Os Fundamentos Teóricos

UFJF – UNIVERSIDADE FEDERAL DE JUIZ DE FORA

CARLA HULSHOF

GABRIELLA ALBUQUERQUE

 GABRIELLA DE PAULA

 FSS032 – FUNDAMENTOS TEÓRICOS METODOLÓGICOS SO SERVIÇO SOCIAL l

 

JUIZ DE FORA – MG

2018

Questão 1:

        Com a separação dos poderes político e religioso, a Igreja perdeu grande parte da sua influencia nas decisões de campo político-jurídico. Como uma tentativa de reconquistar o poder, ela se volta para o seu domínio sobre as massas e incentiva a propagação da sua ideologia pelo apostolado social, assim como pelas ações assistencialistas. Essas medidas lidavam diretamente com as expressões da questão social de forma individualizada, através de medidas remediadoras e não preventivas. Ela buscava apenas uma reforma social, no qual o objetivo era ter uma sociedade hegemonicamente cristã, e não a mudança estrutural da sociedade.

A intensificação da luta de classes e do pauperismo levou o Estado institucionalizar novas formas de controle social, assim como o Serviço Social, influenciado pelo assistencialismo católico, e as suas políticas sociais. Apesar de ser uma profissão criada para atender as demandas burguesas, mesmo sendo intermediada pelo Estado, a sua perspectiva teórico-filosófica é de cunho católico, conservador e doutrinário devido a influencia da Igreja na sua origem.

A ideologia cristã naturalizava a desigualdade de classes, pois a considerava essencial para a funcionalização da sociedade, influenciando diretamente na atuação do assistente social, induzindo a intervenção deste nos hábitos e ações dos trabalhadores com base moralista, com atendimentos personalizados, impossibilitando a criação de consciência de classe.

Devido a sua origem nas raízes católicas, criou-se um modelo para o futuro assistente social que deveria possuir o humanismo cristão e a difundir a ideologia cristã, mantendo assim a produção teórica conservadora e não possibilitando novas linhas de pensamento. Nesse processo de alienação do proletariado, o próprio assistente social não se identificava como classe trabalhadora, dificultando ainda mais a formação da identidade de classe.

Questão 2:

        O processo de industrialização e a chegada do capitalismo monopilista na América Latina trouxe consigo o acirramento das relações de produção desse sistema, que propiciou diversas mudanças no meio social. Imediatamente a ascensão de uma nova classe social se fez através da superexploração da força de trabalho assalariada, devido ao aumento do exército industrial de reserva, estruturado principalmente por ex escravos que não foram absorvidos pelo mercado de trabalho por serem substituidos pela mão de obra imigrante. Tal contexto gerou grande miséria para a população, dando visibilidade as expressões da questão social.

        Como forma de otimização dessas questões sociais, em meio ao caos, a miséria e a proliferação de doenças, surgem agentes encarregados de trabalhar esses fenômenos. É através do Serviço Social que o Estado e a burguesia vão ceder alguns direitos a essa classe inferiorizada, com o intuito apenas de manter a ordem, inviabilizando de certa forma a luta dos trabalhadores.

        Diante desse acirramento de classes a Igreja Católica, afim de recuperar seu poder de dominação social, assumiu uma posição clara no que se refere a questão social, mostrando assim, que os elementos que fizeram surgir o Serviço Social tem origem na Ação Católica. A Igreja desde os seus primeiros momentos na América Latina estabeleceu um certo controle sobre intelectuais e  profissionais laicos, que foram organizados em instituições,  movimentos, etc.  No período em que se iniciou a profissionalização do Serviço Social,  duas encíclicas papais formaram um importante papel, a Rerum Novarum  e a Quadragesimo Anno.