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Hanseniase

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Por:   •  14/9/2014  •  Projeto de pesquisa  •  2.263 Palavras (10 Páginas)  •  248 Visualizações

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HANSENÍASE

DEFINIÇÃO

Hanseníase é uma doença infecto-contagiosa, de evolução lenta, que se manifesta principalmente através de sinais e sintomas dermatoneurológicos: lesões na pele e nos nervos periféricos, principalmente nos olhos, mãos e pés (Guia para o controle da Hanseníase, 2002).

A doença possui quatro formas clínicas distintas: a Indeterminada, Tuberculóide, Dimorfa ou Virchowiana. De acordo com sua operacionalidade classifica-se em: Paucibacilar ou Multibacilar.

O comprometimento dos nervos periféricos é a característica principal da doença, dando-lhe um grande potencial para provocar incapacidades físicas que podem, inclusive, evoluir para deformidades. Estas incapacidades e deformidades podem acarretar alguns problemas, tais como diminuição da capacidade de trabalho, limitação da vida social e problemas psicológicos. São responsáveis também pelo estigma e preconceito contra a doença.

AGENTE ETIOLÓGICO

A hanseníase é causada pelo Mycobacterium leprae, ou bacilo de Hansen, que é um parasita intracelular obrigatório, com afinidade por células cutâneas e por células dos nervos periféricos, que se instala no organismo da pessoa infectada, podendo se multiplicar. O tempo de multiplicação do bacilo é lento, podendo durar, em media, de 11 a 16 dias (Guia para o controle da Hanseníase, 2002).

O M.leprae tem alta infectividade e baixa patogenicidade, isto é, infecta muitas pessoas, no entanto só poucas adoecem.

O homem é reconhecido como única fonte de infecção (reservatório), embora tenham sido identificados animais naturalmente infectados.Modo de transmissão

O homem éconsiderado a única fonte de infecção da hanseníase. O contagio dá-se através de uma pessoa doente, portadora do bacilo de Hansen, não tratada, que o elimina para o meio exterior, contagiando pessoas susceptíveis.

A principal via de eliminação do bacilo, pelo individuo doente, e a mais provável porta de entrada no organismo são o trato respiratório. No entanto, para que a transmissão ocorra é necessário um contato direto com a pessoa infectada.

O aparecimento da doença na pessoa infectada pelo bacilo, e suas diferentes manifestações clínicas, dependem dentre outro fatores, da relação parasita/hospedeiro e pode ocorrer após um longo período de incubação, de 2 a 7 anos (Guia para o controle da Hanseníase, 2002).

A hanseníase pode atingir pessoas de todas as idades, de ambos os sexos, no entanto, raramente ocorre em crianças. Há uma incidência maior da doença em homens do que nas mulheres, na maioria das regiões do mundo.

Além das condições individuais, outros fatores relacionados aos níveis de endemia e às condições socioeconômicas desfavoráveis, assim como condições de vida e de saúde e o elevado numero de pessoas convivendo em um mesmo ambiente, influem no rico de adoecer.

Dentre as pessoas contaminadas, algumas apresentam resistência ao bacilo, constituindo os casos Paucibacilares (PB), que abrigam um pequeno número de bacilos no organismo, insuficiente para contaminar outras pessoas. Algumas pessoas podem até curar-se espontaneamente.

Um número menor de pessoas não apresenta resistência ao bacilo, que se multiplica no seu organismo passando a ser eliminado para o meio exterior, podendoinfectar outras pessoas, Estas pessoas constituem os casos Multibacilares (MB), que são a fonte de infecção da cadeia epidemiológica da doença.

Quando a pessoa inicia o tratamento quimioterápico, ela deixa de ser transmissora da doença, pois as primeiras doses da medicação matam os bacilos, torna-os incapazes de infectar outras pessoas (Guia para o controle da Hanseníase, 2002).

ASPECTOS CLÍNICOS

A hanseníase manifesta-se através de sinais e sintomas dermatológicos e neurológicos, que podem causar incapacidades físicas que podem evoluir para deformidades.

- Sinais e sintomas dermatológicos

A hanseníase manifesta-se através de lesões na pele que se apresentam com diminuição ou ausência de sensibilidade.

As lesões mais comuns são:

• manchas pigmentares ou discrômicas: diminuição, ausência ou aumento da melanina ou depósito de outros pigmentos ou substâncias na pele.

• placa: lesão que se estende por vários centímetros. Pode ser individual ou aglomerados de placas.

• infiltração: aumento da espessura e consistência da pele, às vezes com edema e vasodilatação.

• nódulo: lesão sólida, circunscrita, elevada ou não, de 1 a 3 cm de tamanho. É processo patológico que localiza-se na epiderme, derme e/ou hipoderme.

Essas lesões podem estar localizadas em qualquer região do corpo e podem, também, acometer a mucosa nasal e a cavidade oral. Ocorrem, porem, com maior freqüência, na face, orelhas, nádegas, braços, pernas e costas.

A sensibilidade nas lesões pode estar diminuída (hipoestesia) ou ausente (anestesia), podendo também haver aumento da sensibilidade (hiperestesia).

- Sinais esintomas neurológicos

A hanseníase também manifesta-se através de lesões nos nervos periféricos. Essas lesões são decorrentes de processos inflamatórios dos nervos periféricos (neurites) e podem ser causados tanto pela ação do bacilo nos nervos como pela reação do organismo ao bacilo ou por ambas. Elas manifestam-se através de:

• dor e espessamento dos nervos periféricos;

• perda de sensibilidade nas áreas inervadas por esses nervos;

• perda de força nos músculos inervados por esses nervos.

A neurite, geralmente, manifesta-se através de um processo agudo, acompanhado de dor intensa e edema. No inicio não ocorre comprometimento funcional do nervo, mas, frequentemente, a neurite torna-se crônica causando ressecamento na pele. Há perda da sensibilidade, causando dormência e há perda da forma muscular, causando paralisia nas áreas inervadas pelos nervos comprometidos. Quando não é tratado pode levar à incapacidades e deformidades pela alteração de sensibilidade.

Diagnóstico

O diagnóstico clínico é realizado através do exame físico onde procede-se uma avaliação dermatológica, buscando-se identificar sinais clínicos

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