre porque há uma processualidade evolutiva que articula as três esferas entre si: do inorgânico surgiu a vida e, desta, o ser social. Essa processualidade evolutiva é responsável pelos traços de continuidade que articulam as três esferas entre si. Significa, acima de tudo, que o ser social pode existir e se reproduzir apenas em uma continua e ineliminável articulação com a natureza.

2. De acordo com a análise de Sergio Lessa aborde o trabalho em Lucáks.

Segundo Lukács, o trabalho é a atividade humana que transforma a natureza nos bens necessários à reprodução social e a forma primaria do agir humano.  Nesse sentido, é a categoria fundante do mundo dos homens. É no trabalho que se efetiva o salto ontológico que retira a existência humana das determinações biológicas, mas antes de mais nada, assinala a passagem no homem que trabalha, do ser meramente biológico ao ser social, não pode haver existência social sem trabalho, sem o trabalho, as inúmeras e variadas formas de atividade humano-social não poderiam sequer existir. Por meio do trabalho se constrói o conhecimento da humanidade, devido as relações estabelecidas entre o homem e a natureza. Pelo trabalho, o homem interage com o meio e com os demais homens através de relacionamento para além da reprodução da espécie, em que há troca de modos de ser, estar e agir.

3. Explique sobre objetivação e exteriorização.

Ao ser levada à prática, a prévia-ideação se materializa num objeto, se objetiva. O processo que articula a conversão do idealizado em objeto, sempre com transformação de um setor da realidade é denominado por Lukács de objetivação. Pela objetivação, uma posição teleológica se realiza no âmbito do ser material como nascimento de uma nova objetividade. Ao transformar a prévia-ideação em  objeto o sujeito adquire novos conhecimentos e desenvolve novas habilidades, a subjetividade do sujeito passa por uma transformação. A distinção entre o sujeito portador da prévia-ideação, e o objeto criado na objetivação, é o fundamento ontológico da exteriorização. A exteriorização é esse momento do trabalho, através do qual a subjetividade, com seus conhecimentos e habilidades, é confrontada com a objetividade a ela externa, à causalidade. Em Lukács, a exteriorização é fundada pela distinção concreta, real, ontológica (isto é, no plano do ser) entre o sujeito e o objeto que vem a ser pela objetivação de uma prévia-ideação, é o momento de transformação da subjetividade sempre associada ao processo de transformação da causalidade, a objetivação. O sujeito se exterioriza em um objeto ontologicamente distinto de si próprio.

4. Configure a teleologia e a causalidade.

 Teleologia, um momento que antecede e dirige a ação, projetar de forma ideal e prévia a finalidade de uma ação. Um momento abstrato que exerce força material na determinação dos atos sociais. Ao previamente idealizar o que será objetivado, o sujeito assume que tanto a natureza, quanto ele pessoalmente, se comportarão da forma prevista. Se constitui numa categoria ontologicamente objetiva pertencente à essência do mundo dos homens. Causalidade, nexos causais do mundo objetivo. Ao se alterar o existente, pela objetivação de uma prévia-ideação, advém consequências inesperadas que resultam em novas necessidades e em novas possibilidades para atender essas necessidades. Os objetos ao se inserirem numa situação pré-existente, desencadeiam consequências nas quais o acaso joga um papel relevante. A relação dialética entre teleologia e causalidade corresponde à essência do trabalho.