Desafio profissional
Por: joaoalbuquerque • 10/11/2015 • Trabalho acadêmico • 2.675 Palavras (11 Páginas) • 111 Visualizações
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UNIVERSIDADE ANHANGUERA –UNIDERP
CENTRO DE EDUCAÇAO A DISTÂNCIA
CURSO: SERVIÇO SOCIAL
DISCIPLINAS: FUNDAMENTOS HISTÓRICOS TEÓRICO-METODOLÓGICOS DO SERVIÇO SOCIAL II E PSICOLOGIA E SERVIÇO SOCIAL I
BRUNA MAGALHÃES ALVES RA: 8528975156
DESAFIO PROFISSIONAL
NOME DO PROF(a) EaD : Professora Ms Elaine Cristina Vaz Vaez Gomes, Profa Helenrose A da S Pedroso Coelho.
Itapipoca, abril de 2015.
TRANSFORMAÇÕES QUE O PERIODO DA DITADURA TROUXE PARA A PSICOLOGIA
A Psicologia no Brasil foi regulamentada no ano de 1962, pouco antes do golpe militar, em um período no qual as forças armadas se articulavam para promover o tão fatídico e inesquecível golpe.
O golpe militar de 64 definiria novas formas de desenvolvimento econômico, em que haveria uma valorização tanto de profissões de níveis superiores quanto de profissionais liberais. Exatamente a via que a classe média pretendia para ascender socialmente: profissionalizar-se via curso superior e tornar-se um profissional liberal devido a valorização do setor privado.
A psicologia emergiu associada às classes burguesas da sociedade brasileira que buscava contribuir com estudos sobre as intervenções de caráter higienista, moralizante e normatizante focadas principalmente na população pobre. (Bruschi & Guareschi, 2013).
Com o golpe militar “a nova profissão não buscava apenas legitimidade social, mas pretendia mostrar para as classes dominantes atuantes no Brasil que a psicologia não era uma ameaça à ordem social”. (Lacerda Jr., 2013: 220).Conforme Cecília Coimbra (2011), um aspecto das práticas “psi” que não pode ser esquecido refere-se à participação direta de alguns de seus profissionais no aparato repressivo da ditadura militar brasileira.
No meu ponto de vista, a sociedade na época da ditadura militar achava que a psicologia era uma nova profissão que viria para trazer pânico e seria uma ameça a todos.
Entretanto, na década de 70, enquanto parcela de psicólogos se acomodavam nesses espaços de conforto de atendimento às elites em seus consultórios particulares, outra parcela de profissionais, juntamente com outros intelectuais, começava a se incomodar e discutir sobre a situação de opressão e violência que vivia o país naquele período ditatorial. (...) durante a ditadura militar, houve um complexo processo de reorganização de setores da sociedade civil em sua luta contra o capital e/ou o regime militar. Este processo também chegou na psicologia, criando crises e transformações. Surgiram novas abordagens teóricas e práticas na psicologia brasileira. (LACERDA JR, 2013, p. 225-226) No Brasil, o crescimento de posicionamentos críticos em relação a situação vivida na época levaria ao desenvolvimento da psicologia comunitária, em que profissionais vinculados aos movimentos contrários ao regime ditatorial, preocupados com a construção de novas práticas que negavam o paradigma hegemônico e críticos às instituições sociais conservadoras iniciariam uma nova relação com as populações que demandavam algum tipo de auxílio e de emancipação. (GONÇALVES, 2010; CAMINO, 2000).
Com a introdução da psicologia na comunidade e no âmbito das políticas públicas inicia-se um processo de conquista pela diminuição das desigualdades sociais e pela mudança do “olhar” em relação ao sujeito, podendo-o compreende-lo como sujeito inserido em um contexto social, político, cultural e econômico. Com essa nova visão em relação ao sujeito, a psicologia iria atuar diretamente em questões relacionadas aos Direitos Humanos, com objetivos de assegurar também a integridade psíquica e emocional daqueles sujeitos. (MAYER; LION, 2010).
Atualmente, há uma preocupação de diversos segmentos sociais em relação a defesa dos Direitos Humanos, e a psicologia em muitos momentos se insere nesses espaços, nos quais o profissional pode desenvolver o papel de denúncia e luta pela transformação das situações que acarretem a violação de Direitos Humanos.
PRINCIPAIS ACONTECIMENTOS QUE MARCARAM O SERVIÇO SOCIAL DURANTE O PERIODO DA DITADURA.
A renovação do serviço social poderia ser explicada na trilha de Marilda Iamamoto ( IAMAMOTO; CARVALHO,2001), como uma tentativade resposta á crise de legitimidade do Serviço Social. Trata-se de uma dupla crise de legitimidade: funcional e social. Para a cris ede legitimidade funcional, ou seja com os empregadores (basicamente o Estado), a “saida” consiste na tecnificação da pratica proficional, dando lugar a uma perspectiva modernizadora do serviço social.
Os assistentes sociais, inspiraram-se em ideologia einiciam movimento de reconceituação no início dos anos 60, levando o Serviço social aos questionamentos de outras disciplinas sociais, políticas e econômicas, com manifestações na Inglaterra, estados Unidos e, sobretudo na América Latina.
Simultaneamente no Brasil o Movimento de reconceituação do serviço social estava pautado nos mesmos questionamentos. A ditadura militar, considerada uma das páginas negras da história do Brasil, definiu-se uma profunda crise econômica e o agravamento do problema social, onde os brasileiros foram marginalizados, sobrevivendo entre o desemprego e a subnutrição e ainda institucionalizou-se a corrupção. As oposições foram reprimidas e eliminadas, assim, como os direitos dos cidadãos.
Neste cenário, o espaço de atuação dos assistentes sociais se limita na execução das políticas sociais em expansão dos programas de Desenvolvimento da Comunidade, atuando na eliminação de qualquer resistência ao crescimento econômico e na integração aos programas de desenvolvimento do Estado.
Entretanto, quando é uma crise de legitimidade social (em relação ás demandas dos usuários,ou dos segmentos sociais com os quais o Serviço social trabalha) a “saída” connsiste em romper com as tradicionais instituições empregadoras dos profissionais, isto é, principalmente, com o Estado, dando lugar a uma perspectiva “refundacional” ou de ‘intenção de ruptura”.
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