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Na prática a teoria é outra? : mitos e dilemas na relação entre teoria, prática, instrumentos e técnicas no Serviço Social

Por:   •  5/5/2015  •  Trabalho acadêmico  •  1.174 Palavras (5 Páginas)  •  414 Visualizações

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Bibliografia

SANTOS, Cláudia Mônica dos. Na prática a teoria é outra? : mitos e dilemas na relação entre teoria, prática, instrumentos e técnicas no Serviço Social / 3. Ed. – Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2015. (Páginas 25-35)

 “Marx sustenta que a teoria é a reprodução ideal do movimento real do objeto (a ser conhecido), como ele mesmo deixa esboçado, embrionariamente, desde suas primeiras obras: [...] a minha consciência geral é apenas a figura viva, ao passo que hoje em dia a consciência geral é uma abstração da vida efetivamente real e como tal se defronta inimiga a esta. Por conseguinte, a atividade da minha consciência geral – como uma tal atividade – também é a minha existência teórica como ser social. (Marx, 1984, p. 171 – grifo do original). (...) A teoria é reprodução do objeto no sentido do objeto já ser um produto, já fazer parte da realidade, já existir, ou seja, a teoria o reconstitui pelo pensamento. (...) Netto (1989), coerente com o referencial marxiano, fortalece o entendimento de que a reflexão teórica não “constrói” um objeto, ela é um instrumento de análise do real: “o produto teórico por excelência, é uma reprodução ideal de um processo real” (p. 143-144).”. (p. 25)

“(...) Para esse autor, a teoria “é um movimento através do qual a razão extrai dos processos objetivos a sua legalidade intrínseca”, realizando a “apreensão do movimento do ser social”. Nessa linha, afirma que o método é “a relação constituinte necessária e objetiva entre o investigador e o objeto investigado” (1986, p. 56). (...) Na mesma perspectiva, para Iamamoto (1992), teoria é a reconstrução, pelo pensamento, do moimento do real, apreensão de suas contradições, tendências, relações e determinações. (...) A autora ressalta o caráter de “possibilidade” da teoria, ao mesmo tempo em que a desobriga da função de transformar a prática, ou seja, a teoria “afirma-se, também, como teoria das possibilidades da ação. (...)” Iamamoto entende a relação teórico-metodológica como um modo de ler e interpretar a sociedade e os elementos que constituem suas particularidades, assim como uma forma de se relacionar com o ser social, uma relação entre o sujeito que busca o conhecimento e o objeto investigado.” (p. 26)

“Ler e interpretar o objeto de conhecimento não é, consequentemente, proceder à sua mudança. Portanto, mais uma vez, sustento que a afirmativa na prática a teoria é outra remete a uma expectativa equivocada da categoria dos assistentes sociais em relação à função da teoria e  da prática. (...) Dessa forma, na perspectiva do materialismo dialético, na prática a teoria é outra só pode ser a mesma, uma vez que ela é o lugar onde o pensamento se põe. A teoria quer, justamente, conhecer a realidade, extrair as legalidades, as racionalidades, as conexões internas postas nos produtos da ação prática dos homens, assim, não há como na prática a teoria ser outra.” (p. 27)

“A teoria, na concepção marxista, é o resultado de um movimento do pensamento para se aprender o objeto. No caso de uma prática profissional como a do Serviço Social, a teoria permite que o sujeito – assistente social – apreenda seu objeto, seu movimento, sua direção, suas contradições.” (p. 28)

“Do ponto de vista do conhecimento teórico, o assistente social pode buscar o universal – a própria formação profissional, com base nas Diretrizes Curriculares, tem por princípio uma teoria social que o orienta a esse pensamento. (...) O problema não se encontra na aquisição de um acervo macro, que é fundamental. O problema está em mão se trabalhar com o movimento dialético do universal par o singular.” (p. 29)

“(...) De posse da concepção de teoria e de prática no materialismo histórico-dialético e da relação de unidade entre teoria e prática no materialismo histórico-dialético e da relação de unidade entre teoria e prática, pode-se traçar o âmbito da teoria e o âmbito da prática, ressaltando a unidade na diferença. (...) No que diz respeito ao âmbito da prática, Marx, na segunda Tese sobre Feuerbach, indica que a práxis aparecerá como fundamento, critério de verdade e finalidade do conhecimento (...)” (p. 30)

“Assim, a condição da prática na sua relação com o conhecimento é a de proporcionar o objeto do conhecimento, como também o critério de verificação da verdade. (...) O critério de verdade está na prática, mas só se o descobre numa relação propriamente teórica com a prática mesma. (...) A prática determina até onde pode se desenvolver o conhecimento, visto estar ele associado às necessidades materiais, produtivas, práticas do homem social. (...) O que caracteriza a prática é ser uma ação direcionada a um objeto com a finalidade de transformá-lo em algo inicialmente previsto – mesmo que não se tenha consciência dessa finalidade (...)” (p. 31)

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