Estacas De Concreto Armado

1 INTRODUÇÃO

Perante uma actividade importante na construção, como é a execução de estacas, torna-se necessário ter conhecimento dos vários métodos existentes no mercado para melhor se planear uma obra, tendo em atenção os equipamentos, a mão-de-obra e os custos associados a esta tarefa e as condicionantes que surgem durante as várias fases de execução.

Pretende-se, assim, com este trabalho, descrever todo o processo de execução de estacas e pormenorizar as várias fases de cada método de construção.

As poucas empresas da especialidade existentes no nosso país têm o saber e a técnica que é adquirida através da experiência em obra, não sendo, por isso, transmitida a informação para além deste grupo específico de trabalho.

Assim, e pela própria experiência em obra, no acompanhamento dos vários processos de execução de estacas, principalmente na obra “A10-Nó do Carregado”, surgiram problemas que foram solucionados pelos especialistas na matéria, julgando-se que seria útil falar sobre este tema, através do conhecimento obtido no dia-a-dia, no sentido de essa informação esteja ao dispor de outros técnicos. Para tal, a maioria das fotos apresentadas sobre as estacas de betão aqui publicadas são do arquivo pessoal do autor, tendo sido recolhidas ao logo da execução da referida obra sobretudo.

Pelas pesquisas literárias efectuadas, são escassas as informações sobre este assunto, não passando de uma abordagem superficial, uma vez que as técnicas estão dependentes e são específicas dos vários tipos de equipamentos usados em cada tipo de obra. Necessariamente o documento apresentado reflectirá a experiência e a recolha de informações obtida durante a realização dos trabalhos em obra, levada a efeito pelo subscritor.

Acredita-se que neste trabalho o processo de execução de estacas foi pormenorizado nas suas diversas fases, ficando-se com uma ideia mais abrangente e global sobre o mesmo, ficando ao dispor de outros profissionais.

1.1 METODOLOGIA

A metodologia usada na elaboração deste trabalho foi baseada na recolha de dados por pesquisas em sites de Internet.

2 OBJECTIVO

O presente trabalho tem como objecto de demonstrar a execução e a aplicação em obra das estacas pré fabricadas de concreto, as suas técnicas, vantagens e desvantagens, e equipamentos usados.

3 CAPÍTULO I – ESTACAS PRÉ FABRICADAS DE CONCRETO ARMADO DE SECÇÃO QUADRADA

As estacas fazem parte do conjunto de fundações em que podem assentar as estruturas, para suportar as suas cargas e às quais estão ligadas, denominando-se de profundas porque recorrem a camadas do terreno não superficiais.

São peças esbeltas que transferem as cargas às camadas mais profundas do solo (uma parte por atrito lateral, que se desenvolve ao logo da estaca com o solo, e outra pela resistência de ponta, através da extremidade da peça), podendo ser usadas individualmente, no caso da estaca-pilar, ou em conjunto, quando estão ligadas às sapatas (também designadas por maciço de encabeçamento) de uma estrutura.

As estacas têm sido usadas ao longo do tempo de diversas formas e com vários tipos de utilização na Construção Civil, como suporte de estruturas, mais ou menos pesadas, de forma a utilizarem os espaços disponíveis onde os solos não garantem a estabilidade necessária para a construção de fundações directas estáveis.

Assim, encontram-se construções executadas e assentes em estacas de madeira, sendo utilizadas nos meios com poder económico mais desfavorável para além de grandes cidades antigas, como Veneza e até Lisboa (baixa Pombalina), que mantêm as fundações sobre estacas de madeira há longas épocas. Actualmente o processo é bem diferente, mas com o mesmo objectivo, obtendo-se maiores rendimentos e profundidades de furacão.

Sendo as construções mais robustas e mais imponentes, surgiu a necessidade de se utilizar processos tecnologicamente mais avançados na execução de estacas, utilizando materiais mais duradouros e resistentes, para, de igual forma, se garantir uma maior durabilidade das estruturas e assegurar, igualmente, uma maior resistência, tendo, ainda, em atenção a actividade sísmica.

3.1 ESTACAS CRAVADAS EM BETÃO

Este tipo de execução de estaca é, de certa forma, idêntico ao das estacas de madeira, diferindo na forma e constituição material da estaca, que é de betão armado pré-fabricado, e do equipamento de cravação, que é mecânico e mais moderno, sendo, por isso, possível aplicar uma maior força de cravação para se atingir maiores profundidades.

Este tipo de processo é utilizado quando importantes camadas de solos de fraca resistência se sobrepõem aos estratos escolhidos para fundação, podendo atingir comprimentos na ordem dos 50 metros, não sendo apropriado para solos de seixo grosso. Assim, com este processo, podem-se criar plataformas estáveis de forma a minimizar assentamentos diferenciais, nomeadamente em pavimentos de vias de comunicação.

3.2 MATERIAL CONSTRUTIVO

Os materiais básicos são o betão e uma armadura de varão de aço, composta por varões longitudinais e estribos helicoidais, conforme o tipo de estaca. A estaca tem secção quadrada (desde 235x235mm a 400x400mm) com comprimentos variáveis de 6 a 12m. Diga-se que a estaca pode ser circular e funcionar por atrito lateral e/ou por resistência de ponta exemplo abaixo das figuras 1 e 2.

Foto. 1 - Base estaca pré-fabricada em betão

Foto. 2 - Cabeça de estaca com protecção

Na ponta da estaca, a primeira a ser cravada, é aplicada uma ponteira metálica (fig. 1), que se encontra ligada à armadura longitudinal, podendo ser plana, no caso de solos se argilosos, para conferir maior corte do terreno e uma protecção da cabeça da estaca, de forma a resistir ao impacto do martelo de cravação e não danificar o encaixe de ligação a outra estaca (fig. 2). Nas secções de ligação, designada por junta, as chapas metálicas de encaixe das secções seguintes são fixadas por cavilhas de ligação, entre os vários troços.

3.3